A filha do supremo

Capítulo 22

Não fui nas aulas, fiquei na cama a manhã toda praticamente. Disse a Lídia que estava com mal estar, não estava nem com fome para o almoço.

Não poderia deixar isso me abalar, depois de um longo banho, coloquei uma calça jeans, botas, uma blusa e um sobretudo caramelo.

Antes de ir para a aula de tarde, passei na sala da senhora Watson que estava vazia. Peguei a caixa de baixo da mesa, escondida em um fundo falso no piso.

Guardei a balança junto com a espada e escondi a caixa novamente.

Depois fui para a aula que eu já estava atrasada.

[...]

Depois dos tempos de aula da tarde, fui para a biblioteca porque sabia que era o único lugar que eu podia ter paz.

Estava no corredor procurando algum livro para distrair a cabeça quando Raphael aparece na minha frente.

Ia me virar para o outro lado mas ele pega no meu ombro e nos teletransporta para a cúpula de vidro, para o banco a onde nos sentamos na noite do baile.

Ia levantar mas Raphael faz um movimento com a mão e eu não conseguia sair do lugar.

- Posso explicar ou você vai ficar me ignorando pelo resto dos dias, ainda sou seu namorado.

- Já não ganhou o seu prêmio? Enganou e iludiu um anjo. Parabéns!

- Angel...

- Não me chame assim.- digo olhando para ele, Raphael tira os óculos enquanto me olhava. Não tinha mais as veias, apenas as íris pretas como a escuridão.

Raphael suspira fechando os olhos.

- Eu era um anjo igual a você, era um dos melhores da minha "turma". Fui criado anos depois da Queda de Lúcifer, mas tive um amigo rebelde, no dia da sua queda, ele ficou com tanta raiva que eu tinha lhe dedurado que me puxou junto com ele. Eu não queria cair, mas antes mesmo de eu me tocar, eu via minhas asas ficando pretas e ninguém me ajudou.

Não falei nada, apenas deixei ele continuar.

- Virei um demônio e ao longo dos anos acabei virando general de um dos exércitos de Lúcifer, o seu braço direito. Quando eu decidi vir aqui para Terra, passei décadas aqui, vendo os humanos evoluírem e fiquei apegado a isso.- ele olhou para baixo.- Ignorei os chamados de Lúcifer e abandonei o cargo, vivi dêsde então aqui na Terra. No ano da Guerra que sua mãe fez, todos os demônios ficaram fracos, sabia que tinha acontecido alguma coisa. Até saber da profecia.

- Profecia?- ele me olha confuso.

- Você não sabe da própria profecia?- nego com a cabeça.- " A união de duas espécies terá um caminho a escolher onde salvará uma alma, derrotara os quatro, triunfará sobre o mal e...

- E?

- Unirá inimigos." Quando você nasceu, Lúcifer me deu a missão de matar você, para que eu pudesse me redimir com ele.- arregalo os olhos.- não acompanhei o seu crescimento mas sabia que você iria vir para o internato, quando você chegou...- ele parou de falar.- nos aproximamos e sabia que não iria conseguir matar você, já matei muitos mas você foi diferente.

- Você tem algo haver com meus sonhos? Ou com o demônio que possuiu Lídia?

- Eu fiz de tudo para você escolher loba, para a profecia não ser cumprida, mas sabia que você ia escolher anjo. Então eu comecei a lhe mostrar as conversas do inferno e sobre Lídia, o demônio entrou sozinho eu não sabia dele. Provavelmente Lúcifer o mandou porque eu não estava respondendo ele.