oito

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Outer Banks

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Outer Banks



– Então a qualquer minuto o conselho pode bater na minha porta -Ele diz e concordo, me lembro de quando meu pai sumiu por um tempo, e ele tinha se comunicado dizendo que iria voltar mas um vizinho denunciou e o conselho tutelar apareceu na minha porta, não acreditaram em mim e não conseguiram contato com o meu tio -oque era normal-, depois de um mês sem meu pai aparecer me colocaram em um carro para levar para um lar temporário.

– Sempre tenha uma foto reserva do seu pai, quando tiver no carro abre a janela antes e durante o caminho deixa ela voar contra o vento, a pessoa não vai achar e você vai ajudar, faz drama para sair do carro e corre na direção contrária. Pessoas do conselho tem coração mole -Digo, usei a mesma coisa para fugir em Los Angeles.

John B assente, ainda pensativo

– Meu pai e seu pai se conheciam -Ele repete pela sétima vez desde que eu terminei de limpar os machucados dele.

– Acho que se repetir mais uma vez vai ganhar outra marca -Ameaço colocando a mão sobre a cabeça, ficamos a noite inteira conversando e pensando em justificativas plausíveis. Mas John B parecia esconder algo, porém ele também parecia querer me dizer.

– Eu preciso te contar uma coisa -Ele diz e eu não me surpreendo, o relógio da parede dele apita e subo o olhar vendo ele marcando dez em ponto.

– Merda, eu estou atrasada para o trabalho -Xingo me levantando – Será que pode me emprestar uma camisa? Não posso ir para o trabalho com a mesma de ontem e não tenho tempo para passar em casa -Digo olhando para John B que assentiu quieto se levantando e indo para o quarto. A casa dele é legal, deve ser maneiro morar sozinho.

– Depois você me conta esse lance -Digo quando ele me entrega uma camisa estampada, ele assente se virando para eu me trocar e sorrio de lado tirando a camisa e vestindo a dele. Na verdade não ligo muito para isso, todo mundo me vê de biquíni. E pelo menos a camisa estava limpa. – Vê se toma um banho -Brinco fazendo ele se virar e faço um toque antes de sair praticamente correndo da casa dele.

Ficar esse tempo com John B foi legal, ele me contou mais detalhes sobre achar o barco e como foram parar em um motel -onde acharam a arma-, contou que a polícia pegou parte do dinheiro, contou as merdas que eles e os amigos faziam, e Kiara parecia ser bem ativista oque eu acho muito legal, Pope um cara que sabe literalmente tudo e JJ bem... Agitado.

De qualquer forma, John B foi a primeira pessoa que eu conversei sobre muita coisa desde que cheguei aqui, que contei do meu pai, que falei como me sentia -mesmo escondendo algumas coisas-, e de certa forma eu me sentia mais leve, como se, tivesse partilhado um peso que antes eu erguesse sozinha, mas ao mesmo tempo não era como se tivesse passado ele para John B, e sim tivesse jogado ele fora. Foi legal a forma como ele se abriu também, sobre o pai dele, sobre as amizades, mesmo ele também escondendo alguma coisa, foi um passo muito grande para pessoas que não se conheciam e nem tinham se falado direito. Quem diria que achar que ele estivesse morto traria tanta coisa? Meu pai chamaria de destino, diria que eu tinha que encontrar John B e leva-lo para casa para descobrir a "pista", que na verdade para mim foi um descuido -mas admito que ele tirar oque tem dentro e em vez e levar o saco, deixar ele na árvore, é bem suspeito-, meu pai diria que o destino me faria achar ele, e John B está nele. Porém, para mim é só uma coincidência, um acaso, estamos em uma ilha, eu esbarro com as pessoas em algum momento do meu dia.

Nothing To Lose¹  • JJ Onde histórias criam vida. Descubra agora