Capítulo 10

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Luiz

Eu já tava conseguindo andar já, tá ligado, por mais que tenha machucado pra caralho, eu tava bem, graças ao Matador que me transferiu pra um hospital particular no asfalto e pagou pra mim.

Porque se dependesse do postinho e do hospital aqui da quebrada eu taria fodidão, mermão.

Sou mó inocente nessa parada, e que bom que eles tem noção disso, porque aqui é assim, se o chefe deu ordem a gente obedece, até quem tá acima da gente.

Eu ainda sou só um vapor começando, Sezin era dono de boca, um dos aliados do Guto.

Era lógico que eu tinha que obedecer o comando dele pra mim, mermo eu ter achado estranho essa atitude eu tive que fazer. Ou então eu morreria, e nas mãos dele.

Tava aqui tomando um açaí com a branca, ela veio trazer um recado da tia Maira, tá ligado? Faz uma cota que a gente não se vê e não se fala.

Tio Roberto tá decepcionado comigo, então proíbe a tia de me ver, então a gente não consegue se ver.

Só a Bea que sempre vem me ver, sempre vem atrás de mim, mas as escondidas tá ligado? Ela se arrisca pra porra, quero ver quando ele descobrir, e só disso me orgulho dela.

Porque ela não tá mais se encolhendo como antes, bom, ainda continua, mas não como antes sabe? Sempre obedecendo o pai em tudo.

E saquei que ela não gosta disso, ela é que nem a irmã no fundo, mas não quer se abrir porque não quer decepcionar os pais como a irmã.

Bea: Você não devia ficar de repouso em casa para curar mais rápido?- olhou pro meu pé enfaixado com a chinela.- Tá fazendo muito esforço, Luiz!

Lc: Aí Bibi tá tranquilo aqui, nem dói.- fiz careta e ela duvidou com o olhar.- Tô te dizendo, fia.

Bea: Tá bom.- falou acreditando, ela olhou para o lado.

Acompanhei o olhar dela parando na mandada da Rafaela que descia o morro com a marra e a raiva toda estampada na cara dela, tava puta a loira farmacêutica, menó.

Bea: O que houve?- perguntou quando ela parou do nosso lado cruzados seus braços enquanto batia o pé no chão.

Rafa: O Lagarto, ele tava de papinho com aquela lambisgóia da Taninha da 17!- falou alto.- Que ódio que eu tô!

Bea: Mas eles estavam se beijando, estavam agarrados?- perguntou tentando entender as ideias que a mina passava.- Para de dar chilique, Rafaela, me conta.

Rafa: Eles estavam conversando um pertinho do outro, ela estava se jogando em cima dela praticamente, e ele me viu, e teve a audácia de sorrir debochado pra mim, caralho!- xingou.

Eu gargalhei e ela me olhou com os olhos cheios de raiva, eu continuei rindo e debochando dela, até sentir sua mão pesada nas minhas costas me socando com vontade.

Lc: Aí caralho, tá machucando, paquita do capeta!- xinguei ela que se revoltou, parou de me bater e eu sorri, Bea se segurava para não rir.

Rafa: Eu sou uma otária, que ódio.- resmungou.

Lc: Tu não sabia não? Tá escrito na tua testa, "otária de chernobyl".- bati na testa dela e me defendi pensando que ela iria me bater, mas ela só me deu uma olhada.

Bea: Acho melhor você conversar com ele, Rafa, ele tem uma explicação, por mais que possa ser uma explicação inútil e que ele esteja errado, ouve! Não tenta pensar alguma coisa, porque sua mente é seu maior inimigo.

Eu balancei a cabeça, Rafa concordou e roubou meu açaí, dei um tapa na cabeça dela e dei um beijo nas duas indo trampar, uns dez minutos parado o patrão já lota meu radinho de chamada, e depois eu me fodo.

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora