Capítulo 8

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Nós caminhamos por todo o salão de entrada onde no canto direito havia uma sequência de mesas cobertas por finas toalhas bordadas a mão com fios dourados.

— Então eu mencionei o meu interesse em comprar um Da Vinci dele e...

— Com licença. Mãe, pai — Johanna se aproxima comigo em suas asas.

Estou diante de cinco pessoas, três delas parecem ser os magistrados da cidade — um juiz e dois advogados que conheço só de vista já que durante o divórcio dos meus pais foram eles quem assinaram os papeis. E também um senhor e uma senhora. A senhora era discreta, tinha cabelos médios num tom acinzentado penteado a perfeição, brincos de ouro puro e roupas de um cinza escuro, vestido longo, um véu fino seguro nos braços e saltos. Enquanto que o homem era alto, tinha a pele clara, olhos escuros e os cabelos grisalhos mesclados a um tom alaranjado muito sutil. Ele estia um terno chique e calçados pretos, além de uma espécie de cachecol vermelho ao redor do ombro.

No entanto, quando ele se virou, a primeira coisa que fiz foi estremecer, sentir um calafrio por dentro do meu corpo e depois desviar o olhar imediatamente.

— Oh, Johanna!

— Gostaria que conhecessem Cecilia Winsloe, minha acompanhante de honra dessa noite.

— Oh, olá, é um prazer conhece-la — a senhora tinha olhos azulados, usava muito batom e uma maquiagem que fazia os olhos brilharem ainda mais. Ela toma a minha mão e segura entre as suas. — Johanna comentou sobre sua possível vinda e que estava a dar os últimos retoques lá em cima.

— Cecilia — o senhor se curva para tomar a minha mão direita enquanto a sua esquerda está escondida nas costas. Ele a beija docemente. — É um prazer. Ficamos felizes em saber que aceitou o convite de Johanna para cear conosco, é sempre bom poder compartilhar do nosso pão e fazer novas e valorosas amizades.

Eu estava nervosa encarando-o de cima e ao mesmo tempo tentando manter um semblante que parecesse o mínimo confortável porque aquele era ninguém menos que o doutor Miller Klaus Mitchel... ginecologista e especialista em anatomia humana.

E também o homem que esteve naquela tarde onde atestou o meu Hermafroditismo, e daí em diante, depois daquele dia eu soube que era uma menina anormal (biologicamente falando).

Esperei por alguns segundos, mas então vi que já tinha passado muitos quando me perdi nos olhos dele.

— Err... ob... obrigada pela recepção. É igualmente um prazer poder conhece-los.

— Cordata. Bom saber que nossa filha tem saído para conhecer alguém que se de o devido valor e aceite o requinte como parte de seu próprio ser. Se veste como uma verdadeira dama da alta, Cecilia. É de alguma família rica da região?

— Mãe, não começa — Johanna questiona.

— Não... senhora...

— Por favor, me chame de Marcelyn! E ele gosta de ser tratado por Klaus.

— Marcelyn... sou uma simples garota da baixa classe-media, assalariada e de família.

A senhora Marcelyn riu, Johanna também apreciou visto que era a minha verdade, nem devia ter soado como uma piada, parece que eles entendem que sou modesta demais para me assumir como uma rica senhora da zona sul da cidade. Será que mantenho essa faixada para parecer legal ou simplesmente ajo como eu mesma?

— É muito modesta — Klaus pontua. Ele tem um olhar observador sobre mim, como se quisesse tirar dúvidas se eu era mesmo a garota que se expos para ele naquela sala pequena e iluminada pelas luzes artificiais. — Divirta-se Cecilia, mais para tarde faremos um jogo de cartas para nos distrair, gostaríamos que participasse.

Meu Indomável Desejo (Edição Definitiva) | COMPLETO!Onde histórias criam vida. Descubra agora