Nothing To Lose¹ • JJ

vinte e seis

Outer Banks

Tento pronunciar um "Rafe, me solta", mas o barulho abafado que saiu por conta da sua mão na minha boca foram apenas murmúrios, Rafe me apertava forte, e agora sentia todo o seu corpo atrás do meu, o que estava sendo nojento.

— Pra uma pogue você é até bem bonitinha, por que não passa no meu quarto? Ou melhor, por que não vamos para lá agora? -Sinto medo pela primeira vez, sua voz soa sádica, de uma pessoa que não estava pensando. Uso toda a minha força para chacoalhar meu corpo forte o suficiente para que ele me solte, mas ele só parecia ficar com mais precisão sobre o meu braço. Rafe é alto, forte por provavelmente malhar, e o fato de ser três anos mais velho que eu sabia que não teria como fugir sem um deslize dele.

Se eu tentar me soltar enquanto subimos as escadas, Rafe pode ser louco  e me jogar escadaria abaixo. Se chegarmos em cima, e se eu não conseguir correr até o quarto da Sarah? E se o Rafe me trancar no carro dele?

Meu coração começa a bombear sangue mais forte, minha boca doía por estar sendo pressionada por seus dedos, sentia meu dente cortar levemente a pele dos meus lábios e o braço dele que contornava meu corpo fazia uma força absurda contra as minhas costelas. Estava ficando sem ar.

— Chega! -Exclama, em uma movimentação rápida ele me empurra contra a parede, o corpo dele contra o meu é o suficiente para me prender, e a mão dele ainda na minha boca não me deixava se quer gritar.

Sinto meus olhos lacrimejarem, mas ao mesmo tempo a ânsia de ver o rosto de Rafe tão perto do meu. Meus pés doíam como se percebessem que não pertencem a este lugar, minhas coxas eram pressionadas contra seus joelhos, oque fazia que a dor que eu sentisse fosse maior do que o mínimo desconforto nele, sua cintura e barriga estavam completamente coladas as minhas, e, mesmo vestida, eu me senti suja, suja por estar tão perto do garoto, por sentir a mão dele na minha boca, sentir a respiração no meu rosto. Seu nariz encostava em minha bochecha e quase fecho meus olhos. Eu preferia morrer.

— Sabe que eu gosto muito do seu cabelo -Tento me afastar, em vão, ele ainda tinha uma mão livre, diferente de mim que tinha as duas presas pra baixo do meu corpo, ele coloca a mão no meu cabelo, era pesada, sem delicadeza alguma, parecia que eu sou uma marionete para ele, uma boneca. A única coisa boa é que reparo em uma queimadura recente em seu braço, não sei como, mas sei que era minha única saída. — Essa cor, é um preto tão forte, diferente de todos. Eu quem deveria tocar nele, e não aquele pogue de merda. Vi vocês na festa - Ele enrola uma mecha do meu cabelo no dedo e ao chegar no final puxa, demonstrando sua bipolaridade assustadora. Ele continua passando a mão no meu cabelo, parecia que estava sujando, eu me sinto imunda.

Meu corpo treme quando meu couro cabeludo arde um pouco, me forçava para não derrubar as lágrimas, mas quando Rafe sorriu e se aproximou do meu rosto senti mais nojo, nojo de mim. Do meu rosto, do meu corpo, do meu cabelo.

— Shhh, não conto para o seu namoradinho -A boca dele encosta em meu pescoço e agora sim choro, nunca tinha passado por algo parecido, e eu queria tanto gritar, mas se quer conseguia abrir a boca para morder a mão dele, Rafe é infinitas vezes maior e mais forte que eu, inclusive que JJ.

JJ. Parecia que eu estava o traindo, me sentia mais e mais suja e o ódio sobre o meu cabelo estava aumentando, odeio qualquer coisa que tenha feito esse idiota reparar em mim. Odeio essa cor.

Sinto os beijos dele, nada delicados, parecia que ele só forçava a boca contra minha pele para deixar marcas, quando chegaram mais perto do meu rosto, saíram do meu pescoço, começaram a subir e chegaram na minha mandíbula, me desespero, me mexo mais. Consigo acertar meu joelho em suas partes íntimas e quando, mesmo que por poucos centímetros, ele se afasta com a dor faço oque vem na cabeça socando sua garganta e apertando sua queimadura com a outra mão. Rafe grita abafado de dor enquanto tossia agachado, e eu, corro o suficiente para sair da casa e pegar o meu skate para bem longe dalí.