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Empatia: |𝑒𝑚•𝑝𝑎•𝑡𝑖•𝑎|
𝐬𝐮𝐛𝐬.𝐟𝐞𝐦
capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de aprender de modo que ela aprende e etc.
processo de reconhecimento em que o ser se coloca no lugar...
— Não é da sua conta. — Engoli seco, jamais houvera motivo para Sasuke ser tão grosso comigo. — Não somos amigos, não lhe devo explicações.
— Eu achei que éramos.
— Não chegamos nem perto disso.
— Ok. — Virei para o outro lado, dando costas ao moreno. Por que me chateei com isso? — Boa noite Sasuke.
Ele não me respondera, apenas suspirei fundo e tratei de dormir.
Já era dia, nosso castigo acabara e os senseis resolveram nos encontrar na churrascaria para acabar de uma vez com essa idiotice.
— Foi uma semana e tanto. — Meu sensei falou.
— Espero que vocês parem com as brigas. — Kakashi falou e desatou o nó de forma única.
— Faremos o possível. — Sasuke falou passando os dedos pelo pulso, eu me levantei e dei as costas para os dois times.
— Onde está indo? — A loira me perguntou.
— Vou pegar minhas roupas e voltar pra minha casa.
— Como? — Sasuke me perguntou por cima do ombro.
— Com as chaves oras. — Balancei o molho em meus dedos, Sasuke ergueu as sombracelhas, podia ler em seu rosto um “como você fez isso?” — Estava a tanto tempo olhando para um certo canto que nem notou.
Fui para casa do emo e peguei minhas coisas e o vestido que ele tinha feito para mim.
Voltei para o vale do fim e me pus a refletir, achei que Sasuke era meu amigo, considerei demais esse idiota.
No fim das contas minha empatia é minha pior inimiga.
Nem sei quanto tempo fiquei ali, mas senti a chuva cair e fui forçada a voltar para meu abrigo.
A chuva fora mais forte do que das outras vezes, raios iluminavam os céus de hora em hora, eu cultivava uma pequena fogueira e a tristeza me consumia, é uma merda sentir falta do seu pior inimigo.
Escutei uma movimentação e vi uma sombra detrás das folhagens e logo saquei a kunai, atacando o invasor sem mais nem menos.
— Nezumi! — Sasuke gritou me fazendo parar, ele estava encharcado e tremia de frio.
Que merda ele faz aqui?
Levantei irritada e peguei as chaves, jogando contra o Uchiha.
— Não venha mais aqui. — Ele engoliu seco. — Você não é meu amigo, não aceito suas visitas lá fora.
— É por ontem? — Ele perguntou se levantando com certa dificuldade, me segurei para não pegar uma manta para ele, ele ainda é o Sasuke oras.
— É pela semana toda. Eu não fiquei com você por amizade, tive que te aturar. — Cruzei os braços. — E você deixou isso bem claro ontem a noite.
— Então foi por ontem. — Sorriu vitorioso e eu senti vontade de soca-lo.
Ignorei seu comentário, ou apenas tentei.
— Volta pra sua casa, imbecil.
— Tá chovendo.
— Não é problema meu. — Falei voltando a sentar em minha cama, ele continuara imóvel. — Já tem as chaves, não é o que você queria.
— Não. — Sentou-se em minha cama improvisada, quem lhe dera permissão para tal ato? — Não quero só as chaves. Tenho uma copia delas.
O olhei confusa, afinal, o que Sasuke ansiava vindo ao meu recinto?
Quando menos esperei, minha pergunta foi respondida.
— Quero que você venha morar comigo.
Isso era uma piada? Claro que não, Sasuke não fazia piadas.
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O toquei e ele gelou, minha intuição dizia que ele estava falando a verdade, ele prosseguira com a fala.
— É… eu… — Ele parecia envergonhado, tirei minha mão do seu rosto. — Eu tenho certeza que somos amigos, amigos brigam e tá tudo bem. Mas eu sinto sua falta, senti a droga da sua falta o dia todo, gosto da sua companhia.
Conhecendo o Uchiha como eu conheço, imagino o tanto de orgulho que ele deve ter engolido.
— Posso te tocar assim? — Perguntei deixando meus dedos centímetros da testa dele, ele assentiu e eu o toquei. Um arrepio estranho tomou meu ser e eu senti vontade de chorar. — Foi uma semana horrível, mas eu descobri que não te odeio tanto quanto eu imaginava, adoraria conviver contigo.
Ele sorriu mínimo e eu também, um raio nos assustou.
— Mas hoje não né Sasuke! Tá ruim de chuva lá fora.
— Você sempre fala coisas obvias.
— Vá a merda. — Falei e ele deitou ao meu lado, algumas gotículas pesadas molhavam as raízes dos nossos cabelos, Sasuke logo dormiu.
Mas eu não.
Eu não consegui dormir.
O dia do massacre do clã Uchiha invadia minha mente a cada vez que eu fechava os olhos, todos os toques de testa entre Sasuke e Itachi passavam como um flashback na minha cabeça, chorei baixinho para não acordar o amigo ao meu lado. Eu senti tanta tristeza.
