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Diga-me sobre suas mentiras|09|

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Diga-me sobre suas mentiras
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A senhorita Elodie Abernathy não fazia ideia de como reagir ao que acabara de descobrir. Não havia uma confirmação verbal da parte do capitão, ou melhor, do marquês Harry Styles, mas ela estava certa de que não estava imaginando coisas.

Apesar de não ter conhecido o Capitão Edward a fundo, ele nunca houvera mencionado ter qualquer ligação com um nobre daquela estirpe. Aquele homem a poucos metros de distância da moça era um dos mais ricos e importantes homens de toda a Inglaterra.

Elodie havia passado horas e horas escutando a senhora Bellamy e sua filha mais velha falando do quanto a família dele era prestigiada, de quantas posses tinham, de quantas propriedades, de sua renda anual de aproximadamente vinte mil libras esterlinas.

Como uma moça que tinha recebido a devida educação ela calculava que aquilo era uma quantia absurdamente grande.

Capitão Edward não era nada daquilo. Ela não tinha certeza do quanto um capitão de navio ganhava, mas sabia que não devia chegar nem perto de vinte mil libras.

Quando chegara na propriedade do marquês, ela compreendeu as dimensões da riqueza. Aquela casa era enorme, luxuosa, um daqueles quadros pendurados na parede deveria valer mais do que o pai de Elodie ganhava em um ano inteiro, provavelmente muito mais do que isso.

Naquela ocasião Elodie até entendeu um pouco a vontade que sua prima Daisy tinha de se tornar a marquesa de Rockford. Fazer parte daquela família seria um evento que ela mal poderia assimilar.

E lá estava Elodie, cega demais para ligar todos os pontos mais cedo. Mas como ela poderia imaginar? Algumas horas atrás ela estava pensando humildemente em como seria se o Capitão Edward decidisse lhe pedir em casamento.

Seus pais certamente aprovariam, pois ele parecia um homem bom e honesto. O capitão seria um bom marido, e ela estava certa de que poderia se apaixonar por ele de verdade com o tempo. Sabia que o sentia por ele era profundo e sincero, tanto que ela ainda tentava entender tal encantamento por ele, mas ainda não era amor.

Amor era uma chama que queimava mais lenta, que deveria ser cultivada ao longo dos anos. Sabia também que poderia se apaixonar em poucas semanas, caso se permitisse. Poderia mesmo amar o capitão. E apenas ele.

Aquele homem para quem ela olhava, desnorteada e surpreendida demais para se atrever a dizer qualquer coisa, aquele homem nobre, herdeiro de um dos mais abastados e tradicionais marquesados da Inglaterra, vestido em trajes finos e com ar de realeza, aquele homem ela não conhecia.

Elodie não podia dizer quanto tempo havia passado apenas encarando um ao outro, mas parecera uma eternidade. Ele tampouco falava, mantivera-se a certa distância, eventualmente enfiando as mãos cobertas por luvas brancas dentro dos bolsos do terno preto.

bared • COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora