Capítulo 9

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Quando voltamos a sala, todos levantam as suas taças e Johanna apenas sorri na presença deles. Alguns desejam mais do que tudo saber como ela estava, enquanto que outros resistem a essa tentação e estão simplesmente sussurrando uns para os outros como cobras, especulando o que se passava na sua cabeça, murmurando que ela era uma mulher corrompida e que afastava o marido por se vestir de tal forma.

Dakota está do outro lado, bebendo uma bebida escura, segurando a taça com as pontas das unhas.

Johanna abre espaço, puxa uma cadeira para que eu me sente ao seu lado alguns metros de distância dos seus pais.

Em meio a conversa, o senhor Mitchel bate com o garfo em sua taça chamando nossa atenção para si. Talvez seja a hora do discurso que Johanna falou.

Aparentemente ele estava bem, havia um sorriso em seu rosto, como se simplesmente tivesse perdoado o soco que levou e que deixou roxo o lado direito da sua bochecha.

— Amigos e irmãos abençoados por Deus, estamos aqui em mais um ano de vitórias. Nesse dia de celebração é natural que todos estejamos fazendo planos para o novo ano que vai surgir daqui a uma semana, mas que tal antes de tudo agradecermos? Agradecer ao nosso Deus, a nossa família, aos nosso amigos, pedir que ele afaste de nós todo o mal que cerca esse mundo e por último, agradecer a fartura dessa mesa feita por minha saudosa senhora. Agradeçamos em silêncio então por tudo isso?

— Eu agradeço por ter conhecido você — Johanna se vira para mim com um meigo sorriso.

Eu retribuo.

Como esse era o seu agradecimento — e deveria ser silencioso, eu só fecho os olhos e agradeço. Agradeço por ter me deixado viver mais um ano em meio a tantas crises e no final dele ter algo bom para contar; de que havia encontrado algo, alguém que me inspirava força para superar as tristezas.

Além disso, agradecer aos amigos e a mamãe por sempre ter me ajudado.

Feito isso, alguns serventes passaram por nós deixando uma taça para cada e preencheram com um vinho cheiroso e com uma aparência muito atraente. Na mesa, os pratos ficaram a nossa disposição. Tinha peixes, carnes, frutas, sobremesas, bebidas, frutos do mar, saladas e qualquer outra coisa que fosse do nosso agrado. Para minha sorte eu não como muito e em alguns instantes já estou de volta ao meu lugar com um prato pequeno.

Johanna da mesma forma evita o peixe mas come um pouco de todo o resto.

Há felicidade maior do que estar com alguém como ela, que irradia luz e ao mesmo tempo um mistério que a torna o tipo de mulher que você quer ser, mesmo que jamais vá ter a chance para tal? Não, não havia.

* * * * *

— Você ainda acredita em amor após tudo isso o que viveu?

O céu estava maravilhoso e límpido quando alcançamos o terraço da casa, como uma laje planejada onde havia piscina e acessórios de ginastica. Ela virou o rosto para mim já que ambas estávamos encarando o céu lotado de estrelas e alguns fogos pré-natal.

— Sou uma eterna apaixonada, Cecilia. Desde muito cedo achei que Arthur poderia ser o homem da minha vida e pelo visto estava equivocada. Quando terminamos, decidi que precisava ir mais devagar antes de me envolver novamente com quaisquer pessoas.

— Eu nunca namorei — digo olhando para o céu, os braços se acariciando atrás das minhas costas, como se quisesse estar sentindo calor humano mas que o meu era melhor. — Acha que estou perdendo algo?

— Sem dúvidas — ela joga uma mecha de cabelo atrás de sua orelha, cruza os braços a altura dos seios fazendo-os subir um pouco. — Namorar é a melhor coisa que existe. Você consegue encontrar um sentido para existir, sabe que não nasceu para ficar só, e o melhor... sabe que tem alguém para te fazer mulher na hora da cama.

Meu Indomável Desejo (Edição Definitiva) | COMPLETO!Onde histórias criam vida. Descubra agora