Capítulo 7

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       Marcela sempre teve uma noção bem clara do quanto se sentia atraída por Gizelly. Durante a infância nunca foi com uma conotação sexual, claro, mas existia uma atração inegável. Alguma coisa em Gizelly a fascinava, fazendo com que quisesse sempre estar por perto, sempre fazer parte de seja lá o que Gizelly inventava. Marcela tinha mais afinidade afetiva com Gizelly do que com qualquer outro membro da família dos McGowan. Se pudessem, passariam o dia penduradas uma no pescoço da outra, trocando confidencias e carícias. Sempre dividiam a mesma cama, por mais que não fosse necessário, afinal, Marcela tinha uma bicama no quarto. Isso não passou despercebido por sua mãe, que reparava em cada fala e ação das duas durante a infância e pré-adolescência.

       Josie era formada em psicologia, e apesar de não clinicar, lecionava matérias na faculdade, nunca parando de estudar.  Tinha com o foco principal o comportamento humano e a antropologia social, mas conforme seus filhos foram crescendo, Josie passou a se interessar bastante pela construção de gênero e a sexualidade humana. Assim, tentou o máximo que pode deixar seus filhos livres de qualquer imposição relacionada a gênero ou orientação sexual, sempre aconselhando quando alguma dúvida surgia, criando um ambiente seguro sem impor limitações e nem nada. Mas por mais aberta que ela fosse em relação a identidade filhos, lidar com cinco adolescentes -cada um com uma identidade e um drama pessoal diferente-, administrar sete salas de aula e ainda escrever a sua terceira tese de doutorado, era impossível  equilibrar tudo com perfeição, alguma bola sempre escapava. E Josie acabou deixando passar a aflição que Marcela lidava dentro de si, sem nem mesmo imaginar. Para Josie, essa porta aberta do "fale comigo sobre qualquer coisa", era o convite para o  "entre quando precisar". O problema é que os adolescentes não entendem realmente seus sentimentos e o mundo, apesar de acharem que sabem. E por mais que a casa dos McGowan tivessem portas de apoio emocional escancaradas, nenhum deles queria realmente dividir seus sentimentos mais conflitantes com a mãe, parecia profissional demais. Pelo menos, era como Marcela enxergava  situação no auge dos seus 14 anos. 

       Marcela e Gizelly discutiam demais, apesar de quase nunca brigarem de verdade. Suas personalidades eram muito diferentes. Com 14 anos, Marcela compreendeu que os sentimentos dela por Gizelly iam além da amizade, quando em uma noite de sexta, Gizelly perguntou para Marcela quem é que ela gostaria que fosse o primeiro beijo dela. Marcela entrou em pânico, porque a única pessoa que ela queria beijar era Gizelly. Tinha sonhado que aquilo acontecia a umas semanas atrás, e simplesmente não conseguia esquecer o sonho. Tinha sido real demais, podia jurar que sabia exatamente qual era o gosto dos lábios de Gizelly. Marcela foi pega de surpresa com a pergunta  e disse que não sabia responder porque nenhum menino da sala a interessava. Então seu coração partiu quando escutou Gizelly dizer que gostaria que seu primeiro beijo fosse com Chumbo, revelando que ele a tinha convidado para tomar sorvete na praça no domingo. Gizelly sempre teve uma quedinha pelo garoto, desde que viu ele no primeiro dia de aula da sexta-série (7ºano). Mas ele nunca havia dado bola para ela. Marcela, depois de escutar o relato animado de "como Chumbo tinha mudado e começado a dar uma atenção especial, porque ele estava apaixonado"a incentivou, dizendo que também achava que o garoto estava interessado nela. Na verdade, Marcela achava que Chumbo estava muito mais  interessando no par de peitos que Gizelly tinha adquirido naquele ano, do que nela em si, mas preferiu guardar aquela observação para ela. Naquela noite, Gizelly dormiu com o rosto  colado no pescoço de Marcela, enquanto lágrimas silenciosas escorriam sem controle pela sua bochecha. Como ela faria para parar de sentir isso? Não sabia o que fazer com aquele sentimento novo que não compreendia direito. Elas eram só amigas. Ela não podia se apaixonar por Gizelly ou será que sempre esteve? Marcela sentia sua cabeça latejar, não sabendo exatamente qual era aquele sentimento, só sabia que não podia senti-lo. Nos meses seguintes, Gizelly e Chumbo começaram a namorar. E Marcela sofreu em segredo, tomando o cuidado para não transparecer o quanto aquele namoro a machucava. Ela aprendeu a guardar seus sentimentos em relação a Gizelly bem fundo no coração, se conformando que nunca poderiam ficar juntas, porque além delas serem duas meninas também eram criadas como primas-irmãs! Era absurdo demais se permitir sentir tudo isso. Ela não podia amar Gizelly daquele jeito, não podia desejar ter Gizelly daquela forma. Era errado. Elas eram família. Marcela morria de medo que todos descobrissem, então se policiava ao máximo para não transparecer o ciúmes de Chumbo. Isso teria que ser um problema só dela, ninguém precisava saber.

