Capitulo Quatorze

51 10 0
                                    

- VOCÊ PRECISA CORRER O MAIS RÁPIDO QUE PUDER - Thomas grita para mim.
Eu não sabia o que responder, o caos estava instaurado ao nosso redor. Havia corpos caídos, janelas quebradas, e maioria das meninas saiu correndo para se lá onde. Porém, os barulhos não cessavam, e eu não conseguia me mexer.
- ELISABETH - ele grita mais uma vez, mas eu não me movo. Como aquilo podia estar acontecendo? Quem eram esses Rebeldes? O que estava acontecendo?
Sinto que estou sendo puxada quando mais um vitrô perto de nós explode com outra explosão. Thomas não está ferido, mas parece apavorado também. Como não consigo correr, mesmo apressando meus passos, ele me pega no colo como um brinquedo e corre comigo.
- Para onde estamos indo? - é tudo que consigo falar.
- Você não para de tremer - ele diz bufando comigo no colo - estamos indo para o meu quarto.
Eu queria dizer que ele estava sendo idiota com uma ideia dessas, mas no momento minha cabeça não conseguia processar nada. Estava com medo pelas meninas, e se algo acontecesse com minhas amigas? E se elas me odiassem pra sempre? E aqueles corpos no chão? Meu deus, era coisa demais para absorver.
Após parecer subir um lance enorme de escadas em corredores opostos aos aposentos das garotas, chegamos a uma porta chique, com detalhes em preto e branco e logo entrei em um espaço enorme. Porém arejando e aconchegante.
- A porta do meu quarto foi feita para aguentar uma explosão de uma bomba - disse ele trancando a porta - parece frágil, mas é o local mais seguro desse castelo.
- O que? Mas...Mas e as meninas?
Ele me olha triste e chuta uma cadeira por ali perto. Me sobressalto mas ele bufa.
- EU SEI TA LEGAL - ele grita - MAS O QUE EU PODERIA FAZER?
Fico calada e me sento na enorme cama dele. Como se estivesse com frio eu não paro de tremer. Minha cabeça começa a girar e eu começo a chorar copiosamente. O estresse recai sobre mim de tal maneira que não consigo me controlar.
- Ei, ei, ei - disse ele vindo até mim - puts Liz, me desculpe. Eu sou um idiota. Como posso gritar com você, quando tudo isso está acontecendo?
Concordo com a cabeça mas não consigo formular frases. Só consigo chorar e tremer.
- Voce está em choque - diz ele me abraçando - vai ficar tudo bem Liz, nada fará mal a você enquanto estivermos aqui.
- Co...Como..voc...você sabe? - minha voz nos soluços eram horríveis.
- Porta que aguenta explosão de bombas lembras? - ele sorri para mim - eu não deixaria ninguém fazer mal a você...
Eu sinto suas palavras me chocarem no fundo do meu coração, mas algo me diz que essa é obrigação dele. Eu só tenho um contrato com ele, só por isso ele me mantém aqui. Nada mais que isso. O que estava acontecendo comigo?
- Você está mais calma? - diz ele colocando seu paletó sobre mim. - Espero que eu posso fazer alguma coisa para sanar isso.
- Quem são esses rebeldes? - digo encolhida mas com seu paletó cheiroso em meus ombros.
- Pessoas que não deveriam existir - diz ele seco - o governo do meu pai anda sofrendo muita oposição. Já tentamos dialogar, mas não sabemos o que eles querem. Temos algumas ideias, mas não é algo que se negocia...
- Eles não querem negociar? - pergunto mais calma. Minha cabeça está explodindo.
- As medidas de negociações deles vai muito além do que podemos oferecer - diz ele se levantando da cama e indo até sua escrivaninha. - É mais complicado que isso Liz.
- Isso já tinha acontecido antes?
Ele parece pensar mas confirma com um aceno de cabeça. Parece mais cansado e exausto.
- Eran ataques mais velados, porém, com a competição, eles querem ter um alvo para que possamos ceder as suas negociações.
Alvos? Mas o que era tão irrecusável assim para negociação? A nossa segurança estava em risco.
- O que é tão irrecusável assim para negociação Thomas? E nossa segurança?
- Podemos não falar disso por favor? - ele passa a mãos nos cabelos e seus olhos castanhos violates perfuram os meus - não quero brigar, porque não posso falar isso pra você.
- Mas e nossa segurança?
Ele respira fundo como se controlando e se senta ao meu lado.
- Nosso castelo está rodeado de passagens secretas para esconderijos. Nada de mal vai acontecer as meninas e suas amigas Liz. Por favor, confie em mim.
Minha cabeça dói com tanta informação e tantas emoções, e me deito em seus ombros. Ele parece supreso com o gesto, mas se ajeita melhor e afaga meu pescoço. Seu toque provoca choques elétricos no meu corpo, mas finjo que não está acontecendo nada. Eu precisava parar com isso.
- Treva de vida - murmuro comigo mesma.
Ele ri e suspira.
- Concordo com você. Saudades de ter uma normalidade na minha vida. As vezes é muito chato ter tudo...
