Capítulo 18 - Sin Mi

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Capítulo 18
"Sin Mi"

I
— Todos prontos? — Ferrabraz perguntou enquanto olhava em volta nervoso.
— Fique tranquilo, vai dar tudo certo. — Murilo falou em tom gentil.
— Mumu eu me preocupo com você.
— E eu com você, mas estou confiante.

Na sala da casa do sítio estavam todos, Danusa com botas de cano alto sem salto em couro negro, calças jeans e um agasalho preto, o cabelo preso em um coque, o arco nas costas e nas coxas duas pistolas seguras em coldres, Karen usava calça de moleton cor de rosa e casaco de capuz um tom mais claro, nos pés tênis Adidas laranja neon, tinha na mão um osso de fêmur e nas costas uma mochila com produtos de emergência, Júlio usava macacão jeans sem camisa e descalço, Murilo com bermuda Verde de algodão grosso e camisa polo, nos pés sandalias de tiras de couro, Ferrabraz usava apenas uma bermuda sintética, também descalço e sem camisa mas levando uma mochila grande nas costas.
— Vou repetir pela milésima vez, estão todos prontos?
— Estamos sim, mas porque vocês dois estão assim meio pelados? — Karen Perguntou.
— Nós vamos mudar de forma e qualquer roupa que estivermos usando vai rasgar, melhor ir com pouca então. — Júlio explicou.
— Ah... achei que ia rolar safadeza.
— Não seja assanhada. Todos prontos? — Ferrabraz repetiu.
— Sim. — Danusa deu um passo a frente.
Todos a imitaram, Ferrabraz esticou o braço.
— Então é isso. — Ele disse enquanto um a um eles seguraram nele.
— Que a sorte esteja do nosso lado. — Júlio falou.

Um flash de luz iluminou toda a sala da casa assim que desapareceram e seguida a mesma luz iluminou outro ambiente, estavam agora juntos em um quarto vazio e empoeirado cheio de mobília quebrada e cesto de palha cheios de cortinas velhas comidas por traças.
— Uou... — Ele deu um passo em falso.
— O que foi? — Murilo o amparou.
— Sei lá, acho que tem alguma coisa anormal acontecendo, quase que não acho o ponto certo de teletransporte.
— Onde estamos? — Murilo olhou em volta.
— É o Centésimo trigésimo terceiro andar, estamos na torre do imperador, isso aqui é um dos quartos desativados, na verdade era para ser meu quarto mas eu nunca quis morar aqui.
— Ferrabraz você ta mesmo legal? — Murilo olhou para ele preocupada.
— To sim.
— Centro e trinta e três né? Temos de chegar no cento e cinquenta e cinco para resgatar Tiago. — Karen Perguntou.
— Isso, não se esqueçam, é o centésimo quinquagésimo quinto andar, o último.
— Puxa vida como é frio aqui. — Danusa esfregou as mãos.
— É sim, o aquecimento está desligado. Vamos sair?
— Vamos. — Júlio caminhou rumo a única saída.

A porta de arco arredondado tinha as dobradiças endurecidas, machas de óleo seco pela falta de uso, Karen foi até elas e mirou com o osso.
— Tisina! — As dobradiças abriram sem fazer nenhum barulho.
— Sempre é bom andar com uma bruxa. — Murilo riu.

O corredor era amplo o suficiente para dois anjos de asas abertas passarem, cerca de doze metros, as paredes de pedra nua eram tão frias e úmidas que musgo verde era visível em várias fendas, toda a iluminação era feita por lâmpadas a base de cristais vermelhos dando um ar macabro ao lugar.
— Credo parece que caímos no esgoto.
— Para que lado vamos? — Danusa cochichou.
— Pela direita, o acesso a escada é no fim deste corredor. — Ferrabraz apontou a diante.

Eles sairam juntos, andavam devagar para não fazer barulho, dobraram o corredor e subiram o primeiro lance de escadas, assim que chegaram no piso superior em outro corredor  deram de cara com duas mulheres usando túnicas pretas e luvas até os cotolovelos que vinham na direção oposta.
— O que fazemos agora? — Perguntou Karen.
— Silencie. — Júlio falou.
— Danusa é com você. — Ferrabraz pediu.
Antes que as duas mulheres percebessem, Danusa retirou o arco das costas, mirou, retesou a corda e disparou a primeira seta, a mulher da direita caiu como um peso totalmente flácido, a da esquerda saltou um grito de horror mas foi logo calada por uma flecha que a atingiu no pescoço.
— O que fazemos com os corpos? — Júlio quis saber.
— São corpos feitos de terra, assim que as almas saem eles se tornam pó em minutos. — Ferrabraz Explico.

Lucifer SmeraldinaOnde histórias criam vida. Descubra agora