Rafaela
Ali naquele leito de hospital após ser espancada, eu pude ver que Deus nunca me deixou, eu larguei ele, parei de acreditar, me desfiz e me entreguei a um mundo que só me trouxe tragédia, e mesmo tendo feito isso, ele nunca me deixou, nunca.
Escutar aquilo da médica me fez ficar aliviada, leve e feliz, por mais que no começo eu não quisesse ter o filho, eu fiquei feliz que não aconteceu nada a ele, nenhum se quer problema.
Talvez eu tenha que ter esse filho mesmo, diante de tanto milagre, depois de ser chutada na barriga e não ter acontecido nada, é espantoso.
Doutora: Eu vou te dar alta, mais um dia de repouso vai te ajudar bastante, mas lembrando, sem muito estresse, e sem se meter nesses tipos de confusões.- segurou a minha mão.
Rafa: Obrigada.- limpei o gel da minha barriga e ela saiu dando licença.
Olhei para Beatriz que estava falando com minha mãe, mas pelo o que eu ouvia ela não contava da gravidez, pedi para que ela não contasse, eu mesma quero contar para a minha mãe e pro meu pai, eles tem que ouvir de mim.
Mesmo eu achando e tendo a certeza que eles vão negar o próprio neto, mas isso não vai me importar, o que vai importar mesmo é eu e meu filho, que mais que tudo eu quero ter.
Beatriz: Tá bom mãe, eu só estou aqui dando conforto a ela.- disse após dizer que Lagarto morreu.- Beijo.- ela desligou e veio caminhando até mim.- Ouviu a médica né?
Rafa: Sim, Beatriz, amanhã eu vou ficar de repouso.- coloquei meu cabelo para trás da orelha.- Pode ir, eu liguei para o Luiz me buscar.
Beatriz: Eu espero contigo.- ela sentou na cadeira encostando a cabeça nas minhas pernas enquanto eu estava deitada na maca.
Encostei minha cabeça no travesseiro e fiquei olhando para o teto sentindo o maior sono, mas pensando em como minha vida mudou quando eu resolvi me envolver com aquele filho da puta do Lagarto e saí de casa por ele, apenas por ele.
Cá estou, grávida dele, de um canalha que agora está morto, eu não tenho onde cair morta nessa vida. E eu mudei isso quando deixei minha família, a coisa mais importante de qualquer pessoa.
Só tenho meu bebê agora, e ele tem apenas a mim, somos só nós.
Barbosa: Acorda piranha.- apertou meu nariz e eu dei um tapa na sua mão, abri meus olhos e estava ele com Lc, Pietra e Beatriz na minha frente.- Tá melhor loirinha?
Rafa: Que porra é essa, são os trapalhões?- perguntei ao Lc que tava com uns balões de ar coloridos nas mãos.
Lc: De nada, paquita!- sorriu, acabei rindo junto a Beatriz.- Trouxe pra tu, eu traria uma cerveja que tu gosta, mas como tu não pode mais né.
Pietra: Eu ia vim sozinha, mas os espantalhos vieram atrás.- beijou meu rosto.
Rafa: Tudo bem, eu gosto da dupla Patati e Patatá!- falei olhando para os dois que me olhavam.
Lc: Bora, médica te deu alta.
Beatriz: Sua roupa tá no banheiro.- ela me ajudou a levantar da maca me segurando com sua mão.- Os meninos vão te levar para casa.
Barbosa: Ou tu pode ir pra minha.- sorriu fazendo graça, belisquei o mamilo dele e ele me xingou.- Tá parecendo a Pietra apertando meu mamilo, qualé isso dói pra desgrama.
Pietra: Ninguém mandou ter essa peitola gostosa aí.- bateu no peito dele e eu ri dos meus amigos.
Lc: Pra tu não me xingar, trouxe teu chocolate preferido.- me deu uma barra de chocolate.
Rafa: Tu é o melhor, sério.- ele me abraçou, e dei um beijo no seu rosto.
Ele bagunçou meu cabelo e eu entrei no pequeno banheiro que tem no quarto, nós viemos para um hospital aqui no asfalto, mas bem humilde e não daqueles particulares, até porque os meninos nem podem botar as caras.
E mesmo assim eles vieram disfarçados, com boné, óculos e evitando o máximo falar com as pessoas.
Me troquei vestindo a minha roupa que Pietra trouxe, saí do banheiro vendo os meninos estourando os balões enquanto Beatriz pedia para parar, e Pietra comia o meu chocolate, bando de malucos né?
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Amor Proibido
Romancepensar em viver um romance é fácil, amar e deixar ser usado pra alimentar seu desejo, difícil é permanecer, um amor proibido, impossível de persistir, quando um dos dois não quer, nada consegue, e pra prevalecer terá que ter amor suficiente pra cont...