Nunca pensei em como a minha vida poderia ser tão complicada de uns dias para cá. Também nunca imaginei que eu poderia estar tão dividida, e no caso eu estava.
Astra Salazar era o irmão mais velho de Thomas Salazar e a população do nosso país e os funcionários desse castelo, não sabiam que Astra existia.
Eu queria muito odiar o jeito bad boy e despojado de Astra, mas ao mesmo tempo, eu entendia exatamente como ele se sentia. Viver a sombra de alguém, era cruel, era desumano. Mas porque? Porque Victor fazia isso com o próprio filho? Isso realmente não entrava na minha cabeça.
Astra não veio atrás de mim quando corri daquele lugar, e eu no fundo achava bom, mas agora, gostaria de ter conhecido mais da sua história.
O castelo estava quieto e maioria das meninas já deveria estar dormindo, ou me odiando nos bastidores como sempre. Amanhã eu seria motivo de olhares, chacotas, comentários desagradáveis ...
- Um grande inferno - comentei baixinho pra mim mesma.
No fundo, eu só queria sumir pra sempre.
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••(Parte do Capítulo Narrado Pelo Ponto de Vista de Thomas)
Thomas odiava deixar o irmão tomar o seu lugar para visitar as garotas, se ele pudesse ele trancaria o irmão nos Confins mais desertos do castelo, porque Astra era muito folgado. A idea de integrar o irmão na competição tinha sido do pai, mas ele odiava ter que dividir algo que era dele com o irmão. Mesmo que ele fosse o mais velho, o pai gostava mais de Thomas. E isso dava vantagens a ele.
Ele ainda não sabia qual das mulheres serviria pra ele, mas ele tinha tido um interesse especial em Elisabeth. Ela era diferente não só pela cor mas pelo posicionamento honesto na competição. A vida toda Thomas teve várias mulheres, todas o bajulavam, mas ela não. E foi por isso que ele quis mantê-la na competição, ele tinha um trato com ela, e gostaria demais de conhecê-la mais.
- Devaneios de madrugada Thom? - ele odiava o tom de deboche de Astra quando o chamava de Tom.
- Ainda por aqui Astra? - ele não conseguia esconder o escárnio em sua própria voz.
- Estava tendo um jantar especial com uma das meninas da competição.
- Veio me trazer os relatórios? - ele amava parecer superior, Astra merecia saber o seu lugar.
- Claro - ele pigarreou e sentou-se na cama - Você sabia que Elisabeth jantou comigo hoje?
Raiva. Ódio. Petulância. Esses foram o sentimentos que ele sentiu naquele momento.
- Como? Que porra você está fazendo?
Astra ria. Uma risada aberta e carregada de escárnio de anos sendo rejeitado e vivendo a sombra dele.
- Você não pode me dar ordens Thom. Eu saio com quem eu bem quiser.
- Você não sou eu. Nunca será. Essa competição é minha.
- Era sua, a partir do momento que eu fui convidado por nosso pai a me integrar nela.
Quando Victor tinha dado a ideia os dois Thomas foi contra desde o inicio. Astra ficava sempre de stand by como um clone. Quando ele não podia exercer tal função, Astra fazia por ele. Thomas nunca tinha sido muito do "povo" então Astra assumia essa posição. O pai tinha algumas razões pra fazer aquele acordo. Um deles era a hipótese de uma possível revolta rebelde. Então reuniões diárias e longas ocupavam o tempo dele, por isso Astra assumia sua posição e passava um relatório detalhado a ele.
- Porque você foi jantar com ela?
- Ela não é o seu alvo irmão? Pensei em apenas ajudar, movimentar as coisas entre vocês.
Thomas com tanto ódio pegou o irmão pelo colarinho, porém Astra o olhava com escárnio.
- Me de três motivos para que eu não soque você agora.
- Porque eu sou você. Como nosso pai vai explicar um olho roxo no perfeito Thom?
- Quando isso tudo acabar eu vou acabar com você.
- Pra que tanto ódio Thom? Por acaso foi você que teve sua vida roubada?
- Como e?
- Você é um filho da puta escroto que só pensa em si mesmo, porém você deveria se preocupar mais com sua protegida.
- Astra ...
- Ela sabe de nós dois Thom. O jogo não está mais nas suas mãos.
A cabeça dele girava. Como assim Elisabeth sabia da origem dos dois? O que estava acontecendo? Como ele poderia reverter isso? Se ela abrisse a boca...Seria o fim de tudo. Seria até o fim deles dois. Ele gostava tanto dela...
- Você está assustado Thom? Pois deixe-me te dizer uma coisa, o jogo virou. Eu dou as regras aqui. Elisabeth vai escolher o lado que ela quer ficar. A competição está nas mãos dela, nas mãos do povo, como sempre deveria estar.
Thomas partiu pra cima do irmão. Os dois rolaram no chão, Astra socou a boca de Thomas que ele socou o olho. A raiva de ambos era tangível e tensa. Eles se odiavam.
- Você quer roubar o que é meu seu filho da puta...
- NUNCA MAIS XINGUE NOSSA MÃE PORRA - Astra gritou.
- Você não vai conseguir ludibriar Elisabeth...
- Ela não é burra, o que ela seria com você?
- O que ela seria com você. Você não é mais que minha sombra. Se eu não existisse, quem seria você? Os livros de história não falam sobre você, as pessoas não sabem quem é você, nossos funcionários acham que você, sou eu. Você só existe por causa de mim.
Astra soca o estômago de Thomas. Ele nunca tinha sentindo tanto prazer na vida.
- Eu não existiria sem você? Pois agora vamos ver quem ela escolhe? Quem será que vai governar o que Thom? Acha que nosso pai vai ter coragem de me matar? Me punir? Quando souber que você fez um trato com ela, ele acaba com você.
Thomas arfava no chão sem ar.
- Que os jogos comecem. Eu serei o líder desse país Thom, casarei com a mulher que você escolheu, vencerei a guerra que está prestes a eclodir, e você, só você, vai sofrer todos os anos que eu fui sua sombra. Por que ao contrário de mim, você não verá mais a luz.
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A Noiva
RomanceEm Um Mundo Futurístico as mulheres são quase extintas. Um novo governo chamado Nova Ordem assumiu o controle, e para salvar a população desse colapso, eles decretam que jovens de 16 anos são obrigadas a casar. Elisabeth Smith completará 16 anos da...