Capítulo 33

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Barbosa

Abri as panelas da casa da branquela, vim trazer algumas compras pra ela já que a mesma tem que ficar de repouso por 24 horas aí tá ligado? Aproveitei e vim filar a boia do que tiver, no meu barraco tem nada irmão.

Numa das panelas tinha carne e algumas outras coisas tradicionais, liguei o fogo e esquentei pra eu comer, já que tava na broca, nego aqui trabalha dia inteiro e o tempo todo, e a fome me mata mais que as balas no tiroteio.

Rafa: Comprou o amaciante que eu pedi?- falou abrindo uma das sacolas.

Barbosa: E tu pediu?- ela colocou as mãos na cintura me fitando

Rafa: Te pedi sim, se tu olhar teu celular tu vai ver.- eu abri a tela do meu celular vendo a mensagem dela.

Barbosa: Depois eu compro, deixa o nego comer em paz.- peguei o prato e sentei na mesa pronto pra comer.- E tu vai pro quarto, médica disse pra tu descansar, vai foder com o molequinho aí dentro.

Rafa: Ele tá bem, Sandro.- olhei de lado para ela, ela fez cara de preguiça para mim.- Barbosa.- corrigiu abrindo o freezer e pegando o pote de sorvete.

Barbosa: Quem que é Sandro caraí?- ela riu.- Odeio isso tá ligada?

Rafa: Mas é o teu nome, teus pais te deram esse nome, e tu tem que aceitar cara.- sentou na mesa com uma colher na mão e enquanto abria o pote de sorvete.- Tia Lilian não vai gostar de ouvir tu dizendo que não gosta do nome que ela te deu.

Barbosa: Falando na preta, tenho que ver ela mano.- dei uma garfada.

Rafa: Ela tá como? Tu levou ela no médico para ver se o AVC tá indo melhorando?

Barbosa: Tá fazendo os tratamento lá, por isso tô fazendo mais plantão, tô fazendo vários corre aí pra juntar a grana pra pagar as paradas.- ela parou me olhando.- Já que os filhos da puta dos meus irmãos não querem ajudar, eu ajudo né, porra é minha mãe né cara.

Rafa: Tu tá certo.

Eu levantei e joguei o prato na pia, mas ela me obrigou a lavar, chegou a me bater com o pano de prato, cê louco a mina é maluca irmão. Lavei como ela mandou e guardei a seu comando.

Roubei um pouco do sorvete dela e só levei tapa, mina egoísta da porra, fui até a sala pegando minha arma e meu radinho onde me chamavam pra fazer plantão na barreira.

Atravessei a arma nas costas e fui até a porta com a mina atrás, mandei ela entrar, mas tu escuta? Porque ela não, mó teimosa essa vagabunda irmão.

Suzi: Faz nem um dia que o marido morreu, e agora tá aí, levando outro macho pra casa.- disse passando enquanto olhava para a Rafaela.

Eu balancei a cabeça e olhei para a Rafaela que tentou correr até a garota, mas eu segurei ela.

Barbosa: A cria caralho, sossega a buceta branca aqui.- coloquei ela para trás.

Rafa: Tu ouviu o que ela falou né?- eu balancei a cabeça confirmando.- Porra, Barbosa, essas garotas gostam de me provocar, caralho, até com o homem morto elas me perseguem.- passou a mão pelo rosto.

Barbosa: Eu sei, mas tu tem que se controlar, tu tem uma cria aí agora, isso é só o começo, ainda vão falar pra caralho de tu quanto descobrirem essa gravidez, e tu tem que ser firme.

Rafa: Não sei se consigo.

Barbosa: Consegue pô, para de drama, agora tu entra e deita, porque eu não quero te carregar pro hospital de novo não entendeu?- ela revirou os olhos, apontei o dedo para ela e ela entrou novamente batendo pé.

Parece criança tá ligado? Ela não consegue levar desaforo não, já quer logo bater na fuça da pessoa, isso é coisa dela, coisa de mulher, coisa de maluca. E ela vai ter que ser forte, porque a cada dia isso vai piorar, vamos ser julgados até a morte irmão, não tem como evitar, tem sempre alguém querendo nosso mal, é ué.

Piei dali da casa dela pra barreira, dez da noite, começo de um plantão grandão pra eu sustentar a minha coroa tá ligado, porque se ninguém faz nada por ela, eu faço né porque é o mínimo que eu posso fazer.

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora