Megan está diante do riacho em meio à densidade da floresta, se perguntando sobre o quê está deixando passar.
- Ei, Megan, não é seguro que fique aqui.
- Lugar nenhum é seguro, Leônidas.
- Ray quer falar com você.
- O quê você acha que está nos escapando?
- Não vamos perder tempo com isso. Venha, vamos entrar.
Quando está prestes a segui-lo, Megan ouve um sussurro, dizendo: "Venha para nós, escolhida!"
Ela olha para trás, perguntando:
- O quê?!
- O quê foi, Megan?
- Não, nada. Vamos.
Os dois entram na casa.
- E os rapazes, alguma novidade?
- Charlie ainda não retornou.
- E o Neithan?
- Ele está bem e quer vê-la.
- Vamos até lá, Ray. Leônidas, você e Loba ficam aqui e esperam por notícias. Frida, você vem?
- Claro.
Frida, Megan e Ray saem da casa.
Minutos depois chegam até o hospital, um prédio antigo e recém reformado.
Enquanto aguardam pela autorização, Frida e Megan encaram dois rapazes e uma senhora sentados à frente delas.
- Será que são parentes do Neithan?
Sussurra Frida à Megan, que responde:
- Talvez.
- Não quer ir até lá?
- Você quer parar?
- Desculpe.
Megan balança a cabeça em descontentamento.
Ray se encaminha até elas.
- Podemos entrar.
- Ah, que bom.
Os três adentram no quarto, onde o rapaz está ligados a aparelhos.
- Subsídia?! Me perdoe! Por favor, me perdoe, eu não...
- Neithan, é isso?
- Sim.
- Como se sente?
- Estou todo quebrado.
- Será que poderia responder algumas perguntas?
- Claro. Claro.
Megan se aproxima e se senta em uma poltrona.
O rapaz à olha, Ray o fuzila com os olhos.
Megan pergunta:
- Onde você estava?
- Eu havia saído com o bando e de repente eu ouvi alguém me chamar e...
- E?
- Eu ouvi alguma coisa.
- De que tipo?
- Um sussurro. Não, não, um cântico...
Ray não parece convencido.
Megan pergunta:
- Como era esse cântico? O quê dizia? Pode se lembrar?
- Claro. Amm... Eles diziam que...
- Subsídia, está na cara que esse cara está mentindo!
Ray está com um sorriso irônico na cara.
Neithan o olha e diz:
- Estou dizendo a verdade, senhora. Acredite em mim.
- Está bem, continue.
O rapaz parece intimidado pela presença de Ray.
Megan pergunta:
- De onde vinha o cântico?
- Do riacho. Não sei. De algum lugar na mata.
- Entendi. Se lembra de mais alguma coisa?
- Eu senti uma pancada na cabeça e eu caí.
- Você viu alguém?
Neithan olha para Ray apreensivo, Megan segue seu olhar e parece ver interesse na ação.
Megan o olha, perguntando:
- Você viu?
- Não, senhora. Eu não vi.
- Estamos perdendo tempo aqui, subsídia. É melhor voltarmos e ver se Charlie conseguiu alguma coisa.
- Obrigada, Neithan. Se você lembrar de alguma coisa, por favor, me procure.
- Pode deixar, senhora. E mais uma vez, me desculpe.
- Não se preocupe.
Megan se levanta e segue com Frida e Ray para fora do quarto.
A mesma senhora se levanta e se dirige a Ray e o encara, dizendo:
- Você não vai se dar bem!
Ela entra no quarto de Neithan.
Megan pergunta:
- Você conhece essa senhora?
- É a mãe do rapaz.
- E o quê ela quis dizer?
- Nada. Ela já está sofrendo demais, não devemos nos afetar por isso.
Megan e Frida se entreolham.
Eles voltam para casa, Megan dispensa Ray.
Leônidas e Loba do lado externo da casa os olham, parecem ter novidades.
Megan e Frida se aproximam.
Megan pergunta:
- Alguma novidade?
- Teorias.
Responde Leônidas.
Eles entram na residência.
- Charlie retornou e encontrou um rastro de sangue na mata...
Diz Loba.
Megan pergunta:
- E?
- Eles seguiram os rastros, mas não encontraram absolutamente nada, o rastro levava para o riacho e é como se tivessem lançado um animal ou algo do tipo na água.
- E no quê vocês pensam?
- Podem ser chacais, bem, é temporada de caça... Um urso... Não podemos deixar passar o fato de que a civilização está por pouco de nos descobrir aqui e...
- Pode ser que sejam apenas animais selvagens.
Complementa Leônidas.
Megan diz:
- Estão achando que podemos estar recebendo visitantes estrangeiros?
- Todas opções são bem vindas.
- Tá, mas e o fato de termos um lobo ferido? Como explicam isso?
- É como a gente disse, teorias, apenas teorias.
- Não podemos nos contentar apenas com teorias, Leônidas. Temos inimigos espalhados por aí, não podemos contar com nenhuma teoria sem uma espécie de certeza por detrás delas.
- Você tem razão.
- Por favor, eu preciso fazer tudo isso ter algum valor, algum motivo, me ajudem a tornar possível.
- Você está certa, Megan. Eu vou tomar providências.
- Faça isso, Leônidas. Confio em vocês. Frida, venha comigo.
Elas caminham para o escritório.
Frida pergunta:
- Você também achou estranho aquilo no hospital?
- Muito estranho. Neithan estava totalmente apreensivo.
- Você viu como Ray parecia nervoso?
- Sim, pude perceber. Ray não teria tanta audácia para trair toda alcatéia, teria?
- Eu não tenho ideia.
- Onde está seu pai?
- Ele deve estar caçando.
- Você pode trazê-lo até aqui?
- Claro.
- Certo. Faça isso o quanto antes.
Frida sai do escritório e fecha a porta.
Megan começa a criar dúvidas a respeito da fidelidade de Ray e se preocupa por estar colocando todos na vila em risco.
Ela entra no banheiro, se olha no espelho e desfaz a postura de Megan durona que procura sustentar, trazendo à tona uma Megan preocupada e temerosa tendo a lutar sozinha por sua vida e dos lobos. Ela se vê entre a cruz e a espada.
Ao entrar no box do chuveiro e ligá-lo, ela deixa com que a água morna relaxe a tensão de seus músculos e permite toda preocupação evadir de seus pensamentos por um instante.
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A ESCOLHA DO LÍDER
WerewolfUma vez que sofrido o ciclo, ele nunca mais é desfeito, mas a chance de conviver com ele é de uma em um milhão. Num vilarejo estará toda certeza de que ela não pertence mais à família, porque a partir de certa data ela irá pertencer ao líder, somen...