Can you feel it?

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-Hyuk, eu não irei quebrar... Então não me trate como suas antigas namoradas. -Minha voz ofegante o fez abrir os olhos, olhando me curioso. - Eu não vou quebrar se usar ao menos 1% de sua força.

Seu senho franziu e seus olhos semicerraram em uma expressão engraçada e admito que um receio me dominou.

-Você realmente quer que eu use essa porcentagem, Hae? -Subitamente o senti empurrar meu corpo, me fazendo descer do seu colo e cair desajeitadamente deitado na cama olhando para o mesmo assustado com tamanha grosseria. -Não me olhe assim, como se eu fosse frágil, Hae.

Ele atacou meus lábios com ferocidade e não pude conter um gemido de dor ao sentir sua mão livre estapear e puxar para si minha perna direita. Levei minhas mãos a seu peito tentando, inutilmente, o tirar de cima do meu corpo fraco, comparado ao seu. Talvez notando minhas falhas tentativas, ele amenizou a ferocidade do beijo, fazendo me perceber apenas naquele curto tempo o gosto ferreo do beijo. Sangue.

Desviei meu rosto do seu, apenas por ele ter permitido, devo admitir. Não satisfeito, o sentir descer seus lábios ao meu pescoço o beijando carinhosamente.

-Desculpe. -Sua voz abafada acompanhada de um riso fraco me fez estapear sua cabeça.

-Seu idiota! Nunca mais faça isso. -Minha voz saiu aguda, pela primeira vez.

Ele levantou seu rosto, olhando me analítico enquanto sua mão -que antes apertava minha perna possessivamente- agora subirá até a mão repousada ao lado de minha cabeça fechada em punho.

Ele a segurou calmo, me fazendo desfazer a força imposta sobre a mesma. O senti entrelaçar nossos dedos voltando seu olhar para mim e em câmera lenta - em minha apaixonada visão - ele me beijou com calma, sugando meu lábio inferior para dentro de sua boca e ali estancando o quase inexistente corte. Devo admitir que gemi abafado, afinal, nunca tinha sentido nada comparado aquela sensação.

Ele se afastou e de olhos fechados o ouvi rir soprado.

-Então haverá mais vezes? -Seus olhos praticamente fechavam em um sorriso terno. Ele... Esperava mais vezes! Aquela fora a primeira vez em minha adolescência que senti a força daquela sensação possuir me. Meu peito pareceu demasiadamente pequeno para o sentimento devastador o invadindo. O senti apertar nossas mãos e notei que meus olhos marejaram infantilmente. - Por que está chor... -

-Eu te amo. -Disse exasperado, o observando arregalar os olhos surpreso. Levará minha mão livre a seu rosto, contornando e o puxando sutilmente para baixo.

Nosso lábios novamente colocaram se em modo carinhoso, me fazendo realmente aproveitar. Entreabri meus lábios fazendo com que ele aprofundasse o beijo. Nossas línguas logo começaram uma batalha por espaço, apenas começamos a apreciar a boca um do outro. Forçava-me a lutar entre manter minha mente focada em decorar todos os cantos e detalhes ou em apenas exasperar em um quase êxtase. Hyuk acelerou seu ritmo, me obrigando a acompanhar sua velocidade, desci minhas mãos de seu rosto para seus braços apoiados no colchão, apoiando seu próprio peso sobre mim.

Minha respiração começou a falhar e notando isso ele desacelerou seus movimentos, os parando para por fim se afastar. Segurei seu lábio inferior entre meus dentes os puxando até os soltar, para o visualizar inchado e vermelho.

-Por que você me ama? -Soltou minha mão, descansando meus lábios na curva de meu pescoço. Me permitindo encolher sutilmente pelo roçar ali e pelo passear de sua mão por dentro de minha camisa, acariciando a lateral de meu corpo.

Mordo meu lábio com força, cada toque seu era tão natural e inocente que parecia que nada iria mudar entre nós. Me forcei a elaborar uma resposta madura e em um controlar falho para que os arrepios em minha coluna e pescoço cessassem.

-Eu te amo porque você... é como um herói desde pequeno, amo porque você foi o único a cuidar de mim quando mais precisei... -Levei minhas mãos até seus cabelos os puxando delicadamente, escutando sua risada soprada. -Eu te amo porque, mesmo você sendo um idiota, eu não me importo em ficar ao seu lado... Porque você é único.

Levantei meu olhar para o teto, o sentindo apertar a lateral de minha coluna carinhosamente. Abaixei meu olhar me deparando com seu olhar terno e um rubor singelo em seu rosto, não pude conter o sorriso conquistando meu rosto.

- Eu te amo... - Ele sussurrou contra meu pescoço o fazendo sorrir ao perceber meus batimentos cardíacos, foi ali que descobri como era estar bobamente apaixonado.

Uma agonia começará a me cercar, talvez porque tudo aquilo estivesse parecendo bom demais ou fácil demais, como se algo fosse tirado por entre meus dedos, ou talvez eu acordasse no dia seguinte e recordasse de tudo como um sonho afável. Talvez no dia seguinte eu acordasse e ele negasse -mesmo que o conhecesse o suficiente para saber do contrário- e dissesse que tudo foi um erro. Meu maior medo era que Eunhyuk estivesse sendo recíproco ao meu amor jovem por uma provável pena, que estivesse me protegendo de uma rejeição dolorosa.

Mas eu não ligava se tudo aquilo fosse somado a uma verdade.

Havia dito que não era algum tipo de masoquista, mas talvez fantasiar em minha mente de sua sinceridade e amor fosse algo que pudesse aguentar.

-E você, por que você me ama? - Sorri com a certeza de um rubor intenso presente em meu rosto, junto a uma sensação estranha em minha garganta.

-Porque a cada toque seu, mesmo que agora, eu me sinto mais homem do que em qualquer outro momento. Porque... Porque cada pequena coisa que faz, tem proporções enormes em mim. Eu te amo porque você poderia amar qualquer outra pessoa... -O olhei curioso, elevando uma sobrancelha. -Mas mesmo assim me ama...

E mordendo o lábio inferior, ele finalizou seu monólogo.   

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