Capítulo 09

31.6K 2.4K 752
                                    

Beatriz

Perguntei na recepção por ele e a recepcionista me disse para esperar, me encostei na bancada esperando ela procurar se ele estava aqui em observação ou internado.

Ela confirmou e me dirigiu até o quarto em que ele estava internado, coloquei meu cabelo para trás da orelha e entramos no quarto.

Ele tava mexendo no celular, seu pé esquerdo estava enfaixado e seu rosto estava todo machucado com alguns curativos tampando.

Me arrepiei toda com medo do que pode ter acontecido com ele, coisa boa é nítido que não aconteceu, e provavelmente foi algo relacionado ao tráfico.

Ele percebeu minha presença e deu um sorriso, mas o machucado impediu fazendo ele fechar novamente sentindo dor.

A mulher saiu e eu agradeci, fechei a porta do quarto e caminhei até ele que encostou a cabeça no travesseiro me olhando com carinha de cachorro abandonado, o que me fez despedaçar.

Bea: O que aconteceu, Luiz?- falei pegando na sua mão e a segurando.- Você se envolveu em uma briga?

Luiz: Um vacilo meu aí que resultou nisso aqui, mas tô bem, um amigo aí vai pagar pra mim ir pra um hospital lá no asfalto pra ter mais tratamento.

Bea: Que amigo, Luiz?

Luiz: Um aí.- eu arquiei minha sobrancelha.- Matador, ele que me ajudou a escapar da morte.

Eu sentei no lado dele na maca sentindo um negócio estranho, não posso ouvir o nome dele que eu fico assim, posso tá sendo muito burra agindo assim, mas eu não consigo evitar.

Luiz: Tu ficou quieta do nada, coe?- alisou minha mão.- Rolou algo lá na tua goma?

Bea: Não, o de sempre só!- ele ignorou e olhou para a porta.- Eu fiquei com muito medo de você estar pior do que está! De você estar prestes a morrer, sei lá, graças a Deus você está bem.

Matador: E a mim também.- sua voz grossa fez eco pelo quarto.

Eu me arrepiei mais ainda, eu nunca havia ouvido sua voz assim tão perto de mim, no mínimo de longe, ou pelos rádios espalhados pelo morro quando ele dava algum comunicado.

Virei meu olhar para ele que estava de frente pra maca com as mãos no bolso da frente, com uma blusa de manga que marcava seus braços.

Apertei a mão do Luiz, ele me olhou me dando segurança, e dizendo que estava tudo bem e que nada aconteceria.

Luiz: Aí Matador, valeu mermo pelo que tu tá fazendo, me ajudando aí sem maldade.- olhei, ele não expressou nenhuma reação pelo o que ele falou.

Matador: Depois que tu ficar bom aí, vou passar umas missões daora pra tu, quem sabe tu procede?

Luiz: Namoralzinha?- ele balançou a cabeça.- Valeu mermo.

- O horário de visista acabou!- apareceu na porta do quarto.

Eu balancei a cabeça concordando, olhei no relógio do quarto e marcavam dez e meia da noite, realmente estava na hora de eu ir embora, não posso dar chance pro meu pai descobrir ou minha mãe brigar comigo, já que eu prometi um horário.

Beijei a cabeça do Luiz e ele disse que ele vai ficar bem, e que não era para eu me preocupar ou preocupar a tia, ou seja, a minha mãe, então eu prometi que não diria nada.

Mas é questão de tempo que ela descubra o que ele fez, o morro todo comenta, e logo chegará nos ouvidos dela e no do meu pai também.

Saí do quarto e Matador veio logo atrás sem falar alguma coisa comigo, o que me deixou apreensiva e com bastante nervoso, apenas saí do postinho sozinha, a rua não estava totalmente vazia.

Só vi um carro passando por mim, e parando do meu lado, olhei e era ele, o mesmo andava com o carro no mesmo ritmo que eu.

Matador: Quer carona?- perguntou me olhando pela janela do carro, eu apenas ignorei apertando meus passos.- Tudo bem, não vou te forçar nada.

Lhe olhei e ele logo acelerou indo embora, o que me surpreendeu, suspirei aliviada e caminhei em direção a minha casa, quando cheguei minha mãe já estava no quarto, parei na porta e ela sorriu aliviada que cheguei, então me retirei.

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora