51 - Don't you trust me?

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- Onde você estava? - pergunto ainda o olhando. Ben me olha e ajeita os cabelos.

- Eu estava com os caras. Nós quatro saímos beber um pouco, comemorar... Eu acabei não te avisando, mas quando eu me lembrei que não tinha avisado, já voltei direto pra cá - ele diz e senta ao meu lado no sofá.

- Beber? Sabendo que estava dirigindo? Hum...

- A gente não bebeu até dar tempo de se embebedar, foi só uma rodada.

- E você esperava que eu adivinhasse? - pergunto calmamente e ele me olhava diretamente nos olhos.

Ambos ficamos tensos com o ocorrido.

- Anna, eu disse que só me esqueci de te avisar. Nós saímos do estúdio era por volta de sete e meia da noite e...

- Ben... Não tinha como eu saber se você não me avisasse. Eu fiquei pensando onde você poderia estar, o que estaria fazendo, com quem você estaria. É melhor você começar a lembrar das coisas, geralmente - falo, ainda calma. Eu sei do bichinho esquecido que eu tenho em casa.

- Ah, meu Deus do céu... O que de ruim poderia acontecer comigo? Não precisa ser preocupada assim, Anna! - ele fala como se tentasse me consolar, e eu permaneço em silêncio.

- Se eu não fosse preocupada com o meu namorado seria bem pior, não? A única coisa que eu te peço, é pra me avisar e tentar lembrar mais das coisas, Benjamin. O problema não é nem o fato de eu não estar junto, é o fato de você não ter me dito nada e me fazer pensar em trilhões de coisas que você poderia estar fazendo, ou com quem e...

- Espera - ele me interrompe e me olha indignado - Com quem você pensa que eu estava?

- Você não me avisou e nem nada. O que você acha? - digo como se fosse óbvio, e os olhos dele estavam arregalados.

- Me diz que você não acha que eu estava com... - ele diz, sugestivo pra que eu terminasse a frase dele.

- Com outra? Não sei. Meu namorado é Ben Hardy, que pra qualquer lugar que vai atrai o olho de metade de gente que está perto - ironizo e ele me olhava como se questionasse do porquê daquela conversa.

- Anna... Você não confia em mim? - Ben se aborrece e me olha fixo, assim como eu a ele.

- Claro que confio! - respondo e ele ainda parecia duvidoso.

- Não parece - continuamos nos entreolhando assim - Olha o que você acabou de dizer! Você realmente acredita que eu estava traindo a sua confiança num bar, junto dos nossos amigos que sabem do quanto eu te amo e nunca faria uma coisa dessa?! Você acredita que eu não sei que enquanto eu estava lá, a mulher da minha vida estava em casa me esperando junto da nossa bolinha de pelos? Você acredita nisso?! - ele despeja essas perguntas no meu colo e eu olho pra um ponto fixo no sofá.

O detalhe não era ele.

- Não é de você que eu estou falando! Do mesmo jeito que existem homens filhos da puta, igual aquele doutorzinho de bosta que você teve o desprazer de conhecer há um tempo, assim como eu também tive, existem mulheres que a única coisa que não tem na cara, é vergonha! Se elas veem alguém que elas se interessam, elas não estão nem aí se a pessoa é comprometida, se está namorando, se já é casada ou qualquer outra coisa: elas vão tentar chegar nessa pessoa! - ambos já estávamos ficando exasperados com aquela conversa, e ele negava com a cabeça diante do que eu falava.

- Meu Deus do céu...

- Dá pra olhar pra mim?! - pergunto e ele o faz, cansado por estarmos falando daquilo e daquele jeito, assim como eu - Sei que você não aguenta essa conversa, mas você precisa me entender: o problema não é e nunca foi você. O problema são mulheres como essas que eu te falei, que se acham no direito de chegar em quem elas quiserem e fazerem o que quiserem só por causa do interesse delas! São essas interesseiras que fazem má fama pra cima de outras mulheres, completamente diferentes, tipo eu. Não acha?! - ele ainda me olhava.

All I need is you | BEN HARDYOnde histórias criam vida. Descubra agora