A filha do supremo

Capítulo 6

Se passaram alguns dias e eu continuei tento sonhos diferentes, mas com as mesma pessoas. As conversas eram diferentes e eu acordava sem ar todas as vezes.

Passei noites na biblioteca e descobrir que Lilith era a "mãe dos demônios". Os livros não falavam muito sobre a história do inferno, mas eu senti que tinha algo haver com a batalha que aconteceu aqui a alguns anos atrás.

Como hoje era domingo, tínhamos o dia livre. Decidi ir conversar com a senhora Watson, ela treinou a minha mãe e estava na batalha.

Bato na porta da sua sala e escuto um "entre", abro e vejo a senhora Watson sentada lendo um livro.

- Boa tarde Angeline. Aconteceu alguma coisa?- ela tira seus óculos de grau e fecha o livro.

- Eu gostaria de te fazer algumas perguntas, se não for incômodo.- fecho a porta atrás de mim.

- Claro, estou no meu tempo livre.- ela aponta para a cadeira na sua frente e eu me sento.- Seu braço está melhor?

- Sim, novinho em folha.- ele havia sido curado totalmente.

- O que você quer perguntar?

- Eu queria saber sobre a batalha, minha mãe enfrentando Lúcifer.- ela solta um suspiro e encosta suas costas na cadeira.- Minha mãe nunca entrou em detalhes, apenas disse que foi no inferno, feriu Lúcifer e salvou a minha avó.

- Bem, eu estava lutando aqui em cima, mas sua mãe me contou tudo o que aconteceu lá. Ela lutou com Lúcifer até suas últimas forças, Katherine conseguiu acertar o ponto fraco de Lúcifer, seu pescoço.- ela aponta para o próprio pescoço.- Com Lúcifer fraco, todos os demônios que estavam no internato e alguns fracos voltaram para o inferno. Katherine foi mandada para o calabouço a onde achou sua avó e a trouxe de volta para cá.

- Sobre Lúcifer, ele não morreu né?

- Não, ele domina o inferno. Não da para matá-lo tão fácil assim, sua mãe apenas o feriu gravemente.

- Então tem chances dele estar vivo?- ela assentiu.

- Se está, ele deve estar com muita raiva da sua mãe. Mas por que pergunta?- engulo a seco.

- Antes eu sonhava apenas comigo e outras duas versões de mim, uma loba e uma anjo. Mas de alguns dias para cá, eu venho sonhando com uma conversa. E um desses sonhos eu fui queimada e acordei com aquele machucado no meu braço.

- Percebo que você puxou as visões da sua mãe, sua mãe podia "ir" ao inferno através de sonhos porque sua avó deixava ela entrar. Mas você?

- Eu não chego a ir, eu fico em um lugar todo preto e apenas escuto as vozes.

- Tipo um limbo?

- Mais ou menos.

- Isso é novo.

- Será que Lúcifer está ficando forte e pretende atacar a terra? Ele sempre cita uma tal de Lilith, ela que está governando o inferno no lugar dele por enquanto.

- Precisamos de mais informações, mas acho que de alguma forma você está ouvindo as conversas de Lúcifer. Seus pais sabem disso?

- Ainda não, minha mãe apenas sabe das visões. Não quero deixar eles preocupados agora.

- Tudo bem, vou dar uma pesquisada relacionado ao que você falou e te procuro depois.

- Obrigada Senhora Watson.- ela da um sorriso sem mostrar os dentes e eu me levanto indo na direção da porta.

- Cuidado com os seus sonhos.- ela diz.

- Vou tentar.- abro a porta e saio fechando.

Passo pelo corredor dos armários e vejo Raphael na frente do seu, ele percebe que estou vindo e vira seu rosto na minha direção.

- Oi Angeline, aproveitando o domingo?- paro de andar.

- Sim, estava conversando com a senhora Watson.

- Eu acho que aquela velha me odeia.- ele fecha a porta do seu armário.

- Por que?

- Sei lá, pressentimento.- começamos a andar.- Estava pensando em ir no refeitório, colocaram bolos de lanche da tarde. Gostaria de me acompanhar, Angel?

- Tanto faz.- digo.

Eu e Raphael conversamos esses dias, ele é um bom amigo, só amigo. Não sei o que deu em mim mas quando eu estou perto dele, é como se tudo nele me chamasse a atenção, como um imã me puxando.

Saio dos meus pensamentos quando passamos pela porta do refeitório que tinha poucos alunos. Pegamos os nossos bolos e peguei uma xícara de café para acompanhar.

Sentamos em uma mesa, Raphael escolheu um bolo de morango e eu de chocolate. Dou a primeira garfada, o bolo estava delicioso.

Enquanto comíamos, conversamos sobre assuntos aleatórios, ele sabe quem são os meus pais mas nunca me falou da sua família. Também não quis perguntar, vai que eles morreram em um acidente.

Término meu bolo e limpo meus lábios com um guardanapo. O bolo estava tão bom que eu comia outro pedaço, mas me contive.

- Estava tão bom, realmente as cozinheiras sabem fazer bolos deliciosos.- Raphael diz bebendo seu café.

- Sim.- digo.

- Você vai pegar outro pedaço?- ele pergunta e eu neguei. Ele se vira olhando a mesa a onde está os bolos.- Só sobrou um pedaço de chocolate e morango, tem certeza que não vai querer?

Olho para o pedaço de chocolate e realmente era uma tentação não ir lá pegar ele, mas me contive e continuei bebendo meu café.

- Pode pegar se você quiser, eu não quero.- digo terminando meu café.

- Estou bem.- ele coloca a xícara na mesa, nos levantamos e saímos do refeitório. Raphael me levou até a entrada da ala leste.- Nos vemos amanhã?

- Pode ser.- ficamos nos olhando por alguns segundos.- Tchau.

- Tchau, Angel.- ele passa a mão no meu cabelo e eu viro entrando na ala leste.

Mais tarde no início da noite, Lídia estava no banheiro testando um feitiço para mudar o cabelo enquanto eu estava na minha cama desenhando Raphael e tentando imaginar seus olhos.

Mas apenas consigo desenhar ele com os óculos pretos.

- O que você está fazendo?- Lídia diz, olho para a mesma e ela estava com o cabelo channel da cor laranja. Mudo a página rapidamente para um desenho que não tinha acabado.

- Desenhando.- Lídia da de ombros e volta para o banheiro.

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"Dizem que os olhos são as janelas para a alma."
Frase bonita né?

Beijos, até o próximo capítulo😘