74 - I want to break up

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Resolvemos ir num restaurante de culinária italiana, que ficava na mesma rua do prédio em que estamos ficando durante esses dias aqui no Rio, o que significa que fomos até lá caminhando.

Antes eu também havia ligado para fazer uma reserva para nós, porque, como é Ano Novo, nem Ben e nem mesmo eu iríamos adivinhar se o local estava lotado ou não.

Para a nossa sorte, aparentava não estar.

Por enquanto, pelo menos.

O loiro e eu chegamos de mãos dadas, e uma mulher veio nos receber. Conversei com ela no meu idioma nativo, o que fez com que o rosto confuso de Ben voltasse a aparecer.

Ela confirmou a reserva que eu havia feito pelo telefone, e nos leva até uma mesa mais retirada no andar de cima, onde havia menos movimento, ao contrário do andar de baixo, em que basicamente todas as mesas estavam ocupadas. Além disso, eu e ele podíamos ter um bocado de privacidade em um primeiro momento.

E ainda por cima, poder aproveitar a brisa lá de fora por meio de uma grande janela que dava vista para a praia. E era por causa disso que Ben não parava de olhar aos arredores, curioso.

Nos acomodamos em uma das mesas, basicamente sozinhos ali enquanto outras pessoas ainda não ocupavam as mesas ao nosso redor.

Me pego olhando lá para fora, através da janela que se situava bem ao nosso lado, observando as ondas se quebrando no escuro da noite, lá no fundo. O céu estava estrelado, e eu sorri.

Era uma noite típica de verão, e eu estava feliz por estar com alguém como o homem que se sentava à minha frente.

- Você vai me ensinar a falar português, não vai? - ele me tira do transe e eu o olho, cruzando as pernas.

- Como? - abro um sorriso torto, como se duvidasse que ele realmente perguntou o que perguntou, e ele me olhava com alegria nos olhos - Você quer falar português? Por quê?

- Eu fico curioso. Todo mundo aqui fala português, claro. Mas eu não entendo nada! - ele brinca e eu rio fraco.

- Muito bem. O que você quer saber? - me debruço levemente sobre a mesa, e ele faz o mesmo, sorrindo bobo.

- Por exemplo: vamos supor que eu queira fazer o nosso pedido. Neste exato momento... O que eu preciso falar? - abro um sorriso de lado, e ele ergue as sobrancelhas, de forma sugestiva.

- Primeiramente: o que você quer pedir? - pendo a cabeça para um lado e ele faz biquinho, pensativo.

- Por exemplo... Com licença, garçom. Eu gostaria de pedir dois pratos de macarrão... Porque isso é a coisa que eu e a minha namorada menos gostamos nessa vida... - ele pisca, sapeca, e eu gargalho - E também duas taças de um bom vinho. Obrigado - ele engrossa a voz, cavalheiro, e eu sorrio, boba.

- Benjamin, você é tão fofo... - ele sorri e joga um beijo para mim, que eu retribuo - Mas seja mais simples. Você fez muita gracinha; é mais coisa ainda para você falar - ele me olha, fechando a cara de repente.

- Será que você não sabe brincar? - rio e ele sorri, sem mostrar os dentes, como se estivesse contendo a própria risada.

- Eu quero facilitar a sua vida. É completamente diferente! - ele revira os olhos, brincalhão - Falar português não é tão fácil quanto parece.

- Tudo bem, tudo bem... Garçom, dois pratos de macarrão e duas taças de um bom vinho no capricho, por favor - ele repete, agora mais resumidamente, e eu sorrio.

Traduzi para ele, e o rosto confuso do meu namorado volta a aparecer de novo, pela segunda vez, só hoje.

- Como vocês escolhem uma língua tão difícil pra falar? Meu Deus... - ele me provoca e eu respiro fundo, permanecendo séria enquanto o olhava, novamente recostada na cadeira, assim como ele.

All I need is you | BEN HARDYOnde histórias criam vida. Descubra agora