Falsa Esperança

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Megan e Loba estão no saguão da clínica, onde perguntam pela Dra. Lina Mettviski, recebendo a resposta de que ela não aparece para trabalhar fazem duas semanas.
Com o endereço de uma suposta casa, Loba e Megan vão até lá, um bairro de casas grandes e bonitas.
são cinco e vinte da tarde, Megan é Loba estão com o carro estacionado em uma esquina à duas casas da que supostamente seria de Lina.
Elas estão com os vidros abertos, o vento frio e pós-chuva penetra no carro e acaba tornando à espionagem confortável.
Os minutos se passam, ainda nenhum sinal de movimento na casa.
Megan um carro se aproximando pela rua oposta e contrária à qual estão e diz:
- Loba, olhe.
- O quê?
- Aquele carro.
Loba vê o carro parar diante da casa que seria de Lina, vendo-a descer e ser acompanhada por um homem até a calçada, ele lhe dá um beijo e retorna ao carro.
Instantes depois, Loba e Megan encaram o homem que passa ao lado delas no carro e olha para elas, desviando o olhar em seguida.
Megan pergunta:
- Conhece ele?
- Ele não. Mas aquela, aquela é ela. É claro que mudou um pouco, mas é ela.
- Vamos até ?
- Você vai, eu espero aqui. Vou falar com o Travel.
- Tudo bem.
Megan desce do carro e atravessa para o outro lado da rua, onde caminha pelas calçadas até chegar diante da casa de Lina.
Ao tocar a campainha, Megan é recebida por Lina, que força um sorriso.
Megan diz:
- Oi, doutora.
- Megan!? Eu não esperava você. Quero dizer, soube que foram embora da cidade, pensei que...
- Sim, nos mudamos, mas ainda tenho uma sessão incompleta com você.
- Claro. Mas eu não estou trabalhando esses dias.
- Soube disso. Mas por quê?
- Não me sinto bem.
- Entendo. Eu posso entrar?
- Entrar?
Lina olha para dentro e depois para Megan, permitindo sua entrada.
Megan pergunta:
- Vai viajar, doutora?
- Viajar? Ah, não. São algumas roupas que separei para a doação.
- E vai doar para onde?
- Uma instituição de moradores de rua... na Oeste.
- Oeste?
- Isso.
Megan olha para a pouca quantidade de móveis na casa e pergunta:
- Está doando seus móveis também?
- O quê?
- Suas mobílias...
- Ah, é. Decidi comprar móveis novos, esses estão aqui há anos e passaram da validade.
- Não me parecem estar em estado ruim.
Megan percebe o desconforto de Lina, que caminha até a cozinha e se serve de uma taça de vinho, perguntando:
- Aceita uma taça?
- Não, obrigada.
Megan anda pela casa, observando os poucos quadros e porta-retratos espalhados pela sala, perguntando:
- Você têm filhos, doutora?
- Não, eu não tenho. 
- Mas é casada, pelo que vejo.
Megan encara uma foto de Lina ao lado do mesmo homem de momentos atrás.
Lina mantendo uma distância entre elas, diz:
- Este é o meu noivo. Estamos de casamento marcado para daqui um mês.
- Um mês?
- Sim.
- Posso saber onde se conheceram?
- Claro. Foi em uma consulta.
- Um paciente?
- Sim, um paciente. Saímos algumas vezes... Eu também achei bem inusitado no início, mas nos permitindo.
- E quando foi isso?
- Cinco meses atrás.
- Recente, não?
- Um pouco. Já havíamos nos encontrado antes das consultas, mas eu não dei tanta atenção.
- Você o ama?
- É um pouco recente para dizer tal coisa. Mas talvez com o tempo...
- Entendo. E ela mora na cidade mesmo?
- Ele morava em Winnipeg.
- Morava?
- Está de mudança para cá.
- Certo. Será que eu poderia perguntar mais uma coisa?
- fez tantas perguntas, mais uma não fará diferença.
Megan à olha, perguntando:
- Por quê você está fazendo isso?
- Fazendo o quê?
- Sustentando uma falsa versão do que não é.
- Eu não sei do que está falando.
- Eu vou refrescar sua memória. Seis meses atrás...
- O quê você sabe...
Megan interrompe Lina que agora está aflita:
