Sentei-me ao lado de Flávia em um dos sofás.
Helen: Antes que vocês comecem a tagarelar sem parar, eu vou direto ao assunto. O ano letivo vai começar e vocês tem que ir pra aula. Já me basta carregar o fardo de "cafetina" de vocês. Não quero ser pega e ter a acusação de impedi-las de ir pro colégio também. Não quero menina minha burra por aí.
Bruna: Ô, Amanda, pode sair, viu!? –Foi completamente inevitável não rir do que a Bruna tinha dito. Foi cômico.
Helen: Bruna, cala a boca. –Ela olhou seriamente pra Bruna, Amanda estava com sorriso de orelha a orelha. – Enfim, acho que todas estão matriculadas em uma escola já, só a Manuela que não. Certo!? – Assenti com a cabeça quando ela me olhou. –A gente resolve isso depois, Manuela.
Helen queria que a gente fosse pra escola? Minha cabeça deu um nó enorme. Vai ver ela não é tão insensível assim e mesmo lucrando com isso, espera que a gente possa sair um dia daqui e quem sabe, ter uma vida melhor. Sem estudos a gente ia continuar na merda.
Guilherme: Mãe, por que eu to nessa reunião de calcinhas?
Helen: Já ia chegar nessa parte, meu filho. Eu não quero que absolutamente nada do que as meninas fazem aqui, seja dito. Eu confio em você, Gui. Mas o negócio é sério. Eu posso ir pra cadeia se alguém sonhar com isso. Todas as meninas são menores de idade e você também é, Gui. Posso perder a sua guarda. E outra, se alguém souber que vocês são garotas de programas, a vida social de vocês vai pro ralo. Então, meninas, nem pensem em abrir o bico sobre qualquer coisa do que acontece aqui.
Bruna: Ah, claro, porque é nosso sonho sair espalhando por aí que somos garota de programa.
Helen: Droga, Bruna, quem te deu permissão pra abrir essa merda que você chama de boca? Fica na tua e só dá sua opinião, quando eu pedir.
As meninas olharam assustadas umas pras outras. Helen foi estupida com a Bruna, que ficou quieta e não disse mais nada.
Guilherme: Mãe, eu jamais falaria o que acontece aqui pra alguém. Além de não me orgulhar disso, eu não quero te por em risco. Por mim, nunca ninguém vai saber de nada.
Helen: Estamos entendidas, meninas? Eu não quero provocações no colégio, como vocês fazem aqui. Uma chamando a outra de prostituta e derivados. Se odeiem quanto quiserem, eu to me cagando pra briguinhas de vocês, só não se coloquem em risco e não me levem pro buraco com vocês. Bico calado.
Todas nós assentimos e a Helen saiu de casa. Guilherme ficou conversando um pouco com a gente.
Guilherme: Imagino a quantidade de xingamentos a minha mãe devem estar passando na cabeça de vocês agora.
Bruna: Não. Tu não faz nem ideia.
Jack: Ela não é nenhuma flor que se cheire. Convenhamos.
Guilherme: Continua sendo a minha mãe.
Bruna: Azar o teu. Bela consideração tua mãe tem por você. Te fazendo morar debaixo do mesmo teto que as garotas de programa dela. Ela pode ser eleita a mãe do ano. Você não acha?
Guilherme olhou estranhamente bravo pra Bruna. Parecia que esmurrava-a só com o olhar. Ele se levantou e foi pisando duro pro quarto.
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Puta Profissional
Teen FictionSinopse: Manuela estava cansada de levar tantos murros de seu pai. O pior de tudo, era ver sua mãe numa situação pior do que a dela. Ela já havia implorado para que sua mãe denunciasse seu pai, mas a mãe se recusava. A mistura de medo e amor que ela...