Capítulo 02

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Beatriz

Terminamos aquele louvor e as pessoas que compareceram já foram indo embora a caminho de casa. Peguei a bíblia em cima do banco e caminhei com minha mãe até a escada do altar onde estava meu pai conversando com algumas pessoas que pediam a benção.

Ele se despediu delas e veio ao nosso encontro abraçando a minha mãe enquanto a mesma dizia que foi um belo culto.

Roberto: Gostou do culto, meu amor?- me perguntou depositando um beijo na minha testa.

Bea: Sim.- falei simples.

Maira: Vamos embora então, ou continuará aqui?- olhou para meu pai.

Roberto: Vou continuar, ainda vou resolver o culto de domingo e mais outras coisas, vão de uma vez para casa, não chegarei muito tarde!

Maira: Tá ok, vamos Beatriz.- me chamou.

Roberto: Vão com Deus.- sorri e ele me acenou.

Caminhamos até a porta e saímos da igreja com mais algumas pessoas também, uma colega da minha mãe veio até a gente e ela andou com a gente até em casa.

Avistei ele de longe parado com a moto no lado em frente ao bar.

Incrível como consegui me apaixonar por ele facilmente, só de vista, sem ter nunca trocado uma palavra com ele. Talvez não seja amor, nunca senti isso na minha vida.

É novidade para mim, só falando com ele para saber, mas eu nunca vou conseguir falar com ele. Tenho pais que me impedem e uma falta de coragem que não saí de dentro de mim por nada.

Maira: Eu acho uma falta de respeito abrirem um bar em frente a nossa igreja, e ainda colocam música alta com palavras ofensivas.- julgou olhando junto de dona Elza.

Elza: Palavreado totalmente desrespeitoso.- negou com a cabeça.

Eu olhei de novo e vi que a música era animadora, mas totalmente proibidona, já ouvi algumas vezes. Até porque Rafaela já me mostrou.

E de frente da nossa casa tem um barzinho que coloca várias músicas desse estilo. Não vou julgar ninguém, cada um com seu gosto, Rafaela já me fez gostar dessas músicas.

Mas nunca mais escutei depois que ela foi embora, até porque se meus pais me pegam, eu estou completamente "ferrada".

Vi Luiz no meio daqueles traficantes, ele é um primo meu, entrou para o tráfico porque quis mesmo.

Meu pai fica super mal sobre isso, ele criou o Luiz praticamente e ficar sabendo disso é uma decepção. Mas eu não me afastei dele, ele é meu primo ué, somos uma família.

Não importa o que nos afastou um pouco.

Maira: Vamos entrando, acabamos de perceber que não vamos dormir facilmente com essa barulhada.- tocou no meu ombro enquanto abria a porta.

Bea: Vou falar com o Luiz antes, mãe, é rápido.

Maira: Não, você não vai entrar lá no meio daqueles bandidos não, eu não deixo e nem seu pai vai gostar disso.- me olhou arregalando os olhos.

Bea: Eu chamo ele daqui.- lhe olhei e acabei a convencendo.

Maira: Daqui do portão, se ele não responder entra!- apontou para mim e entrou para casa.

Balancei a cabeça e fui até o portão chamando por ele. Mas era um pouco impossível dele me escutar por conta do barulho das músicas e a falação das pessoas que estavam lá dentro.

Ele me viu e veio até mim ajeitando o boné e arrumando a arma atravessada nas suas costas.

Luiz: E aí preta, tu tá bem?- beijou meu rosto.

Bea: Bem, só queria saber como você está, eu fiquei sabendo por boatos que você tinha sido pego pela polícia, eu fiquei preocupada.

Luiz: Tô bem, não tá vendo?- sorriu.

Bea: Como que você saiu, Luiz? Você fugiu igual a eles?- apontei com a cabeça para os traficantes que me olharam.

Luiz: Fiz meus corres, Bea, sempre fiz e dei meu jeito.

Bea: Me preocupo contigo!

Luiz: Precisa se preocupar não, gatinha, eu sou o Luiz esqueceu? Ninguém dá rasteira em mim não.

Eu duvidei, ele se despediu de mim e voltou para o barzinho, minha mãe me chamou e entrei para casa. Caminhei até o meu quarto, tomei um banho e me deitei na cama, amanhã é outro dia.


Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora