Esforço involuntário

17 3 0
                                    

- Bom dia, querida.
- Oi, mãe.
- O quê houve com você, Megan?!
- Dormi mal. isso.
- Céus! Você precisa pôr algo nisso aí.
- Não é necessário, mãe. São só olheiras.
- Filha, isto está ruim.
- Não ouviu a menina, Nathália? Ela disse que está tudo bem.
Megan encara sua mãe se sentar após seu pai ser rude com ela e diz:
- Não se preocupe, mãe. Vou passar uma base nisso aqui antes de sair.
Chasee distrai Megan:
- Vai à escola hoje?
- Sim.
- Posso acompanhá-la?
- Por quê?
- Tenho que buscar meu histórico.
- legal.
- E aí, você pensou sobre ontem?
- Já sim. Eu vou ficar.
- Neste caso, aposto que suas amigas vão surtar.
- Com certeza vão.
O pai os encara.
- Megan, marquei uma hora com o psicólogo da sua mãe para você.
- Você fez o quê?!
- Eu disse que ela iria surtar.
- Não importa. Megan, você precisa conversar com um profissional. Ele vai entender você.
- Eu não estou doente! Não preciso conversar com ninguém! Eu disse a você que meus sonhos acabaram, por quê insistiu nisto?!
- Eu ando percebendo seus atos e você não me parece bem, mesmo dizendo que seus sonhos acabaram.
- Eu não quero ir, pai. Por favor, não me obrigue.
- Não é questão de obrigação, Megan. Você tem que aceitar, você não está bem. Precisa de ajuda.
- Pai, olhe para mim.
- Estou olhando.
- Eu estou bem. Garanto.
- E essas olheiras? São o quê?
- São apenas sintomas de uma noite mal dormida.
- Mal dormida por quê?
- Porque eu fiquei... conversando com as meninas até tarde.
- Olha para você, não está conseguindo nem mentir mais. Não tente me enganar, você não tem essa capacidade.
Megan se encosta contra à cadeira e cruza os braços.
O pai diz:
- Sabia que acabaria cedendo. Está vendo como as coisas ficam bem mais fáceis quando deixa de relutar?
- Que horas?
- Duas e meia.
Megan se levanta e sobe para seu quarto, onde caminha à janela e olha para a floresta.
- Megan, eu estou aqui.
- Você ouviu?
- Sim.
- Tudo bem se eu for.
- Megan, confie em si mesma.
Ela se volta para o quarto, pega sua mochila e sai da casa, encontrando com Chasee no portão e começando a andar.
- O quê você acha que o psicólogo vai dizer?
Pergunta Chasee sorrindo.
Megan responde:
- Não faço ideia. Mas tenho certeza que vai recomendar que o pai corte meus filmes, meus livros e dizer que é apenas uma fase da adolescência.
- Bom, se você sabe o resultado é melhor nem ir.
Megan sorri.
- Só acho que o pai está deliberado.
- Se isso fazer com que ele saia do meu pé, eu vou correr o risco.
- Tenho certeza que ele está com medo de você ficar fraca como a mãe.
- Eu não sou tão fraca psicologicamente.
- Você sabe que ela também não era.
- Eu sei.
Megan caminha com Chasee até a sala de aula e o abraça, dizendo:
- Nos vemos em casa.
- Nos vemos.
Megan entra na sala e caminha até sua carteira.
- Oi, Meg! Achei que não viria hoje.
- Oi, Sara. Acabei me atrasando. E as meninas?
- Não vieram.
- Aconteceu alguma coisa?
- Dina precisou ir ontem à noite com a irmã para o hospital.
- O bebê nasceu?
- Sim. É uma menina. E a Carla, bom, ela teve que ir à audiência dos pais dela, você sabe, sobre o divórcio deles.
- Sei sim. Que chato.
- Mas e você, Meg?
- O quê?
- Está tudo bem? Aquele era o Chasee?
- Está tudo bem. E, amm... sim, era o Chasee. Ele veio buscar o histórico.
- Entendi.
Megan força um sorriso e desvia o olhar para a lousa.
Horas mais tarde, fim de aula, Megan e Sara saem da escola.