- Não. Não, doutora. Eu ainda não terminei. Achou mesmo que me enganaria tão friamente? Saiba que seu teatrinho se encerra aqui.
Lina sustenta um sorriso no rosto e se serve de mais uma taça do que bebia, dizendo:
- Você acreditou mesmo que eu teria alguma coisa com o seu precioso pai? Achou mesmo que eu teria alguma coisa com aquele homem rancoroso e egoísta que é seu pai, se bem que ele está enxuto para sua idade? Saiba que ele foi bem resistente aos meus encantos.
- Você sente prazer em machucar as pessoas, não é?
- E vou sentir ainda mais quando eles pegarem você e...
- Eu estava certa. Você é uma...
- Opa! Veja como fala com sua Psicóloga.
- Você não tinha o direito de fazer isso com Travel e com a Frida.
- Frida? Jura mesmo que deram esse nome para aquela criaturinha?
- Saberia se estivesse presente.
- Quer saber o porquê de tudo?
- Por favor.
- O tempo todo eu mantive esse plano, quer saber, eu me superei. Eu não suportava mais conviver naquela porcaria de reserva com meus pais! E quer saber mais, treinei meus dons, me capacitei deles e encontrei o idiota do Travel. O quê!? Não vai me dizer que ele está sofrendo? Não!?
Lina dá risada.
Megan diz:
- Você é doente!
- Doente? Não. Não. Estou em perfeita saúde. Travel achou mesmo que eu queria alguém como ele do meu lado? Eu mereço bem mais do que ele possa me oferecer, bem mais, eu não sou mulher de um homem sem nada para dar, não igual a ele.
- Você enganou todo mundo naquela vila!
- Eu consegui mesmo? Não achei que conseguiria. Mas e você? Hum? Está pensando que vai sobreviver ao que te acontecerá? Chegar ao lado do líder para morrer longe dele, o quê você me diz?
- Não ouse tocar em...
- Não, querida. Não tenha medo. Não doerá muito. Eu garanto.
Megan recua alguns passos, enquanto Lina se aproxima dela, Loba entra na casa em seguida.
- Olha o que temos aqui! Loba! Como você está?
- Como eu estou? Você é mesmo uma descarada! Eu poderia matar você aqui mesmo, mas não seria justo com o Travel e nem com a Frida.
- Ai, para! Sempre Travel isso, Frida aquilo. Que merda é essa! Mudem o disco de vocês! Eu não me importo nem um pouco com esses dois. Se bem que Frida estava nos meus planos, antes de vocês aparecerem, mas que estão aqui quem precisa dela, não é mesmo?
- Você tinha isso em plano durante todos esses meses?
- Achou que eu não fosse capacitada?
- Eu sempre soube desse seu lado.
Enquanto Lina desaba a se vangloriar de tudo que fez, Loba se transforma em sua majestosa loba e salta para cima de Lina, que cai ao chão começando a gritar.
Quando Loba em seu forma humana sai de cima da mulher, Megan à olha, Loba está com um corte profundo no braço.
Megan desvia o olhar por um momento para o corpo caído diante dela, o sangue está se espalhando sob o corpo imóvel.
Megan pergunta:
- Ela está morta?
- Não vai demorar a estar.
- O que vai acontecer agora?
- Temos que voltar.
- E minha mãe?
- Vou deixar você na casa de seus pais.
- Você consegue dirigir de volta à vila?
- Consigo. Essa ferida é de menos, logo cicatriza.
- Eu posso pegar um táxi até o aeroporto.
- Tá. Eu não vejo risco. Pode ir, Megan. Eu vou resolver essa bagunça e levá-la de volta à vila.
- Como desejar. Nos vemos em breve.
- Tenha cuidado, Megan!
- Você também.
Megan sai da casa, corre até o carro do outro lado da rua e pega sua mochila no banco traseiro, ela anda por alguns metros até encontrar um táxi, que à leva ao aeroporto.

    
                            ♧~♤~☆
Você pode até tentar fugir, mas não conseguirá ir tão longe, pode até tentar seguir vivendo o presente ou querer alcançar o futuro, só não se esqueça, mais cedo ou mais tarde o passado retorna para esclarecer um mal entendido por menor que seja.



A ESCOLHA DO LÍDEROnde histórias criam vida. Descubra agora