           Quando Marcela tinha 16 anos, ela se apaixonou pelo garoto novo da escola, Daniel. Gizelly ainda namorava com Chumbo, mas sentiu ciúmes da atenção que a amiga dava para o menino novo. Para Gizelly, Marcela nunca tinha se apaixonado por ninguém. Tinha sim beijado alguns meninos, saído com outros, mas nunca tinha ficado abobalhada por ninguém. Aquilo fazia Gizelly sentir um sentimento que ela não entendia. Ela só sabia que tinha ciúmes e implicava com Daniel por qualquer coisa. Achava ele muito bobo. Não demorou muito para Marcela e Daniel começarem a namorar. Gizelly não conseguia entender o que Marcela via naquele menino que ela julgava como estúpido. Daniel e Gizelly viviam em pé de guerra disputando atenção de Marcela, mas apesar de Gizelly e Daniel se estranharem  praticamente o tempo todo, Daniel e Chumbo se deram muito bem. Então, por mais que Gizelly não suportasse Daniel, teria que engoli-lo. Afinal, ele era namorado da sua melhor amiga e agora estava se tornando melhor amigo do seu namorado. Que pesadelo.  
           A chegada dos 17 anos trouxe a tona o tão temido vestibular. Gizelly e Marcela sempre estudaram juntas e foram boas alunas, mas  o objetivo de passar em medicina de Marcela e a necessidade de passar em uma universidade pública de Gizelly, fez delas uma  dedicação muito mais estudar no terceiro ano do que em aproveitar o último ano de escola. Chumbo e Daniel não ligavam tanto, e continuaram fazendo bagunça de sempre. Porém, estavam mais afastados das meninas, que dedicavam a semana ao projeto de cursinho, então só saiam com as namoradas no final de semana. Chumbo não aguentou e logo no primeiro bimestre, terminou seu namoro com Gizelly. Daniel e Marcela duram até a formatura. O esforço delas foi recompensado. Então, em março do ano seguinte, as duas se separam pela primeira vez. Marcela passou em Medicina em São Paulo e Gizelly conseguiu entrar  em direito na UFRJ, no Rio de Janeiro. Agora, quase 440km a separariam. Antes de uni-las novamente. 

        Gizelly quase nunca voltava do Rio de Janeiro, apenas nas férias. A distância do Rio de Janeiro e Presidente Prudente são de quase  1.000km, e como Gizelly não tinha dinheiro para passagens de avião, teria que enfrentar quase 18h de ônibus. Ou seja, só voltava para a cidade durante as férias de junho/julho e dezembro/março. A faculdade ocupava um período integral, o que dificultava para Gizelly encontrar um emprego fixo. Só depois do quarto ano, quando conseguiu jogar as aulas restantes para o período da noite, para poder fazer estágio no período do dia, começou a ir em alguns dos feriados prolongados para São Paulo, encontrar Marcela. Já Marcela, sempre dava um jeito de encontrar passagens aéreas na promoção, o que facilitava a ida dela para o Rio com um pouco mais de frequência durante aqueles anos.