- Você vai à praia com a gente?
- Não vai dar. Realmente não vai dar.
- Tudo bem. Eu falo com as meninas. E, eu também não estou tão entusiasmada assim para ir, vou para não criar caso com a Dina.
- Podemos marcar outra coisa, nós quatro.
- É isso. Bom, eu preciso ir, Meg. Nos falamos.
- legal, Sara. Tchau.
Com um beijo no rosto e um abraço elas tomam caminhos opostos.
Megan entra em casa, onde sua mãe está na cozinha preparando um bolo, ela vê pela janela que seu pai está cuidando do jardim e Chasee está lavando o carro.
- Megan, não quer vir me dar uma ajuda, querida?
Pergunta sua mãe.
Megan responde:
- . Eu vou me trocar. volto.
- Vou esperá-la.
Megan deixa sua mochila sobre a cama e tira o casaco e veste algo mais leve, descendo logo em seguida.
- Como foi na escola?
Pergunta a mãe.
Megan lavando suas mãos e enxugando-as, responde:
- Ah, foi normal.
- O que quer dizer com normal?
- Nada de novo. As mesmas coisas. Atividades extracurriculares e reforço de bioquímica.
- Parece bem interessante.
- Pode ser que sim.
- E as meninas, como estão?
- Estão bem. Nasceu a filha da Diana.
- Jura?!
- Sim. Dina faltou hoje porque acompanhou ela ontem à noite.
- E a Carla?
- Ainda está lidando com as brigas judiciais dos pais.
- Tenho pena dessa garota. Que culpa  tem dos pais estarem se separando?
- Acho que ela está querendo se mudar para Bruxelas, quer morar com a mãe.
- Isso será bom para ela. Estará perto do irmão e do resto da família.
- Pode ser.
Megan coloca o bolo para assar, quando encara sua mãe percebe que ela está com um sorriso curioso no rosto.
Megan pergunta:
- Que é, mãe?
- Nada. Eu não disse nada.
- Por quê está rindo?
- estou me perguntando quando é que vamos ter aquela conversa.
- Que conversa?
- Sobre namorados, hum?
- Por quê quer falar disso?
- Nunca falamos.
- Não tem nada para falar, mãe. Além de tudo, eu não estou namorando e muito menos gostando de ninguém. Deveria ficar feliz.
O pai entra na cozinha:
- Feliz como eu! Deveria seguir meu exemplo, Nathália. Fico inteiramente feliz com a noção de timbre da Megan.
- Obrigada, pai.
- De nada. Conte sempre comigo.
A mãe os encara e diz:
- Eu fico feliz. Mas acho que ela deveria...
- Nathália, Nathália, não ache nada, querida. Não ache.
- Os filhos dos Pedewton? Você mesmo disse que ele seria uma boa opção para Megan, Marcelo. Você mudou de ideia?
- Mudei. Megan está me provando que nenhum desses desafuturados do quarteirão ou da cidade, nenhum sem tirar nem por, merece alguém como ela.
- Você nunca se importou com nada disso.
- Isso era bem antes de conhecê-los bem.
- Você está com ciúme, é isso, está com ciúme. Não acha, Megan?
Megan está impassível.
O pai pergunta:
- Eu estou com cara de quem está com ciúme de algo?
- Não. A mãe está exagerando, pai.
- Está vendo, Nathália? Você não sabe nada referente a meus atos.
- Estou quase .
- Você não está bem perto.
- Não seja exagerado, Marcelo.
- Não seja chata, Nathália.
Megan os encara e dá risada.
Chasee entra na cozinha seguido pelo cachorro da família:
- O quê eu perdi?
- Chasee, você conhece todas as minhas feições?
- Algumas.
- Sabe dizer quando estou com ciúme?
- Depende de qual ciúme estamos falando.
- Você não sabe. Ninguém é tão bom quanto a Megan.
- É claro que não. A Megan tem um Q a mais de sabedoria sobre suas reações, pai.
Megan diz:
- Eu apenas observo, Chasee.












A ESCOLHA DO LÍDEROnde histórias criam vida. Descubra agora