82 - Sunday in Florence

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Suspirei fundo, murmurando preguiçosa.

Eu estava escondida debaixo das cobertas quentes, e podia notar a luminosidade no quarto. Abro os olhos com dificuldade, e sorrio ao reconhecer o cômodo do apartamento em Florença, voltando a me aninhar no travesseiro.

Inspiro fundo e me interrompo ao me deparar com o cheirinho dele.

Me viro no colchão e olho em direção à varanda, e é lá onde eu o encontro, sentado à mesinha dali e já olhando para mim com um sorrisinho no rosto, enquanto só usava uma calça de moletom e mais nada naquele corpinho inteiro.

- Bom dia, pomo de ouro - foi a minha vez de sorrir, mexendo no moletom de Ben, que eu passei a vestir depois de ontem, juntamente com a minha calcinha, apenas.

- Bom dia... - digo preguiçosa e ele solta uma risada nasalada - Como assim você já fugiu de mim? - pergunto indignada, e ele inclina a cabeça para um lado.

- Eu não fugi de você. Estou aqui te observando - ele abre um sorriso de lado em seus lábios, e eu mordo o meu lábio inferior para tentar não fazer o mesmo.

- Feito um louco? Afinal, você poderia estar aqui comigo e não só me assistindo - brinco, ironizando meu comentário, e ele gargalha lindamente.

- Louco de amores por você, amore mio - ele pisca um dos olhos e eu sorrio, boba, principalmente ao notar o uso do italiano de "meu amor" em território italiano, enquanto me sentava na cama, me espreguiçando, e de lá ele bocejava - Dormiu bem?

- Dormi com você, loiro. Acho que não preciso dizer mais nada - ele negava com a cabeça, rindo fraco enquanto alongava seus braços e se debruçava sobre a mesinha à sua frente.

- Sabe, eu sinto que preciso te dizer uma coisa... - ele diz, sincero, e eu engulo em seco, tentando não deixá-lo notar que o comentário me assustou, mas ele se interrompe e abre um sorriso sapeca - Não me olha assim. Não me importa o que você pensou: não é nada disso. Paranoica - ele brinca, e eu rio.

- Você me chamando de paranoica? Veja bem qual foi o seu comentário e como você o fez. Você é dramático, Jones - retruco e ele me olhava, sarcástico.

- Será que eu tenho permissão para continuar? - concordo com a cabeça, me silenciando com um sorriso brincalhão no rosto - Depois que me levantei, lutei contra ter que deixar de te observar por um instante, mas precisei levar o lixo lá para baixo - ele conta, sorrindo como um bobo sempre que me olhava, e eu moldava o rosto com as duas mãos, apoiando meu cotovelos nas coxas - E me deparei no corredor com o vizinho daqui do lado quando voltei - ele sinaliza para o lado com as mãos, em direção ao apartamento vizinho.

- E então? Ele pediu para tirar uma selfie com você? - ironizo e ele revira os olhos, fingindo passar o zíper na boca: um pedido silencioso para que eu calasse a boca, e isso me fez rir junto com ele, que não conseguiu segurar o riso em hipótese alguma.

- Não, Anna... Ele simplesmente perguntou se eu tive uma noite legal ontem. Mas a expressão no rosto dele não parecia muito legal... - como uma flecha atinge o alvo, todo o episódio de ontem voltou à minha cabeça.

Sorri ao lembrar dos detalhes, é óbvio, mas a vergonha me atingiu em cheio ao me lembrar que não me importei em gemer um pouquinho alto demais naquele momento... E isso fez meu sorriso desaparecer num instante.

Esqueci que poderia me arrepender depois.

Só que Ben também não se salva dessa.

Mas ele pareceu não se incomodar; estava ocupado demais se matando de rir de mim ao me ver com vergonha depois do que ele contou.

- Loiro, eu te odeio com todas as minhas forças - levo minhas mãos para a frente do rosto, e não foi o meu comentário que o fez parar de rir. Pelo contrário: só o fez rir mais - Por que diabos você não me mandou parar?!

All I need is you | BEN HARDYOnde histórias criam vida. Descubra agora