Serendipity Pt

Capítulo 18

Areum

"Nós vamos andando" o Jimin diz à Sarah e a sua mão choca com a do Taehyung antes de darem um pequeno abraço.

Eu pego na minha mochila e vejo o Jimin pegar num capacete. Como é que ele chegou até aqui? A Sarah deu-me um pequeno abraço e diz que me liga mais tarde para atualizarmos as novidades, dito isso pisca-me o olho e deixa-me um tanto nervosa.

"Vamos?" o Jimin diz-me e abre a porta cedendo-me a passagem.

Caminho até à parte de fora da casa, mas o Jimin não me segue, aparecendo segundos depois pelo portão de acesso à garagem com uma grande mota preta.

"Tu tens uma mota?" pergunto surpreendida.

"Mas tu não entras na garagem de casa?" ele diz rindo levemente. Ele levanta o banco da sua mota e tira um capacete. Ele aproxima-se de mim e coloca-o na minha cabeça, mas eu imediatamente o tiro.

"Nem penses, não vou de mota contigo" volto a entregar-lhe o capacete.

"Porquê? Tens medo?" ele pergunta.

"Não. Mas prefiro ir a pé" digo e volto-lhe as costas dirigindo-me à paragem de autocarro mais próxima.

"Vá-la, Areum. Eu vou devagar, não podemos ir para casa já" eu penso no que ele diz e paro de andar.

"Aí não? Por que raio é que não podemos ir para casa?" volto-me para ele e cruzo os braços à frente do peito.

"Queres que o meu pai e a tua mãe saibam que faltámos às aulas?" ele diz e custa-me admitir que ele tem razão. "Vá-la, quero-te mostrar um sitio". Não podemos mesmo ir para casa... E sem ser o Taehyung e a Sarah, só tenho o Jun como hipótese, contudo ele nem me atende os telefonemas.

O Jimin aproxima-se de mim e volta a colocar o capacete na minha cabeça, apertando-o à minha medida. Sinto os dedos dele passarem levemente no meu queixo enquanto a sua língua humedece os seus lábios, os seus olhos encontram os meus quando o encaixe do capacete dá sinal que está trancado e ele afasta-se.

"Podes confiar em mim uma vez na vida?" ele dá-me um sorriso lindo e querido que é impossível recusar o que quer que seja. Ele monta-se na sua mota e puxa os pousa pés de trás para eu conseguir subir. Firmo o meu pé no apoio e agarro-me aos ombros dele para me conseguir sentar. Puxo a viseira do capacete para a frente da cara para evitar que poeiras e mosquitos me venham contra a cara durante a viagem e volto a pousar as mãos nos ombros do Jimin, contudo ele pega nas minhas mãos e coloca-as à volta do seu tronco, mais propriamente dos abdominais. Ele vira a sua cabeça para mim e ri através do capacete, o que me faz revirar os olhos e sorrir sem ele ver.

A viagem é calma e o Jimin cumpre o prometido e tem imenso cuidado enquanto conduz. O trânsito na ponte de Seongsu faz o Jimin abrandar e parar por vezes o que o irrita. Ele passa entre os carros com a sua mota e recebe buzinas dos condutores dos automóveis que esperam impacientemente na fila de transito. Quando finalmente conseguimos passar, o Jimin verifica se estou bem olhando para mim e manda-me um sorriso trocista antes de acelerar mais, fazendo com que eu me agarrasse mais a ele. Os seus músculos são duros e consigo sentir cada traço do seu abdominal debaixo das minhas mãos. Depressa chegamos ao distrito de Seongdong e o Jimin estaciona a sua mota num pequeno estacionamento junto ao rio Han.

"Onde vamos?" pergunto impaciente enquanto ele guarda os capacetes debaixo do seu banco.

"As melhores coisas da Coreia não estão à vista de todos" ele diz caminhando ao longo do rio, fazendo com que eu o siga.

"Se me querias mostrar o rio podíamos ter ficado na outra margem"

"Sabes, este lado da cidade é muito desvalorizado na minha opinião. Quer dizer, do outro lado está imensa gente rica que se acham donos do mundo. Não gosto muito disso" ele vagueia. Estou cansada e só penso na probabilidade de ele me ter trazido para esta margem para me deixar aqui sozinha.