        Nos dois primeiros anos de curso, Gizelly não tinha um computador, então só usava o computador do campus da faculdade e quase nunca entrava no MSN. Como naquela época ainda não existiam os smartphones, as duas se dedicavam a conversar pelo telefone algumas vezes na semana e a trocar cartas. A ideia veio de Marcela, ela sempre achou cartas uma coisa extremamente romântica. 

        Marcela foi compreender que era bissexual, e que Gizelly não era a única mulher que a atraía sexualmente, logo no primeiro semestre da faculdade. Na primeira roda de bar, no dia do trote da faculdade, as pessoas falavam abertamente sobre suas experiências sexuais. Coisa que Marcela ainda não tinha um conhecimento muito amplo, já que sua vida sexual se resumia a um sexo atrapalhado com Daniel. Uma das meninas da mesa, Beatriz, contava sobre suas aventuras sexuais com sua namorada de escola. Marcela ficou curiosa e interessada na história, na sua roda de amigos- em Presidente Prudente-, nunca tinha escutado nenhuma mulher falar sobre suas experiências com outras mulheres. Sua mãe não contava, porque apesar dela reafirmar regularmente "como isso era comum e aceitável" ela não entendia de verdade nada sobre o assunto. A experiência mais gay Marcela que tinha vivenciado, durante a adolescência, foi com Gizelly enquanto assistiam  clipes na MTV. Passou uma sequência de "T.a.t.u. - All the things she said" e "Blink 182 - I miss you". Em ambos os clipes, duas mulheres se beijam de forma explicita. Marcela ficou corada na hora, sentindo seu corpo enrijecer, sem saber como reagir. Estava encabulada e excitada, tentando imaginar o que Gizelly estava pensando. Não teve coragem de perguntar, mas percebeu que Gizelly também estava desconcertada com a situação. Ela tentou se ajeitar no sofá acabou encostando o corpo demais em Marcela. Quando se olharam, ambas estavam mais vermelhas do que um tomate, olhando fundo nos olhos uma da outra. O clima esquisito e intenso foi cortado quando Chumbo apareceu na sala, perguntando o que as duas estavam fazendo, enquanto se jogava na poltrona do lado, sem perceber no pulo que ambas deram para se re-encostarem no sofá. Chumbo disse qualquer coisa que Marcela não compreendeu, pois estava ocupada demais tentando re-organizar os pensamentos. Aquele momento ficou fixado na mente de Marcela durante muito tempo. E volta e meia ela se pegava imaginando cenários com finais diferentes, onde as duas se pegavam loucamente pela sala de TV.

         Não demorou muito tempo para  Marcela perder o medo de beijar uma garota pela primeira vez. E, por coincidência, foi justamente com Beatriz , depois dessa primeira experiência, Marcela se entregou com força total ao mundo da bissexualidade. Mas não contou para Gizelly nem por telefone e nem por carta. Foi só durante as férias de inverno, quando as duas estavam de volta a Presidente Prudente. Gizelly e Marcela tinham passado o dia inteiro conversando sobre como tinha sido os últimos meses nessa  nova vida acadêmica. Tinham muita coisa para contar, apesar de se falar sempre. Já passava da meia noite e Gizelly tinha ido dormir na casa de Marcela. As duas estavam dividindo a mesma cama, como sempre, conversando e rindo sem parar enquanto a rádio tocava músicas como plano de fundo. Katy Perry tinha lançado a música "I Kissed a girl", naquele ano. Marcela achou divertido a coincidência com a sua vida. A música tocava baixinho no quarto quando Marcela finalmente reuniu coragem para contar para  Gizelly.  

