21 - Thank God, it's christmas

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[ some time later ]

Dezembro chega mais rápido do que eu imaginava e com ele, a parada das filmagens de Bo-Rhap pro elenco descansar um pouco.

Já estávamos quase no início da segunda quinzena do mês e Ben disse que queria sair pra almoçar e pra conversar comigo.

Chego ao meio-dia no nosso restaurante de sempre e aguardo por alguns minutos até que ele atravessa a porta principal e seus olhos procuram por mim. Me levanto pra cumprimentá-lo e de supetão ele me dá um selinho. Óbvio que eu não esperava, mas também não estou reclamando.

- Oi, tudo bem? Já fazem alguns dias que a gente não se via pessoalmente - ele fala se ajeitando na cadeira em minha frente.

- Não faz tanto tempo assim, mas fico feliz que tenha sentido saudades de mim, Jones - respondo e ele sorri. Seu sorriso hoje, estava mais brilhante do que nunca. Acho que até os próprios raios de sol, brilhando tímidos lá fora, sentiam-se envergonhados por brilharem menos que ele.

- Outro apelido que eu gostaria que virasse hábito - ele fala baixinho, quase sussurrando, e eu apenas confirmo com a cabeça, sorrindo sem mostrar os dentes.

Hoje ele estaria impossível.

- Qual o papo que o senhor Jones gostaria de pôr em dia? Sou toda ouvidos - digo no mesmo tom de voz que ele havia acabado de usar e ele umedece seus lábios com a língua, lentamente e hipnotizante.

- Planos pra daqui duas semanas, no Natal?

- Sim, meus pais vão vir me visitar. Você quer ficar com a gente? No meu apartamento sempre cabe mais um. É igual coração de mãe - finalizo convidativa e ele ri. A risada mais contagiante.

- Acho que não, Anna. Pretendo visitar minha família em Bournemouth. Por isso perguntei: queria saber se você iria comigo, mas deixa assim. A gente pode se ver depois daí, quem sabe.

- Sim, tudo bem. Eu também não vou me oferecer pra invadir sua família e a privacidade de vocês com meus pais, é meio fora de cogitação. É que eles também querem te ver, Ben. A única vez que você conheceu minha família foi na minha formatura, e você não estava muito à vontade naquele dia - digo rindo, fazendo ele soltar um risinho também.

- Sim, eu lembro. Me desculpa - ele diz envergonhado, e nego com a cabeça indicando que não havia problema - O bom é que agora eu estou mais trabalhado nessa história de ficar envergonhado. É normal quando você é ator: aprende a perder a vergonha - ele termina a última frase falando devagarinho e baixo, me olhando fixamente e mordendo o lábio inferior.

Confesso que senti um arrepio percorrer minha espinha com a insinuação dele, mas tentei ignorar (o que não foi uma tarefa muito fácil).

Passamos quase metade da tarde conversando depois de almoçarmos, e o loiro também comentou sobre um festão que Roger estava planejando em algum lugar de Londres no Ano Novo.

Pois é: ele é idoso, mas não perdeu o jovem espírito festeiro que Roger Taylor sempre teve.

É claro que eu não recusaria: como negar uma festa com os meus ídolos e mais o bando de amigos maravilhosos que eu ganhei graças ao cara que está tentando (e conseguindo) roubar o meu coração? 

Assim que resolvemos ir embora, Ben põe seus óculos de sol assim como eu, e antes de me deixar entrar no meu carro, pega na minha mão.

- Você ainda se lembra do meu convite pra Fazenda Rockfield, não lembra? - ele pergunta, ainda segurando minha mão fria, enquanto a dele estava quente, como sempre.

All I need is you | BEN HARDYOnde histórias criam vida. Descubra agora