Capítulo 34

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Quando o mundo real voltava para nos assombrar, ambas sabíamos que o retorno a ele não seria tão simples. Sobretudo para mim. Eu tinha abdicado de toda a minha vida para escapar dos meus sentimentos, mas ao voltar para a área comercial de Dublin, sabia que teria de enfrentar os meus chefe, o meu professor, a minha mãe e a minha senhoria, dar explicações que precisariam ser boas o suficiente.

E dentro daquele carro, com o sinal já reestabelecido, aquelas várias ligações perdidas e mensagens na minha caixa eram mais preocupantes do que tudo durante o nosso retorno silencioso. Por um momento, pensava naquela cama e nos nossos instantes de prazer, mas aquilo era ocultado quando comecei a pensar nos gritos de Clark quando eu chegasse a IMS.

— Estou com medo, Johanna — digo sem tirar a cara da tela do celular.

— De que, meu bem? — ela põe a mão no porta luvas e de lá recolhe um maço de cigarros chiques. — Acenda para mim, por favor?

— De voltar ao meu dia a dia, sabe? Eu perdi três dias de aula na universidade e na IMS. Simplesmente não sei como vai ser quando retornar.

Coloco o cigarro em seus lábios enquanto estralo o isqueiro até ele luzir.

— Faltas são consideradas se o motivo for de saúde, querida. Não fique amedrontada.

— Eu sei, mas... eu não estava doente, Johanna, apenas tomei uma decisão impensada e agora tenho que pagar por ela.

— Não se preocupe, vou estar com você se precisar.

— Vou ligar para o Barnes antes de ir até a IMS.

Digito rapidamente seu número e aperto no ligar, ela tem um olhar de expectativa sobre mim enquanto ouço os bipes intensos de ligação encaminhada, até um ruído assumir.

— IMS, gerente de envios e recebimentos, Barnes. Bom dia?

— S-senhor Barnes, sou eu, Cecilia.

— Cecilia! Pelo amor de todos os deuses, o que houve com você? Está tudo bem?

— E-esta sim, mas eu... queria saber qual é a minha situação na empresa. Faltei 3 dias consecutivos por... — eu olho para Johanna. — Motivos de saúde... mas não cheguei a ir no hospital, o senhor poderia considerar, por favor? Esse trabalho é muito importante para mim.

— O RH considera a sua situação extremamente delicada, Cecilia, mas venha até mim para conversarmos, sim?

— Sim! Obrigada, vou estar ai em alguns minutos.

— Nos vemos.

Ele desliga antes de mim e eu estou comemorando por pelo menos ter a chance de ir falar com ele antes de ser destruída, mas Johanna por outro lado parece não ter gostado de algo. Sua expressão rígida e o balançar de cabeça descontente seguido de um som de negação denotavam que algo estava errado, e esse algo estava em mim, talvez em algo que eu fiz ou falei.

— O que foi, Johanna? Você parece ter mudado de uma hora para outra.

— Um comportamento seu me é preocupante.

— Perdão... eu... não entendi. Eu disse ou fiz algo errado a você?

— Não, a mim não, ao seu chefe. Você se mostra totalmente submissa quando usa de muita necessidade e suplica por julgar que algo é tão importante e que você precisa. Pedir por favor para ser ouvida é muito baixo, você me entende? Não deve suplicar para ter o que quer ou garantir o que já tem.

— Desculpa — abaixo a cabeça, envergonhada por ser tão 0. — Nunca fui boa com esse negócio de posicionamento, principalmente na minha empresa onde sempre fui o assalariado e ele e Clark os chefes.

Meu Indomável Desejo (Edição Definitiva) | COMPLETO!Onde histórias criam vida. Descubra agora