46 - How are we gonna call her?

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Era terça-feira e eu tinha os cabelos amarrados num coque frouxo para não molhá-los enquanto eu tomava um banho no fim do dia.

Aquele dia tinha sido cheio de trabalho, e por isso, estressante. E, pra variar, eu estava naqueles dias. É um saco pra quem tem que conviver comigo, mas principalmente pra mim, porque eu viro uma mistura de sentimentos e de dores de cabeça.

Eu tirava toda a maquiagem debaixo do chuveiro, imóvel, só deixando a água escorrer pelo meu corpo todo, quando sinto uma mão-boba na minha coxa, a qual vai subindo pela minha cintura enquanto eu me arrepiava.

Ben se junta a mim e continuava me seduzindo com as duas mãos-bobas, e eu não sei se estava num bom dia pra isso.

Não demonstro reação nenhuma, a não ser me arrepiar involuntariamente, e ele não parou do mesmo jeito.

- Ben... - o chamo em tom de aviso, numa tentativa dele entender o que eu queria dizer.

- O que foi, amor? - ele pergunta como se não estivesse fazendo nada no momento.

- Eu sei o que você quer, mas hoje não - falo autoritária, mas ele ignora e me cola mais a ele, por trás.

- Mas você está tão tensa, meu amor. Quero te ajudar a ficar mais tranquila... - ele sussurra no meu ouvido e leva a mão direita pra minha nuca, e depois a desce lentamente pelas minhas costas. Quando ele começa a querer esquentar, eu me viro pra ele e ponho as mãos em seu peito, o afastando de leve, fazendo-o me olhar, preocupado - Está tudo bem, babe? - a essa hora meu sangue já fervia, e foi quando eu explodi.

- Não está tudo bem, Hardy. Estou terrível de estressada e minha cabeça dói! Estou uma mistura aqui dentro, e eu só preciso de um tempo pra ficar um pouco sozinha! - exclamo, sem provocação na minha voz, e saio do box enrolada na minha toalha, deixando um Ben confuso e de olhos arregalados para trás.

Fui até o closet em passos rápidos, com um milhão de coisas na cabeça.

Joguei a toalha no chão assim que parei em frente à porta da minha parte do closet, e procurei por algo pra vestir, mas só depois fui ver que na verdade eu não estava prestando atenção no que eu fazia. Fecho os olhos por uns segundos pra enfim me concentrar, e pego só uma calcinha e uma camiseta de Ben, sem esquecer do absorvente, claro.

Assim que vesti a camiseta, o loiro aparece na minha mente e eu me lembro do que eu disse quando estávamos no banheiro.

Me viro, com ideia de voltar pro cômodo, e me deparo com ele ali, apoiado no batente da porta, me observando de braços cruzados e só com uma toalha mal enrolada na cintura.

Estremeço, já que a vergonha me atingiu pelo que eu tinha feito. Mas notei que Ben não estava triste, nem bravo. Só preocupado, e eu o olhava sem expressão nenhuma.

Ele se desencosta da porta e insinua que vai entrar.

- Posso? - ele pergunta tranquilo, e meus olhos marejavam.

Era muita tensão que eu sentia, principalmente nesses dias.

Concordo com a cabeça, já prestes a desmoronar, e ele vem em passos lentos mas ágeis ao mesmo tempo, e me abraça apertado. Conforto a cabeça na curva do pescoço dele e não seguro o choro. Ele deslizava a mão pelas minhas costas e mexia em meus cabelos depois de soltá-los por conta, e eu me perguntava do porquê eu tive que ser tão rude com ele.

- Me perdoa... Eu não queria dizer aquilo. Você só queria ajudar... Eu não queria mesmo dizer aquilo e... - falo ainda com a cabeça no seu pescoço, em um tom mais baixo de voz, e ele me aperta um pouco mais, virando o rosto pra beijar minha bochecha.

All I need is you | BEN HARDYOnde histórias criam vida. Descubra agora