       -... E aí ele me perguntou se eu não preferia escalar o pão de açúcar dele. Da para acreditar nisso? - Gizelly contava para a Marcela sobre um Italiano que havia conhecido na praia do Leme, no Rio. Marcela estava morrendo de rir da história. Ela sempre morria de rir, não tinha como não rir das histórias de Gizelly. - Ah, eu adoro essa música! - Gizelly disse parando de rir e prestando atenção enquanto cantarolava uma parte da música. Marcela mordeu o lábio. 

      - Eu queria te contar uma coisa. - Marcela disse nervosa e Gizelly percebeu.

      - Você cometeu algum crime? Porque eu estou só no primeiro semestre, ainda não posso te defender.... - Gizelly disse divertida, tentando quebrar o clima. 

      - I kissed a girl, i liked - Marcela cantou o refrão e Gizelly ainda não entendeu. - Só que não foi só uma, foram umas cinco.... e os lábios de nenhuma delas tinha gosto de cereja - Marcela disse tentando soar divertida. Mas Gizelly  ficou um tempo encarando Marcela sem uma expressão muito clara. Deixando Marcela um pouco apreensiva. - Você ta com medo de dormir comigo? 

      - Eu to com medo sim. Porque agora como que você vai resistir a mim? esse pedaaaaaaço de tentação quase carioca. - Gizelly disse rindo, Marcela riu junto aliviada. Parecia que um caminhão tinha saído de cima dela. - Por que você não me contou? - Gizelly disse um pouco chateada. - Acho que esse é o tipo de coisa que você conta para a melhor amiga... tipo, logo que acontece, sabe? 

       - Eu sei....Eu fiquei com medo da sua reação, de ser um problema.... para nossa amizade, sei lá... Eu queria te olhar no olho quando dissesse.... 

       - Eu to bem brava que você não me contou, se teve um problema, é só esse- Gizelly disse rindo -  Eu não ligo para quem você se apaixona Má.... ta tudo bem.... Mas,e o Daniel? foi só uma tentativa de....

       - Não!!! Eu continuo gostando de meninos também.... 

       - Como na música do Legião Urbana?

       - É. - Marcela disse rindo da associação de Gizelly. 

       - E na escola? Você se sentia atraída por alguma menina? - Gizelly perguntou curiosa e Marcela balançou a cabeça negativamente, mentindo. - Como é possível? Você dormiu do meu lado todos esses anos e nunca quis me beijar? - Marcela sentiu a barriga congelar e as bochechas esquentarem - Logo eu? Esse mulherão todo? Claramente o seu gosto para mulher é péssimo - Gizelly disse em tom de brincadeira, mas a curiosidade era sincera. Ela realmente tomou um susto com a revelação de Marcela, mas não foi de uma maneira ruim, na verdade, despertou em Gizelly uma curiosidade imensa com toques de desejo.  

      - Ah Gizelly, você é outra história né? Você é o amor da minha vida.... Se você quiser, eu mudo pro Rio, caso com você e a gente adota umas três tartarugas..... - Marcela disse no mesmo tom que Gizelly usou, mas era verdade cada palavra. 

      - Então eu aceito, Marcela Bicalho - Gizelly disse rindo, enquanto segurava as mãos de Marcela. - Amanhã mesmo eu vou comprar nossas alianças e pedir você em casamento, no meio do jantar. A Josie vai amar. 

      - Ela vai amar mesmo.... - Marcela disse morrendo de rir. 

      - Sabia que ela sempre me falava que queria que eu casasse com um dos filhos dela? Eu sempre achei que ela falava do Enzo. Quem diria que vai ser você.... 


       
       A partir daquele dia a dinâmica da relação das duas tomou uma outra proporção. Regularmente elas "flertavam de brincadeira" uma com a outra. Tanto que os McGowan começaram a perceber. Referiam-se uma a outra como "namorada/esposa", e logo o resto da família também entrou na onda delas, ainda mais quando descobriram a sexualidade de Marcela. Quem não gostou nada dessa história foi dona Márcia, que começou a pegar um pouco no pé de Gizelly, dizendo que era uma brincadeira sem graça e que as pessoas começariam a falar de verdade.  Marcela nunca sentiu confiança para tomar uma atitude mais além com Gizelly e as duas continuaram nessa "brincadeira de dizer verdade", sem realmente saber qual era a verdade ali. 

