Cap 2.

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Dias, incontáveis dias, histórias sobre o tempo, a o que ele nos submete e o que nos faz passar é engraçado não é mesmo, Amanda. Você era diferente, lutou tanto pra chegar onde se encontra a custo de que? a morte de seus pais talvez, deis de pequena lidando com tanto, 16 e um histórico de mentiras e trapaças, mas você não é culpada não é.

Então quem é o culpado? Eu? Eu apenas narro o que vocês fizeram, quem decide se foi bom ou ruim são eles.

Hoje me peguei pensando muito em você Amanda, você é encoberta e protegida pelas merdas que faz pelo seu lindo irmão Mason, mas até quando. Linda família Berbere destruída tão cedo, seus pais morreram em um acidente de carro, estavam voltando de uma longa viagem de reconciliação. Amanda tinha apenas 11 anos, Mason 17 jovens demais para uma perda e dor irreparável.

Amanda, nossa bela e amada Amanda, o que te faltou? Amor? Coragem? Vamos lá você sabe bem que Max não é o melhor dos namorados pois você sabe de suas traições e mesmo assim continua calada, manter as aparências é tão importante assim? Como se seu doce irmão não te defenderia com unhas e dentes, diga me, amor, não é você nunca o sentiu, a não ser pelo Jason, seu maior segredo é que você sempre quis ser Alice. Opa falei demais.

“Shakespeare”

12AM Queenstown – Nova Zelândia “MUSICA, I hold you – CLANN.”

“E Julieta disse a Romeu: De que vale um nome, se o que chamamos rosa, sob outra designação teria igual perfume?”.

A querida Julieta, nomes são nossas marcas para o resto de nossas vidas, elas dizem que nós somos é nossa marca. Aqui também não seria diferente, um nome tem vida, um nome tem história, eu posso me chamar de rosa, mas meu perfume cheira a morte.

- Seu argumento será desconsiderado, eu preciso dele.

- Bom, senhorita sem nome eu também preciso, preciso dizer o quanto este projeto de romance é uma genuína farsa.

- Farsa?! Isto é Romeu e Julieta o que tem é o mais singelo amor aqui! – Disse Ísis, dando a volta na prateleira, ficando de frente para Lírio.

- Amor, talvez, singelo, acho que não. Ficarei com este livro. – Disse Lírio pegando o livro da mão de Ísis e dando a volta por ela, sentando em umas das mesas ao fundo para ler. Ísis obviamente a seguiu.

- O que você quer dizer com “acho que não”, irá me dizer que Romeu e Julieta não foi prova o suficiente de que se tem que lutar pelo o que se ama? – Disse Ísis se sentando ao lado de Lírio tirando o livro de sua face, dando a acesso a aqueles olhos castanhos insuportavelmente bonitos.

- Apenas acredito que não houve lutas ali, houve grandes buracos preenchidos por nada. Do que adianta tanto esforço, para no final perder aquilo que se mais ama. Como disse Gilbert Chesterton “Amor significa amar o não amável” eles se amaram, mas a que custo? Eu digo a qual, custou suas mortes.

- Tá, mas e sobre “A vida é um sonho e a morte é o despertar” se eles precisassem realmente morrer para se encontrar? O que me diz agora – Disse Ísis, convencida de que ganhou.

- Uma frase de Schopenhauer, parabéns suas citações foram válidas, agora eu posso saber seu nome, desconhecida? - Antes que Lírio conseguisse sua resposta o sinal tocou.

- Olha deu minha hora. – Disse Ísis se levantando cortando seus olhares e percebendo a hora, como não pode notar, aquela garota tinha prendido sua atenção totalmente, não foi como se não tivesse achado intrigante o jeito que ela falava com tanta emoção sobre aquilo, foi extremamente, confortável? Não tinha se sentido tão solta e leve em uma simples conversa com quem nunca tinha visto.

Ísis saiu de lá voando não sem antes dizer:

- Foi um prazer te conhecer e aliás” de que vale um nome, se o que chamamos rosa, sob outra designação teria igual perfume?”. – Abriu a porta da biblioteca e após olhou para Lírio sorridente e alegre, se foi.
Lírio não tinha palavras, para descrever o que foi aquilo, aquele dialogo o livro em sua mão e aquela desconhecida quebrando seus fatos como ninguém jamais ousara, ela era diferente e Lírio sabia disso, Lírio sentiu isso.

Refeitório

Todos estavam sentados a mesa principal do refeitório, o refeitório estava cheio pessoas pra lá e para cá conversando e animadas com a sensação de primeiro dia. Alice, Dylan e Amanda como todos os dias, Alice já havia os avisado que Ísis havia ido à biblioteca deixar seus livros, como todos a conhecia ela iria provavelmente ficar muito tempo por lá.

Os 3 estavam conversando coisas banais até que o sinal tocou, ficariam por lá precisavam conversar.

- Vamos fazer na casa de quem? – Disse Amanda para Dylan e Alice até que uma Ísis veio andando em suas direções já se desculpando pelo leve atraso.

- Na minha ou na de Ísis, é aniversário do Mason e precisamos que saia tudo okay para o próximo mês. – Disse Dylan se levantando e beijando Ísis. – Alice, por favor você sabe que Max estará lá, não discuta com ele por favor.

- Tentarei, por Mason.

- Amanda, por que não na casa de vocês? – Perguntou Ísis, a Amanda.

- Estamos em reforma, achei que tinha falado isso para vocês.