- Eu acharia o máximo. Esse é o sonho de quase todo mundo Thomas. Todo mundo sonha em ter tudo....
O silêncio impera por um tempo, e creio que mais uma vez falei besteira, mas sou aquecida por sua voz novamente.
- As vezes eu gostaria de conquistar as coisas. De saber que estou fazendo algo por mim e não porque as pessoas querem que eu faça, ou saber que estão puxando o meu saco. Conquistar porque eu mereci, não porque serei o próximo líder do país...
- Por isso a competição?
Ele ri mas dessa vez parece mais calmo.
- Isso foi ideia do meu pai e do núcleo de governo - diz ele passando o dedo pelas minhas costas - no começo eu odiei, mas depois tomei como uma chance de conquistar alguém que eu realmente quisesse. Até porque, o intuito de competição é esse.
Fico calada durante um tempo tentando absorver esse papo de revelações com Thomas, e de repente parece que o mundo lá fora não existe mas. Me sinto tão confortável em seus braços, que já não tremo mais. O que diabos estava acontecendo comigo?
- Voce já sabe quem vai mandar embora? - pergunto hesitante.
- Tenho algumas preferências. Mas queria ter tido mais tempo para confirmar.
- Se aceitar sugestões, Bianca poderia ser mandada embora.
Ele ri de uma forma tão gostosa, e me faz ficar... irritada. Me levanto e o fuzilo com os olhos.
- ELA É INSUPORTÁVEL - grito.
- Calma - ele diz rindo - eu entendo que ela não é amistosa como todo mundo, mas não acho que seja a hora de mandá-la embora.
Reviro os olhos e taco uma almofada nele.
- Voce também não é tão amistosa, mas está aqui não está?
- Eu tenho um trato com você - digo brava - por isso estou aqui.
- Antes fosse isso - diz ele baixinho.
- O que disse?
- Você é muito interessante Elisabeth - diz ele me fitando - eu disse que essa noite tinha mudado tudo para mim.
Fico calada tentando absorver o que ele estava dizendo.
- Quero considerar você como parte das pessoas que quero conhecer.
Meu coração bate mais rápido no peito. E tento disfarçar o rubor do meu rosto.
- Como assim?
- Quero que você aceite fazer parte da competição mesmo com nosso trato.
- Thomas... Eu... Eu não sei se consigo fazer isso.
- Voce consegue - ele se aproxima de mim e de repente seu rosto está muito próximo ao meu - eu sei a forma como você me olha.
- Eu... - engulo em seco - não sei do que você está falando...
- O que você sente quando eu faço isso? - ele me puxa para mais perto, e seus lábios de repente tocam meu pescoço. O arrepio percorre minha pele, mas logo o afasto. Isso não podia acontecer, não com ele. Eu não fazia parte daquilo.
- Não posso fazer parte disso Thomas.
- Porque Liz?
- Tem muita coisa que eu não entendo.
- Como o que?
- Voce - digo me virando para ele - como pode ter dupla personalidade, como pode mudar a cor dos olhos sempre que deseja.
Thomas se vira de costas para mim e passa a mãos nos cabelos. Aquela era marca registrada quando ele estava nervoso. Já estava virando expert. Ponto pra mim, que idiota.
- É mais complicado do que você pode imaginar.
- Porque não tenta?
Ele me olha e de repente vejo súplica em seus olhos mas raiva. Porque? Era tão sério assim?
- Eu odeio todos os motivos que me levam a não contar a verdade a você. Mas sinto que de um jeito ou de outro, você vai saber de qualquer maneira.
- Voce está me assustando Thomas...
- Não quero mais falar sobre isso - diz ele irritado - quem sabe outro dia lido com esse drama.
Queria responder à altura e forçar-ló a falar mas batidas na porta nos interrompem. Thomas faz sinal para que eu me esconda atrás dele, e quando a porta se abre, nos deparamos com guardas.
- Senhor Thomas o ataque acabou e o castelo está limpo senhor - diz o guarda desconhecido por mim - seu pai e as meninas estão seguras.
- Quantos mortos?
- Apenas três convidados senhor. Parece que o ataque foi feito apenas para assustar. O senhor já está liberado para sair, seu pai quer vê-lo o mais rápido possível.
Os guardas somem no corredor e Thomás exige me levar de volta aos meus aposentos. Fico mais aliviada em saber que minhas amigas estão a salvo, mas quando saímos do seu quarto vejo o caos total dos ataques.
Janelas quebradas, escadas arranhadas, estátuas quebradas, carpetes incendiados, e mensagens nas paredes. Thomas me puxa pelo braço mas uma delas fica gravadas na minha cabeça.
Em grandes letras vermelhas o aviso diz:
"CONTÉM A VERDADE SOBRE ASTRA".
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

QUAL SERÁ ESSE MISTÉRIO TODO? O QUE OS REBELDES QUEREM? O QUE A LIZ TÁ SENTIDO PELO THOMAS? SERA QUE E RECÍPROCO?
DEIXEM SEU COMENTÁRIO E SUA ⭐️

A NoivaOnde histórias criam vida. Descubra agora