Casualidades Propositais

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Megan aproveita que Marcelo está com Nathália no carrinho de guloseimas e se afasta para caminhar com Trevon.
Quando percebe que estão à certa certa distância, Megan pergunta:
- Que papo foi aquele? Montreal? Jura, por quê não Paris?
- Eles precisavam de um bálsamo. E você precisa se formar.
- Trevon, eu não estou entendendo mais nada.
- Ótimo, não entenda. Deixe como está.
- O que está acontecendo?
- Não é nada alarmante. espero que não se importe quando seus pais forem nos visitar no natal e termos que reunir nossas famílias nos dias de ações de graça.
Megan balança a cabeça, sorrindo.
Trevon pergunta:
- O quê foi? Achei que queria seus pais por perto. Que tipo de filha é você?
- Eu quero. Eu quero muito eles por perto, mas não somente aos natais.
- Quer ficar morando na casa deles?
- Não!
- Então o quê?
- Sei lá. Eu quero que eles estejam quando estivermos entediados do dia exaustivo e...
- E?
- E quando tivermos nossas crises.
Trevon para de andar e olha para um rapaz que passa ao seu lado correndo:
- Espere um pouco, o quê está havendo entre a gente?
- Como assim, o quê?
- Achei que estivéssemos fingindo, mas estou vendo que não. Olhe só para gente, estamos falando em morar juntos, ações de graça com familiares, sobre crise na relação, o quê mais falta? Casamento, filhos... Quem não está entendendo nada agora sou eu. Quer me dizer o quê você e eu estamos fazendo?
- Estou tão confusa quanto você.
Trevon se debruça sobre o apoio de uma pequena ponte onde estão, acima de um riacho, perguntando:
- Eu acho que devemos ir com calma. Ou então vamos enlouquecer.
- É isso. Eu concordo absolutamente. Vamos com calma.
- Está pensando em quê?
- Por quê você não tenta a sorte?
Trevon à olha e dá um meio sorriso pelo canto da boca, dizendo:
- Você é misteriosa demais.
- Ata. E você não?
- Você sabe tudo sobre mim.
- Não é verdade. Eu não sei muito sobre você, sei sobre as leis do tratado, sei sobre seu lobo, mas nada de você. Mas já você em relação a mim...
- Não significa nada. De uma forma ou de outra, de um jeito bom ou mau você está bem perto de saber.
- Quer mesmo saber o que estou pensando?
- Nada mais justo.
- Quer saber uma coisa, eu não vou te contar nada.
- Ah, é? Posso saber por quê?
- Você não merece.
Megan se vira e continua a andar, Trevon à segue, perguntando:
- Você tem noção de como não consegue esconder nada de ninguém, não é?
- Você é um idiota, sabia?
- Eu também acho o mesmo de você.
Megan é atingida por uma raiva seguida por um riso contínuo, dizendo:
- Você é muito engraçadinho! E eu não estou nem um pouco interessada em deixá-lo saber o que estou pensando e nem muito menos continuar essa conversa.
- É claro que deve estar pensando alguma perversidade.
Megan mentaliza uma frase e continua andando.
Trevon aos risos e continua seguindo-a.
Eles passam algumas horas do dia no parque, às sete da noite eles vão para um restaurante na cidade, onde jantam, riem e conversam, logo mais, tarde da noite retornam para casa.
Megan e Trevon estão no quarto dela.
- A Loba deve estar a caminho, é bem provável que ela esteja aqui amanhã de manhã.
Diz Trevon.
Megan se levanta da cama e para à sua frente, perguntando:
- Você tem mesmo que ir?
- A vila precisa de proteção.
- bom.
- Não se preocupe, eu estarei sempre presente em pensamento.
Megan força um sorriso.
Ele se aproxima e à segura pelos braços, mantendo certa distância entre os dois, dizendo:
- Estou fazendo o quê você queria que eu fizesse.
- Eu sei que está.
- Então não fique assim.
- Como quer que eu fique?
- Eu não sei, mas deveria estar feliz, não? Está na casa dos seus pais, onde mais queria estar?
- Com você.
- Megan, olha , ainda não...
Antes que possa terminar, Megan o beija e é correspondida, mas logo é afastada.
- Não entende que não deve fazer isso?
- Por quê não?
- Já é difícil para mim ficar perto de você sem me controlar, imagina só...
- Então não se controle.
- Eu tenho que ir. Nos vemos.
Trevon sai do quarto.
Megan cai de costas sobre sua cama e começa a rir.
Megan ainda está deitada, quando seu pai entra em seu quarto e diz ter uma mulher na sala.
- Loba, achei que só viria amanhã.
- Desculpe, se quiser eu volto de manhã.
- Não, venha. Você conheceu meus pais?
- Não tive oportunidade de conhecer sua mãe.
Nathália está sentada na poltrona, olhando para elas.
Megan diz:
- Esta é Nathália, minha mãe. Mãe, esta é a Loba.
- Loba?
Nathália estranha o nome, mas cumprimenta Loba.
Megan segue com ela para o quarto, fechando a porta e se sentando em seguida.
- O líder me contou dos visitantes.
- Eu não acredito no que está acontecendo. Tudo isso é uma loucura.
- Como você está se sentindo?
- Estou bem.
- E o líder, como se comportou com você?
Megan começa a rir e diz:
- O seu líder é muito estranho.
- Megan?
Megan está sustentando um sorriso.
Loba pergunta:
- O quê houve aqui?
- Nada. Não houve nada.
- Não vai dizer?
- Eu acho que ele está se adaptando melhor.
- E isso é bom, não é?
- É agradável.
- Mas?
- Sempre tem um mas.
- E o seu "mas" quer dizer o quê?
- Quer dizer que talvez Trevon esteja entendendo de fato o quê eu represento para o lobo dele.
- Ele disse a você?
- Não com palavras.
- Megan?
Megan enfia o rosto no colchão, murmurando:
- Eu beijei ele.
Quando Megan ergue o olhar para Loba, ela está olhando para a janela.
Megan à olha, perguntando:
- Loba, você ouviu?
- Ouvi. Mas preferia não ter ouvido.
- O quê eu fiz de errado?
- Megan, eu deveria tê-la alertado.
- Sobre o quê?
- Isso é preocupante.
- O quê foi, Loba?
Megan caminha até ela.
Loba não lhe olha nos olhos.
- Você não deveria ter feito isso.
- Por quê não?
- As coisas no mundo da alcatéia não funciona como no de vocês. Se você se deixa ser atraída pela tentação, sua aproximação com o líder está comprometida.
- Então eu não posso...
- Ainda não.
- Se eu não posso tocar nele, o quê eu faço?
- Fique do lado, Megan.

                        ♧~♤~☆
De nada vale os sentimentos se não poder usufruir das regalias amorosas. O pecado do ser vivo é querer aquecer-se nos braços daquele que não o pertence perante à lei.








A ESCOLHA DO LÍDEROnde histórias criam vida. Descubra agora