Capítulo 4

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As seis, eu tomei um chá bem quentes antes de partir para a faculdade após resolver todos os problemas do dia e no final dele receber um belo cheque no valor de 575 euros semanais já que ao total eu recebia cerca de 2300 por mês mais comissões, caixinhas de festa no final do ano e aleatoriamente surgia a oportunidade de ser o funcionário do mês e ganhar +10% como bônus.

Me despeço das pessoas, ponho o cachecol para proteger o pescoço e ando até o ponto de ônibus onde algumas pessoas embarcam junto.

As luzes do começo de noite eram maravilhosas. Em algumas decadências dava para ver como elas pontuavam o espaço das cidades, entre os prédios mais altos e nos comércios que abaixavam as portas nesse frio maravilhoso onde os mais corajosos estavam no lado de fora de casa pendurando suas lâmpadas, arrumando pinheiros nos jardins, instalando seu Papai Noel nas chaminés e crianças brincando com a neve como se nem sentissem ela congelando os nódulos da mão.

Quando chego a faculdade há algumas aglomerações de pessoas que compraram os ingressos especiais para que tivessem acesso ao teatro.

Uma quentura percorre o meu corpo quando penso que vou estrelar hoje e minha boca até fica seca visto que até peças atrás eu era uma secundaria e Jackes, percebeu e relatando as minhas difuculdades no relatório de retorno, me deu um papel desafiador como parte da avaliação de dezembro que valia apenas 30% da nota semestral. Eu tinha como recusar? Não!

A Clancy UNI era um sonho para mim. Seus saguões suntuosos era a realização dele, e se não fossem os esforços e trabalho duro da minha mãe para conseguir pagas as mensalidades altíssimas no começo, eu não estaria andando por esses corredores hoje. Uma das minhas poucas vitórias na vida aconteceu quando num concurso onde 50 pessoas disputavam uma bolsa de 100%, eu fiquem em primeiro lugar e fiz um V de vitória astronômico.

Eu corro para a área de teatro e entro numa porta de metal corta fogo de cor cinza onde uma placa diz "Entrada de alunos". Dentro, o cenário muda. Há restos de outras peças de cenário, cortinas, vestimentas, espaços onde poderíamos ensaiar e o palco imponente a nossa frente sobre uma pequena escada, a cortina vermelha era tão grande que tínhamos de olhar para cima arriscando torcer o pescoço.

Maikon e Brigith estavam fazendo a maquiagem quando cheguei e me sentei a frente do espelho.

— Oi. Prontos para o show? — tento manter uma voz confiante, mesmo que esteja tremendo por dentro de ansiedade para algo que já devia ter me acostumado há dois anos.

— Eu sempre estou. Imagina se um conde da minha estirpe não estivesse? — Maikon caçoa. Brigith dá um tapa em seu ombro.

— Soube que a plateia já está cheia! Vai ser um grande show hoje. Sabia que Jackes vai fazer a publicação e venda dessa peça? — Brigith espana sua pele macia e perfeita com um pincel fino, ela parece brilhar com aquela pele natural e sem marcas de adolescência.

— É sério?

— Sério mesmo? Dessa eu não sabia. Agora isso me incentivou a caprichar ainda mais na minha preparação. Quero estar perfeito quando estiverem tirando fotos.

Tirando fotos... de mim também?

Eu olho para a mesa de maquiagens e logo uma das assistentes da faculdade, conhecidas por maquiar grandes estrelas, vem me auxiliar. É uma morena de cabelos raspados e um par de brincos de argola. Ela veste uma blusa decotada e sua maquiagem é forte e roxa.

— Ele disse que quer mais visibilidade para a gente no quinto semestre. Vocês levam esse curso a sério... não é?

— Claro! — respondo de pressa. — É o meu sonho ser atriz de cinema tipo... Marilyn Monroe, Whitney Houston, Silvester Stalone.

Meu Indomável Desejo (Edição Definitiva) | COMPLETO!Onde histórias criam vida. Descubra agora