Capitulo 5

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Nós desembarcamos no que parecia ser um restaurante fino com o nome de "Pildes", que tinha a faixada em blocos vermelhos, um grill e algumas mesas no lado de fora com vista para a cidade enquanto a parte mais chique ficava no interior protegido por uma vidraça transparente iluminada por leds. Lá dentro há uma centena de mesas distribuídas de maneira estratégica para que todos tivessem visão para todo o resto do restaurante. No lado de fora ainda havia um tapete vermelho, recepção com um par de homens trajados em roupas finíssimas de cor azul e um chapéu chique de mesma cor.

Logo que paramos, outros dois homens — talvez os manobristas — se ofereceram para abrir as portas. Eles eram altos e andavam com o nariz empinado.

— Madame — ele me oferece a mão para levantar, só que depois toca a alça da minha bolsa sem que eu peça.

— Na... não.

— Permita, Cecilia. É costume desse lugar ser bem recepcionado. Eles levarão a sua bolsa até a mesa — Johanna entrega a sua mini bolsa com um logotipo dourado nos fechos com duas letras "MW" que deveria ser Macon Window, um famoso estilista da cidade. — Mesa para dois, por favor — ela pede ao recepcionista, um verdadeiro príncipe.

Eu olhei tudo ao redor e só então percebi que se tratava do mesmo restaurante 4 estrelas que vim noutro dia em comemoração a minha bolsa da faculdade e sai com a barriga tão cheia que passei a noite toda gemendo com dor. Mas o pior de tudo era a situação em que eu me encontrava. Num restaurante desses eu pagaria cem euros por um prato de arroz puro e vinte por um copo de agua.

Acho que não posso ficar.

— Johanna, me desculpe mas... acho que não posso ficar. Não tenho como pagar por isso.

— Não se preocupe, eu pago — ela pega um cartão com o homem. — Afinal foi eu quem a convidou, não? Venha, vamos dar uma volta no lugar que Janine Blanchet frequenta e tentar, de forma aleatória ver se conseguimos transformar os 0,5% de chance em algo. — ela me guia para dentro do restaurante onde há dois homens para abrir um par de portas francesas que parecem ser feitas de ouro pela cor dourada reluzente que produzem.

O interior era perfeito, tinha um lustre no teto alto cravejado de diamantes, uma pintura que parecia arte grega do tipo que se encontra em grandes igrejas de Roma e na França estampando anjos e toda aquela coisa bonita. As mesas eram forradas pôr panos brancos de seda e acompanhavam um buque de flores, um diferente do outro. As mesas mais ao fundo tinham o formato das paredes, formavam um L nos cantos e tinham luzes baixas e mais privativas, como se fossem feitas exclusivamente para casais. Aos fundos haviam cinco portas, pelo menos duas delas levavam aos banheiros e as outras deveriam ser da cozinha já que a todo momento, homens e mulheres trajados de azul e dourado estavam entrando e saindo carregando bandejas, taças e comidas que nunca ouvi falar.

Johanna me guia até uma mesa praticamente no meio do restaurante onde assim que pisco, nossas bolsas já estão lá, sendo trazidas por duas pessoas. Eu estou olhando tudo ao redor com uma empolgação infantil, meio que procurando Janine, estou fazendo desfeita da companhia de Johanna já que estou pensando que só aceitei o convite pela tentação de encontrar minha estrela.

Não... não pode ser isso, eu quis vim por ela também.

— Peço desculpas se não encontramos Janine hoje, Cecilia... isso foi um pouco decepcionante.

— Tudo bem. O que você consegue com 0,5% de chance?

— Quase nada — ela riu.

— Você... vem sempre aqui?

— Apenas em ocasiões especiais.

— E...

— Com licença, madames — chega um garçom idoso de nariz em pé, ele está finamente vestido e carrega um bloco de anotações com uma capa dourada. — Desejam pedir?

Meu Indomável Desejo (Edição Definitiva) | COMPLETO!Onde histórias criam vida. Descubra agora