trinta e sete

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Outer Banks


Lar doce lar -JJ afirma, com a voz cheia de receio e preocupação.

Quer que eu vá? Porque eu vou -Kiara afirma antes que eu possa falar algo, só conseguia pensar no que aconteceria quando JJ cruzasse aquela porta pedindo as chaves da Phantom.

Não -Ele nega com a cabeça, apoio a mão em sua perna coberta pela bermuda.

Tem certeza? Eu vou com você se quiser -Fito seus olhos, agora pareciam bem mais claro do que verdadeiramente eram.

Não vou demorar -Afirma pondo a mão por cima da minha, concordo, mas algo me dizia que não era muito bem verdade.

Eu vou para a casa do meu tio, preciso ver uma coisa. Quando acabarem pode passar lá? Não demoro -Digo olhando para Kie, ela concorda e saio do carro junto com JJ.

O quê vai fazer lá? Espera eu pegar que vou contigo.

Preciso ver como ele está. Não se preocupe, vai ser rápido -Ele concorda relutante e acaricia minha bochecha com a mão, sorrio com o contato e deixo um rápido selinho no mesmo. Vai ficar tudo bem, qualquer coisa grita e chama a Kiara -Digo, ele ri sem humor concordando e me afasto dele correndo durante duas ruas até a casa do meu tio.

Paro um pouco ofegante na varanda da frente, minha mente estava dividida em oque poderia estar acontecendo com o Maybank, e como estaria o meu tio assim que eu entrasse.

Sentia um aperto no peito estranho.

Olhar para o céu e ver que ele estava bem diferente daquela estrela radiante que costumava despejar raios que iluminavam tudo a sua volta me deixava pior, as nuvens pareciam dançar no céu acompanhadas do vento, se estendendo por enormes pedaços e pareciam brincar de esconder a parte azul. Elas completavam linhas de movimentos embaralhados, porém eram movimentos de uma música triste, ou até mesmo de uma música melancólica.

Me sentia como Jappe Nilssen no quadro melancólico de Edvard Munch.

Ponho a mão na maçaneta sentindo um enorme peso ao abrir a porta, torcia para que meu tio estivesse bem, dormindo, talvez até na mesma posição que ontem.

Viro a cabeça lentamente para o lado, olhando o seu corpo no sofá, parecia que ele não tinha levantado, sua posição era a mesma e tudo na mesa estava no mesmo lugar, todos os remédios.

Tive que olhar bem para reparar que era a mesma posição, mas tinham algumas coisas diferentes.

Era a mesma roupa, os braços posicionados no mesmo lugar, as pernas jogadas sobre o mesmo encosto de sofá, o cabelo ainda um pouco bagunçado, porém, em cima da sua barriga ele não segurava nenhum pote de remédio, ele tinha sido substituído por um porta retrato.

Me aproximo com passos lentos, a foto estava virada para cima, e ele praticamente estava abraçado ao porta retrato.

A imagem me causa um baque, a primeira coisa que reparo é no sorriso aberto do meu tio, algo que não me lembro de ver desde que cheguei aqui. Ele parecia mais novo, o cabelo não estava penteado para trás e parecia mais cheio, estava penteado para o lado e para a frente ao mesmo tempo, a barba estava rala, bem feita, sua aparência era de um homem na casa dos trinta bem cuidado, sorridente, alegre e calmo. Tudo que o atual Jeffrey não era.

Nothing To Lose¹  • JJ Onde histórias criam vida. Descubra agora