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    Marcela já  tinha retornado para São Paulo seis meses antes do reencontro com Gizelly no evento de seu primo. Ela já estava decidida a retornar a capital e tinha decido não ir atrás de Gizelly dessa vez. Era melhor assim. Fazia três anos que não se falavam, que não tinham notícias uma da outra. Ela poderia estar com alguém e Marcela não queria correr o risco de estragar mais um relacionamento de Gizelly, para não dar em nada no final, como sempre acontecia. Era fácil manter essa decisão não vendo mais Gizelly, o problema seria continuar com essa postura, caso elas se encontrassem.
     Ela estava na India quando recebeu uma mensagem de audio de Estevão, dizendo que teria que cancelar os planos de viajar para lá para encontra-la, porque Rafaella Kalimann tinha gostado de sua música e iria ajuda-lo a entrar de corpo inteiro no universo sertanejo. Marcela não se aguentou de felicidade e orgulho, sabia o quanto aquilo era importante para o menino. E se Rafaella estivesse no meio, com certeza daria certo. Ela se lembrava de Rafa no projeto da ONG que fez parte. Era uma mulher muito honesta e objetiva, e se tinha visto algo em Estevão é porque ela sabia que daria certo. Marcela era suspeita para falar, né? Qualquer coisa que Estevão fizesse, para ela, era impressionante. Mas se uma mulher como Rafaela Kalimann se interessou, era porque era verdade. "Eu vou ficar rico!!!!" ele disse no audio seguinte e ela riu. 

      - Vai sim, meu amor. Estava a caminho das Índias e aí se descobriu no Brasil!!! Quase como o Pedro Álvares Cabral. - Marcela disse rindo por Audio para Estevão de brincadeira. E ele se divertiu, dizendo que se tivesse que escolher um outro nome, com certeza seria "Estevão Cabral". 

     Marcela não sabia dos planos de Estevão em procurar Gizelly, ninguém sabia. Só souberam quando ele anunciou que estava a caminho do escritório de Gizelly, porque ela seria a sua advogada. O coração de Marcela quase parou. Parecia que quanto mais tentava ficar longe, de algum jeito o universo a puxava de volta.

    Reencontrou Thelma por acaso, quando foi em um encontro com antigos colegas de profissão, fazia tanto tempo que não se viam. Thelma disse que estava casada e que em breve começaria a pensar em ter filhos. Marcela ficou muito feliz por ela. Então conversaram sobre a vida e sobre os planos. Marcela comentou que estava com vontade de iniciar um projeto social com a intenção de levar educação sexual e ginecologia natural para os jovens e meninas da periferia. Thelma adorou a ideia e se disponibilizou a ajudar. Era por isso que elas tinham se encontrado naquela quarta-feira, para discutir os moldes do projeto e dar inicio a parte de burocracia e convidar outras pessoas para fazer parte. Conversaram durante umas três horas. Marcela ficou muito feliz que o projeto estava caminhando e em breve sairia do papel e daria inicio a parte que ela mais gostava: contato com as pessoas.

   Já estava no metrô, a caminho do seu apartamento, quando sentiu seu celular vibrar com uma mensagem. Pensou que pudesse ser Thelma, porque desde a faculdade ela fazia isso. Sempre tinha uma ideia que tinha esquecido de comentar e aí aparecia umas horas mais tarde com o famoso "amiga também tem isso..." como ficou conhecida na faculdade, durante aquela época tão boa. Sentiu sua barriga gelar quando viu que a mensagem não era de Thelma e sim de  Gizelly. O Universo era mesmo um palhaço. 


"Eu preciso tanto da minha amiga agora." 





 

Ainda sem quererOnde histórias criam vida. Descubra agora