trinta e três

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Outer Banks


Rafe, abaixa essa arma -Escuto Ward dizer enquanto meus olhos se mantinham presos em cada movimento de Rafe. Minha mente tentava bloquear as lembranças da última vez que nos encontramos, mas meu corpo se lembrava... Meu corpo se arrepiou, me mandando um sinal de alerta: se mantenha longe dele, não nos recuperamos da última vez.

Olhar para ele apontando uma arma para mim não era pior do que da última vez. Eu preferia levar um tiro do que passar por aquilo de novo.

No caso, levar outro tiro.
Mas não estou preparada para qualquer coisa que envolva os Cameron, parece que essa família só tem aspectos negativos, e a única que se livra disso é a Sarah. Ward, matou o meu pai a sangue frio depois de matar o seu melhor amigo na frente dele, ouviu os últimos gritos dele e escondeu isso de todos, mentindo tão bem que eu poderia apostar que se inspirava em Víctor Lustig, o homem que vendeu a Torre Eiffel ou até mesmo a Frank Abgnale, o homem que assumiu oito identidades diferentes e fazia golpes pelos países. Cerca de 26 países diferentes. Mas todos tinham algo em comum: ambos foram descobertos. Seus crimes vieram a público, e os dos Cameron também vão vir.

Tal pai, tal filho.

Rafe abaixa a arma lentamente, e mesmo meu corpo estando amedrontado minha mente se forçava a estar limpa, eu não tinha mais medo de morrer. Se eu tivesse que morrer, assim seria, mas faria questão de não ser agora, ou por um Cameron.

O corpo de Susan me chamou mais atenção, e eu vou o mais rápido o possível até ela.

Tenta ficar parada, por favor -Coloco minhas mãos em cima do ferimento sentindo o líquido pegajoso nos meus dedos, não perfurou nenhum órgão vital, mas ferimentos alí precisavam de atendimento médico urgentemente.

Por favor eu sinto muito, sinto muito -John B desesperado aparece tirando o lenço do seu pescoço e alí, vendo Susan tossir com o olhar desesperado me fez sentir algo que nunca senti, uma dor diferente. Ver alguém morrer na sua frente é definitivamente a pior coisa.

Ainda mais sendo assassinado.

A xerife parecia implorar aos céus por mais minutos de vida, não conseguia respirar direito, tossia, deveria estar sentindo uma dor agonizante e eu e John B não conseguíamos estancar o ferimento, percebi que minhas mãos tremiam, e todos deviam ter reparado.

Chame... Chame ajuda -A voz rouca fez John B pegar o rádio desesperado, minhas mãos ainda tremiam e meu cérebro parecia raciocinar para saber qual ordem mandava para o meu corpo, e o resto sem nenhum comando entrava em pane, minhas mãos tremiam e meus olhos lacrimejavam, sentia uma palpitação no peito e não me importava de forçar os pontos, sentia a dor no ombro mas não era nada perto do peso emocional que sentia no momento.

Não tente babaca -Rafe apontava a arma bem para a cabeça de John B, com Ward tirando o rádio da mão do mesmo, escuto os soluços de Sarah, mas não conseguia acreditar que esses homens iriam deixar ela morrer assim.

Eu sinto muito, sinto muito -Digo baixo para ela, sentindo as lágrimas rápidas escorrerem pelo meu rosto e pingarem em minhas mãos sujas de sangue.

Corram -Me respondeu desesperada, ela já não tinha mais forças para falar, estava perdendo muito sangue e... Seus pulmões não deveriam estar funcionando direito.

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