Capítulo 12

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Com o avanço das horas pelo dia, eu resolvi sair uma outra vez. Dessa, fui até a biblioteca e recolhi alguns livros para ler enquanto comia algumas besteiras, um deles era sobre um capitão pirata e sua baleia lendária, Moby Dick, outro sobre a Bela e a Fera e um mais importante para mim que era autobiografia de Janine Blanchet — cujo a tarja de aluguel tinha o meu nome marcado 12 vezes. Se tratava do caminho de ascensão dela, como começou e até onde chegou e eu realmente estava empolgada para conseguir alguma resposta ao vídeo que o professor Jackes fez e a todos as pessoas importantes que estavam presentes no palco naquele dia, talvez os homens de terno que estavam próximos de Johanna nas primeiras fileiras.

Durante a minha permanência, eu me encontrei com alguns amigos da minha turma, só que eles estavam entretidos fingindo ser estrelas enquanto eu, nerd, preferi continuar estudando meus livros. Até mesmo Brigith e Maikon estavam na roda e encenaram uma cena em volume mínimo pela biblioteca exigir o silêncio.

Após selecionar aquela gama de livros, eu me direcionei para o balcão onde uma senhora de cabelos brancos tão fofos quanto um algodão estava e passei os livros com o meu cartão, mas antes de sair, notei alguém familiar, na verdade alguém que vi apenas uma vez e até hoje não esqueci do rosto.

A moça da recepção do Eleutério. A asiática com seios tamanho G e um semblante de genialidade que transpira ao correr pelas folhas de um livro de matemática avançada. Ela usa um óculos quadrado fino que se alinha ao seu rosto e da mais expressividade aos olhos pequenos. Eu decido dar um oi, sei lá, saber como ela está.

— Com licença — sutil era o meu sobrenome, mas o que recebo é um rápido olhar dela por cima dos óculos refletindo o branco das páginas que continuava a folhear tão rapidamente.

— Sim?

Quantas palavras ela conseguia ler por segundo?

— Eu... creio já ter visto você em algum lugar. Trabalha no Eleutério, certo? — eu me sento na mesa redonda em que ela estava sozinha mas que cabia 5 pessoas. — Recepcionista. É... amiga de Johanna Mitchel?

Ela fecha o livro quando menciono o nome de Johanna e parece mais interessada, o suficiente para não me deixar a deriva falando sozinha, ela retira os seus óculos.

— Sim... somos colegas de trabalho — ela tapa parte da boca com a mão num gesto de tédio enquanto balança a pontinha dos óculos nos dedos. — Eu conheço você?

— Ah, sou, Cecilia Winsloe...

— Funcionaria da IMS, hum... — ela completa com um aceno de cabeça e um grunhido. — Me lembrei de você, está sempre no pé dela. Agora que já me tirou da leitura, pode me dizer como ela está? Faz dois dias que não a vejo.

— Eu... a vi ontem, ao meu ver ela parecia muito bem.

— Viu ela com quem? — a moça questiona de repente, não sei distinguir qual o seu humor, se está debochando de mim ou curiosa com a vida de Johanna já que seus olhos não dizem nada.

— C-comigo... nós fomos para um lugar.

— Então vocês são próximas. Costumávamos sair a tarde para o happy hour. Johanna é uma mulher incrível, não acha, Cecilia?

Eu olho ao redor como num gesto involuntário, ela era mesmo incrível em todos os sentidos da palavra.

— Acho sim. Er... posso saber o seu nome?

— Alice Kiang — ela estende a mão com um médio e gentil sorrio. — Peço desculpas se fui um pouco rude naquele dia em que a recepcionei, estava estressada.

Meu Indomável Desejo (Edição Definitiva) | COMPLETO!Onde histórias criam vida. Descubra agora