Capítulo 02

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A ficha ainda não tinha caído, o meu pai e Alura tinha falecidos no acidente na dultra. Seus corpos tinham sido enterrados a poucas horas atrás. Sentia o meu corpo doer, Liam estava sobre os cuidados da assistência social até amanhã, quando o advogado do papai iria resolve tudo. Na noite do acidente o bebê estava com a babá, enquanto os mais velhos sairam para jantar fora. De certa forma isso me tranquilizava, ao menos o menino estava protegido.

De banho tomado eu me encontrava sentada no sofá com as pernas dobradas. Uma taça de vinho estava em minha mão, enquanto a manta grossa cobria minhas pernas.

- Não acha que já bebeu demais? - Sam se senta na mesinha de centro, suas mãos param em meus joelhos dando um aperto de leve.

- Não o suficiente para esquecer aquela cena. - tomo todo o líquido de vez.

- Lee, você ainda não chorou, se permita sentir a dor. Não vai te fazer bem guardar tudo isso. -apenas solto um sorriso sem humor.

- Tanto faz, Sam. - olho em direção a sacada, a porta de correr aberta me permite ter a vista da lua fazendo companhia as estrelas.

[…] - Você acha que a mamãe está olhando para nós agora? - viro a cabeça em direção ao papai deitado ao meu lado na grama.

- Sim, tenho certeza princesa. - seu indicador pincela meu nariz que logo se enruga com o toque. - Ela deve esta admirada com a sua beleza.

- Mesmo eu estando banguela?- exibo minhas janelinhas.

- Essa Banguela é um charme.

Trocamos um sorriso cúmplices. Encosto minha cabeça na sua, enquanto observamos as estrelas em volta da lua. […]

- Que tal irmos deitar um pouco, uhm? Amanhã você tem que esta cedo na casa de seu pai.

- Falecido pai, Sam. Quando eu chegar lá amanhã não serei recebida por abraços. - pego a garrafa do lado da morena, encho minha taça derramando um pouco do líquido no piso. - vou limpar isso.

Apenas escuto Samantha bufar enquanto caminho até a lavanderia a procura de um pano, e algum produto de limpeza.

[…]

- Oi, bom dia! Estava te esperando para entrarmos. - diz Kara parada em frente a porta da casa dos nossos pais.

- Bom dia! - dou um meio sorriso a loira a minha frente. Enfio as mãos dentro do bolso do meu moletom, parando logo atrás da mais nova que gira a chave no buraco da porta.

Entramos na casa, que até ontem de manhã era cheia de risos de Alura, e Lionel. Tudo parece frio, como se algo venta-se próximo aos meus ouvidos me encolho toda, ato que não passa desaparecido pela loira.

- Tudo bem?

- Sim, só me é estranho entrar aqui, e não os encontrar. Demorei tanto para decidir voltar pra casa, e quando volto ele parte, sem me levar com ele. - um bolo se forma em minha garganta.

De repente sou surpreendia por um abraço da irmã do meu irmão. Seu abraço quente me conforta por aquele momento, seu cheiro doce invade minhas narinas, por estranho que pareça me acalma. Ficamos ali naquele abraço não sei porquanto tempo, apenas nos afastamos quando a voz do advogado do meu pai se faz presente.

- Desculpas meninas, a porta estava aberta, e acabei entrando.

- Tudo bem, Sr.Tavares. -aperto sua mão, e Kara faz o mesmo.

Nos sentamos na sala, ficamos alguns minutos conversando. O homem abre o testamento deixado por meu pai, e Alura. A casa estava no nome do Liam, o que já sabiamos, que concordavamos com essa decisão deles. Eles tinham também deixado uma boa quantia de dinheiro no nome de nós duas, e a guarda do nosso irmão estava em nosso nome.

- Aqui diz que as duas juntas devem criar o Liam Lucca Zor-El Luthor. -explica o homem estendendo duas copias do documento em nossas direção. - Como a guarda do menino pertence as duas, a casa esta em seus nomes até que ele atinja a maioridade. Quando vieram morar aqui, a casa será de vocês.

- Espera?! Nós duas temos que morar debaixo do mesmo teto? - Kara ajeita o óculos, Tavares assente para a sua pergunta. - Rao!

- Como vamos simplesmente nos mudar pra cá quando temos uma vida lá fora. Além do mais Kara e eu nos conhecemos ontem, a única coisa que nos liga é Liam.

- Essa foi escolha de seus pais. É o melhor para o pequeno Luthor, ele é pequeno acabou de perder as pessoas mais próxima dele, e mudar de lar será muito para um bebê. Então ter as duas juntas deixará o menino mais confortável- Explica o homem guardando suas coisas. - Eu sei que esta sendo um momento difícil para as duas, mas pensem no irmão de vocês.

- Uhm, certo. - murmuro exausta. Não tinha mais forças para protestar mais nada, apenas abaixaria a cabeça e diria amém.

- Vocês podem ir hoje mesmo buscar, Liam, apenas liguem avisando a assistente social. Mais uma vez meus pêsames meninas.

- Obrigada.- dissemos em uníssono. Eu ia me levantar para acompanhar Seu Tavares até a saída, mas Kara me pediu para ficar que ela faria isso. Fiquei ali sentada, até que um porta retrato me chamou a atenção, era eu e meu pai na foto, ali eu tinha os meus sete anos, o sorriso estampado em nossos rosto, abraçados como sempre.

- Seu pai sempre estava com essa foto nas mãos. - Kara comentou soltando uma risadinha. - Ele falava de você o tempo todo.

- Ele sempre foi a minha única família. - solto um suspiro colocando a foto no lugar.

Observo Kara se sentar ao meu lado, seus cabelos são jogados para trás, e um pequeno sorriso surge em seus lábios.

- Também dói em mim, Lena, mas temos que ser forte por Liam. Ele precisa de nós duas. - suas mãos seguram as minhas, ela puxa as mesma pro seu colo fazendo um carinho no dorso. - eu sei que não somos íntimas, que acabamos de nos conhecer, mas saiba que estou aqui para o que precisar. Eu, você e Liam, somos uma família.

- Obrigada. - É tudo que consigo dizer. Deito a cabeça em seu ombro, sentindo os meus olhos pesarem, o efeito da grande quantia de remédio que tomei para dormir ainda estava fazendo efeito. A cabeça de Kara se encosta na minha, apenas o silêncio se faz presente naquela casa.




Juntas Pelo Acaso| KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora