Dealing with problems

Capítulo 32 (PENÚLTIMO)

Ester

Pedir desculpas para o Itzan podia não resolver todos os meus problemas, mas era uma forma de fazer com que eu me sinta melhor, e acho que ele também.

Estou no meu quarto de hotel, quando mais uma vez escuto batidas na porta, logo abro e vejo que é a Claudia, ela vem tanto aqui que nem surpresa fico mais.

- Oi Ester, sei que isso é meio estranho, mas preciso falar com você!

- Tudo bem, o que aconteceu?

- O pai do Itzan voltou, e por mais que eu odeio isso, ele precisa de você!

- Porque o pai dele voltou?

- O pai dele é um neurocirurgiao, e aparentemente vai fazer uma série de cirurgias aqui, vai ficar em New York por pelo menos três meses, o Itzan está surtando!

É impressão minha ou o pai dele é basicamente minha mãe? Tipo, abandonaram suas famílias, são neurocirurgioes e ambos são dois idiotas completos.

- O que eu posso fazer por ele Claudia?

- Eu não sei na verdade, estava esperando que você me dissesse o que...

Pensando melhor o fato deles serem iguais pode adiantar de alguma coisa, e se minha mãe viesse para New York, ajudasse o pai do Itzan, provavelmente ele iria embora antes dos 3 meses, pode da certo.

Depois que Claudia pensou que não iria ajudar o Itzan ela foi embora. Eu teria que falar com minha mãe, mesmo quando ela disse que não queria me ver, mas francamente não me importo com ela agora.

Tinha conseguido com que ela viesse para New York, com a desculpa de que era uma consulta.

Então fui para o consultório que Mary atendia em New York, quando ela me viu de alguma forma me reconheceu, o que era impressionante levando em conta que não nos vimos a uns 7 anos.

- Ester?

- Sou eu, mãe

Ela ficou calada por tanto tempo que achei mesmo que ela estava me ignorando, mas por final ela diz:

- Eu sinto muito por ter escolhido não te ver

Mary falou tão baixo que quase foi impossível ouvir ela.

- Não estou aqui por isso!

- Não? Por que então?

- Você fez uma escolha de não me ver e por mais que tenha sido horrível no começo, eu superei! Mas eu não preciso da minha mãe agora, precido da Dra. Mary Drake!

- O que? Você está doente ou algo do tipo?

- Não, mas mesmo assim preciso da sua ajuda

Contei pra ela tudo sobre o Itzan e o pai dele, ela concordou, porém no final do dia tive que jantar com ela. E por mais que Mary não morasse mais em New York, posso dizer que ela conhecia ótimos lugares aqui.

- Então quem é o garoto que está querendo ajudar?

- Itzan Escamilla, você conheceu ele!

- Ah sim! Me lembro, ele parecia um ótimo garoto, falou super bem de você quando foi me ver

- Ele faz essas coisas mesmo...

- Estar aqui comigo é estranho pra você Ester?

- Estranho não, mas desconfortável sim. Durante anos da minha vida me imaginei assim com você, mas quando você recusou me ver, tudo mudou...

- Eu juro que não queria recusar ver você, tem muita coisa envolvida Ester. Achei que poderia viver minha vida sem você, afinal faço issa há 7 anos, mas quando eu te vi hoje tudo mudou, eu quero fazer parte da sua vida, mesmo que as coisas compliquem pra mim no final

- Que coisas, mãe?

- É melhor você não saber Ester, não ainda!

- Então você desaparece por 7 anos, se recusa a me ver e acha que vou aceitar que você entre na minha vida sem um bom motivo pra ter ficado tanto tempo fora?

- Tudo bem você tem razão, olha não fica com raiva do seu pai, tá? Ele fez o que julgou melhor pra você... Depois que descobri do caso do seu pai com a babá, fui embora sozinha, mas no outro dia voltei para te pegar, você provavelmente não se lembra mas ficamos uma semana inteira juntas em um quarto de hotel. Enfim você não sabe mas sofro de transtorno de bipolaridade, na mesma semana que descobri do seu pai e da babá, comecei a ter os sintomas, e sem querer enquanto estavamos juntas no hotel, você acabou caindo e se machucando, nada muito feio só um corte pequeno no seu antebraço, porém seu pai de alguma forma descobriu e disse que eu tinha machucado você propositalmente, por culpa da minha "bipolaridade," então tomou você de mim, claro que fui atrás de você, mas seu pai me levou ao tribunal e ao contrário de me dar a sua guarda me deram uma ordem de restrição contra você, eu sei que não é desculpa por ter ficado anos longe de você, mas já tinha perdido você não queria perder minha licença para praticar medicina também. Eu sei que isso é horrível, não espero que me perdooe tipo agora, mas acha que pode me perdooar algum dia?

Então meu próprio pai me manteve longe da minha mãe! Eu sei que ela não devia ter esperado tanto tempo para me contar ou até mesmo ter levado tanto tempo para me procurar, mas estava tão cansada de me sentir sozinha sempre, que resolvi apenas aceitar, eu mereço ter uma mãe, e também mereço o Itzan, é isso que vou fazer agora.