- Okay, vamos falar sobre o que realmente é para ser falado, a festa de boas-vindas. – Disse Dylan, espalmando suas mãos na mesa.

Após voltarem para suas respectivas salas, o tempo passou como um sopro e já estava na hora da saída. Lírio acabou pensando bastante sobre a garota ruiva, que esqueceu seu encontro que foi adiantado pela incrível Alice, que não aguentava mais Mason em seu encalço pedindo para ver ela ou arrastar ela para alguma festa que ele estaria.

Lírio divagava em seus pensamentos, quando uma Alice pulou em sua frente a assustando.

- Garota! Não consegue apenas dizer oi?

- Infelizmente não, já está preparada para conhecer o Mason!?

- Ah, é hoje pensei que seria sábado. – Disse Lírio enquanto andava junto a Alice no campus.

- A é eu e Jason mexemos uns pauzinhos.

- Como sempre né.

MUSICA, These memories – Hollow Coves

Antes que Alice pudesse responder Jason buzinou as chamando. Elas entraram no carro e foram a sorveteria onde Mason já estava lá, sentado olhando pela janela com uma camisa preta básica, um shorts leve cinza e seus tênis preto, aparentemente calmo, mas ele estava tão nervoso quanto no dia que iria se declarar para Melissa Gilmore, no primeiro ano do ensino médio.

- Pronta senhorita Lili? – Disse Jason, sorridente a sua irmã quando parou o carro em frente a sorveteria.

- Mais, impossível – Disse Lírio, com uma animação consequentemente falsa. Desceram do carro e foram em direção a entrada. Jason e Alice de mãos dadas na frente e Lírio apenas seguindo se perguntando quem seria o louco que ela conheceria dessa vez.

Ao entrarem um rapaz tanto quanto bonito julgou Lírio. Se levantou cumprimentando Jason com um abraço caloroso, como de dois amigos de longa data que eram. E cumprimentou Alice assim também, o julgou um senhor amoroso pelo tanto de abraços não era acostumada com tal gesto. Até que chegou sua vez, Mason olhou a ela e levantou sua mão como forma de cumprimento, Lírio sentiu suas mãos suadas, percebeu que estava nervoso, mas apenas o olhou e esboçou um riso engraçado, porém baixo, ele a olhou confuso, mas sorriu se sentindo aliviado.

- Vamos buscar os sorvetes, mesmo de sempre? – Perguntou Jason, arrastando Alice consigo que queria ficar a espreita para ver mais da interação dos dois.

- Sim! – Responderam em uníssono seria estranho senão fosse engraçado.

Jason e Alice apenas sussurraram um okay, saindo e os deixando à sós.

- Sente-se.

- Então, você é o famoso Mason, soube que queria me conhecer, vejo que está bem ansioso também. – Disse dando uma leve risada.

- Okay, famoso, nem tanto, espero que só tenha ouvido coisas boas sobre mim, como eu ouvi de você. Desculpe, estou mesmo achei que esse dia nunca chegaria. – Disse Mason entusiasmado por estar ali com ela.

- Acho que eu tenho uma parcela de culpa, correto?

- Acho que pelas minhas contas você me deve, 157 encontros.

- Dizer um número aleatório até eu consigo, já disse que foram imprevistos.

- Espero que agora que me conhece, espero que não tenha mais “imprevistos”.

Jason e Alice voltaram com os sorvetes em mãos, se sentaram ao seu lado e participaram de uma conversa alegre e divertida. Quando viram já escurecia e resolveram ver por do sol no deque da cidade.

- Gostou de me conhecer senhorita Lírios azuis, viu não sou nenhum, maníaco. – Disse para Lírio que apenas riu.

- Gostei, senhor Mason Berbere, mas posso saber os azuis aí em meu nome, que eu saiba meu sobrenome é outro.

- Mas é claro, Lírios azuis são uma homenagem a beleza, mais especificamente a sua beleza.

- Galanteador admito, obrigada por este ótimo fim de tarde senhor Berbere. – Disse Lírio caminhando ao seu lado até o fim do deque onde se sentaram na beirada.
Jason e Alice estavam logo atrás.

- Acha que eles formariam um belo casal?

- Talvez, conheço Mason minha vida toda se ela quer se sentir segura e amada ele é a pessoa certa pra isso.

- Jason, ela saberá quando chegar a hora, espero que ele seja a pessoa que mostre para ela que o amor é algo verdadeiro demais para ser evitado. – Disse Alice os olhando, e percebendo que realmente o amor é algo verdadeiro demais para ser evitado.

Eles andavam juntos, mas distantes Alice abraçada a Jason, sabia que era cedo, mas era tarde demais também. Lírio sorrindo, sentada com Mason vendo o quão lindo era tudo aquilo, mas até quando tudo isso duraria? Amor é verdadeiro demais para ser evitado e também verdadeiro demais para ser envolto com mentiras, ou não.
...

Eu estava pensando sobre vidas, notei que tudo é uma grande peça. Onde somos figurantes em vidas alheias e nunca protagonistas, somos personagens em vidas ao lado. O que me leva é, quem comanda essa peça? quem é o diretor que nos mostra como agir, se eu improvisar, se eu fizer o que nunca imaginei? O que eu quero dizer com essas questões é nossa hora chega, um dia seremos protagonistas de nossas histórias, um dia saberemos atuar e ver que somos tão bons nisso e nunca mais saber discernir o que é real e o que eu criei.


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