Can I Stay

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Com certa dificuldade havia saído da banheira vestindo o roupão estrategicamente deixado por perto e, com receio, descendo meu olhar notei algumas manchas em meu tronco. Ótimo, tudo que não precisava eram de marcas para explicar a Eunhyuk! Suspirei fechando o roupão e caminhando para o espelho em frente a pia. Meus olhos inchados pelas lágrimas me faziam franzir o cenho em me perguntar como pude ser tão fraco! Eu deveria ter me defendido de alguma forma, ao menos uma vez.

Abri o armário com pouca força, procurando por algo que fizesse minhas dores diminuírem. Perguntava-me porque daquela vez doera mais que das outras vezes - não que minha cabeça estivesse em completa ordem para que estivesse pensando naquilo - mas talvez fosse por não ter comido algo a tarde inteira. Encarei meu reflexo tendo a visão de meus lábios inchados e meu maxilar com marcas, minha boca em um não tão discreto corte me fazia morder o lábio por nervosismo, acabando por arrepender-me.

- DongHae...? - Ouvi ao longe a voz inconfundível de Eunhyuk e o barulho da porta do quarto sendo fechada e em um desespero cinematográfico, acabei por derrubar alguns remédios do armário ao chão.

- Desculpe o atraso, resolvi ir ao apartamento para... Arrumar algumas coisas.

- Droga... - Resmunguei me apoiando na pia, sentia que não aguentaria meu próprio peso sem que me apoiasse em algo. O ouvi bater na porta, me amaldiçoando em tossir repentinamente levando minha mão aos lábios, mas ao menos daquela vez não cuspira sangue.

- Amor... Está tudo bem? - Ele tentou girar a maçaneta, mas em vão. - DongHae, por que trancou a porta?
Afastei-me da mesma, encostando minhas costas na parede ao lado do armário. Podia ouvir a tranca ser forçada, o que me fez fechar os olhos sentindo uma dor de cabeça forte.

- DongHae!!

Sua voz se exasperou e não deixei de me encolher. Não queria que ele me ajudasse! Não queria! Sabia que ele iria me olhar com olhos piedosos, se martirizar por não ter me ajudado e daquela forma, me sentiria mais indefeso que o definitivamente já era, eu não precisava daquilo, não precisava de pena! Afinal, eu era apenas um adolescente orgulhoso.

- Hyuk... Por favor. - Sussurrei baixo, e repentinamente ele parou de forçar a maçaneta, o que me fez relaxar e escorregar pela parede até me sentar no azulejo frio do chão. Passei meus dedos de leve em minha bochecha e testa, sentindo alguns arranhões em conta dos cascalhos na ponta de meus dedos.
A porta foi aberta sem arrombamento, o que me fez pular assuntado e um gemido sair por minha garganta. Eunhyuk parou em minha frente, com uma chave em suas mãos.

A chave reserva.

- DongHae... - Ele se abaixou ajoelhando-se na minha frente. Sua mão se aproximou, mas virei o rosto não querendo ver seu olhar de pena.

Ele não disse nada, apenas se levantou e pegou alguns remédios e pacotes que havia derrubado, voltando ao quarto. Ele voltou parando novamente na minha frente com o cenho franzido encarando a banheira ainda cheia, a água estava avermelhada graças a cada vez que havia tossido, somada a todos os cortes. Ele voltou sua expressão para mim, se agachando novamente.

- Eu vou te levantar, tudo bem? - Disse baixo. Assenti e logo um de seus braços passou por minhas costas e o outro por debaixo de minhas pernas.

Gemi quando me puxou, e ele sussurrou um desculpe em meu ouvido para em seguida me erguer. Com meu corpo curvado, a dor apenas piorou, mas por ele ter me ajudando permaneci calado. Seguiu comigo em seu colo até o quarto, onde me deitou cuidadosamente em nossa cama. Um sorriso tranquilizador enfeitara seu rosto, e um sorriso desajeitado desenhou meus lábios maltratados.

Com cuidado ele passou uma gaze com liquido incolor nos cortes de meu rosto, enquanto com sua mão livre segurava a minha. Quando tratou de todos os arranhões em meu rosto, me deu um remédio que não ousei recusar, mas lentamente me fazia sentir menos dores no estômago e cabeça.

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