– Com licença... Você está perdido? – Levantei meu olhar para a voz ligeiramente nasalada e inconscientemente, acabei franzindo o cenho ao encarar o sorriso no rosto do garoto que me encarava, ele piscou algumas vezes parecendo confuso ou incentivando-me a o responder. De uma forma quase estúpida olhei em volta, perguntando-me se ele realmente estava falando comigo ou se de alguma forma eu parecia perdido.
– Não... – Seu sorriso adornou ainda mais seus lábios cheios e seus olhos fechavam-se completamente. Não sabia exatamente o que fazer, não tinha certeza se sorria para aquele estranho, se talvez eu devesse levantar e o cumprimentar polidamente, ou se apenas ignorava seu sorriso gentil e continuaria calado sentando no chão frio.
Ele assentiu e sentou-se defronte a mim, escorando-se na parede e deixando do seu lado sua mochila. Encarei-o por alguns segundos estranhando o modo como continuava sorrindo, ele esticou ambas suas pernas tombando sua cabeça para o lado, olhando-me confuso.
– Por que está sentado aí? – Encarei seus olhos novamente, notando o quão pequenos eram, seus cabelos curtos e avermelhados o deixavam parecendo algum rebelde sem uma real causa.
– Eu... – A verdade era que não sabia como o responder, já que ele fazia o mesmo. – Estou esperando uma pessoa.
– Ah! Eu também. – Ele assentiu infantilmente durante segundos, mas logo se virou para sua mochila abrindo-a. – Qual seu nome?
Assisti ele pegar uma barra de cereais da mochila, tentando a abrir sem sucesso. Eu poderia rir de suas expressões engraçadas enquanto não conseguia arrebentar o plástico, mas estava confuso demais para aquilo.
– Donghae. – Disse baixo e, apenas por educação, continuei. – E o seu?
Quando finalmente conseguiu abrir o plástico, deu uma gargalhada alta me fazendo estranhar sua comemoração infantil apenas em conseguir abrir aquilo. Ele olhou para mim e, novamente, sorriu doce.
– KyuHyun, me chamo Kyuhyun. – Ele acenou como se estivéssemos longe demais, assenti levemente e sem que eu pedisse ele arremessou uma barra de cereal. – Parece com fome... Quanto tempo está aqui?
Calculei por algum tempo, mas antes de o responder corri meu olhar por sua roupa. Ele usava o mesmo uniforme que o meu e forcei minha mente a tentar lembrar-se daquele garoto.
– Quase uma hora, eu acho...
– Ei... – Ele me encarou por alguns segundos. – Você é o novo morador desse apartamento?
Flexionei minhas pernas até as abraçar, fazia frio naquela tarde. Assenti para sua resposta, vendo mais uma vez um sorriso da parte dele. Eu tinha certeza que ele continuaria com suas perguntas, mas tanto ele quanto eu nos surpreendemos com a chegada de seu impedimento a futuras perguntas.
– KyuHyun? O que está fazendo aqui? – Um garoto terminara de subir as escadas, carregando consigo uma pasta negra. Kyuhyun levantou-se rápido, sorrindo ainda mais largamente, permaneci calado tentado parecer normal sentando em frente à porta do apartamento de Eunhyuk, parecendo realmente uma criança perdida.
– Eu estava esperando você. – Kyuhyun tinha a voz alta, disso eu sempre irei me lembrar, assim como seu sorriso fácil.
– Sua mãe sabe que está aqui? – O garoto que até então não parecera me notar, destrancava a porta encarando os olhos de Kyuhyun.
– Na verdade não... esse é o Donghae, o novo morador! – Ele virou-se para mim, e pude notar os olhos do outro semicerrarem para Kyuhyun.
Durante aquela uma hora que havia permanecido sentado lá, esperando a chegada de Eunhyuk, eu descobrira coisas. A primeira era que Kyuhyun era hiperativo e simpático, a segunda era que o garoto com que ele tinha uma amizade estranha se chamava Sungmin, e era um escritor um tanto quanto estranho, mas ainda simpático.
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Wake Me Up
FanfictionNunca fui poético para me expressar da maneira que desejava, então faço-lhe da maneira que me parece afável tanto quanto. Entretanto, ainda me permito arriscar.