O estopim

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Ele ainda tinha a cara amarrada em estar ali, achava uma grande perda de tempo em parte, mas Hanna parecia muito mais interessada que ele em conhecer a cultura terráquea da qual ela praticamente pouco herdara, ele realmente não entendia todo aquele apego dela por algo que nunca teve de fato. Para ele, entrar nos museus e visitar pontos históricos importantes não passava de uma forma de arrancar mais dinheiro por nada – não que dinheiro em si fosse o fator – Pararam então em uma rua em um determinado país, que era conhecido pelos shows e apresentações, frente ao guinche de ingressos ele bufou olhando para Hanna.

—Sério isso mesmo? Olha, eu conheço tortura nos níveis mais cruéis, mais isso? Me odeia tanto assim? – perguntou Gohan altamente frustrado e Hanna sorriu com aquilo, e ficando na ponta dos dedos ela enlaçou o pescoço dele.

—Vai ser divertido, pai – sussurrou – a ideia é aproveitar, são férias.

—Podia aproveita-las no quarto, na cama – ele respondeu com um certo bico malcriado.

—Ei! Não é só isso! E depois tem tantas coisas legais na terra! Me falaram de algo chamado parque de diversões, a Sakura me falou que foi uma vez e é bem legal! Eles têm torneios de luta também.

—A minha ideia de parque de diversões com certeza deve divergir do que os terráqueos imaginam.

Contrariado e em posse dos ingressos, eles entraram para assistir um espetáculo musical, àquela altura Hanna além de obriga-lo a acompanha-la aqueles programas, ainda o obrigara a vestir-se como um deles.

Assim que começara a apresentação, Gohan finalmente entendera as palavras de sua mãe lá no início, quando ele ainda era um filhote pequeno sobre a incrível capacidade dos humanos em criar, então mesmo que ele achasse estupido e perda de tempo, tinha que dar o braço a torcer porque realmente havia algo que os tornava único, pena que era algo idiota, bom, idiota mas bonito.

—Eu li que é uma obra clássica do período medieval – sussurrou Hanna no ouvido de Gohan – um tal de Shakespeare. Parece que ele era muito bom!

Gohan franziu o cenho e a olhou, ela estava mesmo impressionada com os terráqueos e envolvida com aquilo. Em se tratar de uma sayajin praticamente pura e com o ímpeto de destruição que Hanna tinha, o surpreendeu. Ela era como uma moeda de duas faces, ao mesmo tempo que complexa, totalmente simples e por um lado Gohan odiava todo o tempo que ele havia perdido ao lado de Hanna, o tempo em que ela virara exatamente aquilo, mas por outro as surpresas de descobri-la era incrível e perturbador ao mesmo tempo.

—Humm... Que período foi esse? – questionou ele finalmente a dando atenção quanto aquilo e ela sorriu, mesmo sabendo que parte do interesse dele não era de fato tão real, mas achava diferente ele mostrando-se afável, parecia que os aproximava mais.

(...)

Ele ainda tentava digerir as novidades discutidas por Bra e seu pai na mesa. Era o certo, não é? Afinal eram protocolos, e os protocolos existiam por alguma razão, fora que ele não deveria se importar de forma alguma com o que a irmã fazia ou não da sua vida e suas escolhas desde que essas não afetassem o trono e legado sayajin, mas porque aquilo continuava a martelar em sua mente?

Era lógico que àquela altura, ter Mai como companheira era uma decisão sensata, fora que dessa vez ele levara alguns fatores na escolha como a plena vontade expressa da sayajin em faze-lo também, ela era forte e poderosa, decidida, bonita...

Claro que ela ter rivalidade com Bra era um bônus que ele não conhecia, ele deferia estar plenamente satisfeito, mas não estava porque a droga da fala dela na mesa em família o incomodava imensamente, ele não deveria sentir necessidade de protege-la, ele não deveria sentir nada além de rivalidade, mas ali ele estava: sentindo posse, sentindo ciúmes e ele não sabia a que exatamente atribuir; ao jogo que faziam? A um desejo reprimido? Ódio? Apego? Elo de sangue?

O poderoso império sayajin(hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora