Capítulo 28

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Beatriz

Eu tentava escutar a chamada, tentando falar com a Rafaela, até ouvir a gritaria, ela gritando pedindo para parar, e junto eu escutava o choro junto com tapas estalados e altos, o que fez meu coração apertar e acelerar.

Vesti a minha blusa e percebi que eu havia colocado ao contrário, ouvi um riso e olhei para o Matador saindo do banheiro com uma toalha enrolada na cintura enquanto o corpo estava um pouco molhado.

Vim mais uma vez, e confesso estar adorando, mesmo a gente não tendo papo, eu sinto uma química, pode ser fruto da minha imaginação, mas eu não me importo, estou me sentindo bem.

O que me deixa com medo, é o que nos atrapalha, que é a minha família e a vida do tráfico que ele vive, realmente escolher entre os dois é um pouco difícil.

A lógica seria escolher minha família, mas vendo essa relação, se é que posso chamar de relação, fluindo, me faz querer pensar muitas vezes.

Matador: Tá indo porque?- ele tirou a toalha deixando o seu membro sair a vista, foi até o guarda roupa e pegou uma cueca box.

Bea: A minha irmã, ela tá precisando de mim.- desvirei a minha blusa e abaixei para pegar minha calça.

Matador: Ela tem o marido dela, ela tem ele, fica aí.- falou sem mais nem menos, mas com grosseria.

Bea: Não, ela não tem ele!- ele me olhou, eu tinha que contar para ele, ele é um dos únicos que podem ajudar.- O Lagarto, está espancando a minha irmã nesse exato momento, eu preciso ir, e eu preciso que você me ajude.

Ele colocou a camisa e a calça me olhando sem falar nada, eu fiquei esperando ele falar algo, mas ele não abriu a boca em nenhum instante, passou por mim pegando suas armas e saiu do quarto, eu peguei meu celular e desci atrás dele ainda escutando os gritos.

Ele abriu a porta da sala e saímos, até ele andar até a moto dele colocando a arma na cintura, a rua estava vazia, mais um alivio para que ninguém me visse com ele, ele me olhou enquanto subia a moto, ficou parado me esperando.

Eu nunca subi numa moto, tenho muito medo, de tantas vezes que vi Luiz cair e se machucar, me traumatiza, ele já tentou me arrastar uma vez, mas eu recusei me tremendo toda.

Escutei pela chamada mais nada, a gritaria havia acabado, até eu escutar um barulhão, e em seguida mais nada.

Aí meu Deus.

Corri até a moto e subi na mesma, agarrei a cintura dele e ele olhou para minhas mãos, continuei agarrada, não iria soltar por nada nesse mundo, ele ligou a moto e saiu voando até a casa do Lagarto, e quanto mais ele acelerava e cortava os caminhos pelos becos eu me segurava nele, estou pagando de medrosa.

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora