Prólogo

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- A vida não é um conto de fadas. Nem tudo resulta em arco-íris e purpurina, no mundo real catástrofes acontecem um dia após o outro e cabe a nós mesmos decidir o que fazer quanto a isso.
Ano passado a minha irmã morreu afogada na praia de Iracema e eu pensava que eu jamais poderia sorrir de novo. A Sophia foi o meu exemplo de mulher, já que a minha mãe morreu alguns dias após o meu nascimento, e talvez seja por isso que eu passei dias sem comer e meses sem um boa noite de sono. Quando eu comecei a frequentar esse lugar eu pensava que não iria adiantar de nada, eu pensava que nada jamais traria a Sophia de volta e infelizmente eu estava certa. Eu jamais poderei vê-la novamente. Mas felizmente eu pude enxergar que ela ainda vive em meu coração, o calor do seu abraço, o amor contido em seus beijos, a sua força e coragem estão cravados em minha memória.
E por ela eu vou viver a minha vida com todas as minhas forças. Meu nome é Marina Martins e eu superei o luto!

Todos na sala aplaudiram o meu discurso. E eu fico feliz que eu possa mostrar a essas pessoas que ainda há tempo para os que ficam e por isso devemos aproveitar.

- Obrigada, por estas lindas palavras Marina!
- De nada Márcia! Eu que agradeço a sua ajuda.

O grupo de apoio me ajudou muito nesse último ano e eu tenho certeza que esse grupo não seria nada sem a terapeuta Márcia, meus agradecimentos foram mais que sinceros.

- Que nada! Eu apenas fiz o meu trabalho. Agora vem e me dá um abraço!

Ela me deu um abraço bem forte e logo depois ela olhou em meus olhos.

- Vá em paz! E espero que não nos encontremos novamente nessas circunstâncias.

Ela deu um sorrisinho simpático e eu retribui o sorriso.

- Com certeza! Tchau Márcia e muito obrigada, de verdade
- De nada. Tchau Marina nos vemos por aí!

Me despedi dela e fui para a porta ver se o meu pai já tinha chegado para me buscar.

- Foi bem emocionante o que você disse lá dentro.

Olho para trás e me deparo com um rapaz de cabelo castanho e olhos castanhos puxando um pouco para um tom de amarelo.

- Obrigada! Você é?
- Meu nome é Leonardo, prazer em te conhecer.
- O prazer é meu e aliás meu nome é Marina.

Ele acaba abrindo um sorrisinho divertido antes de me responder.

- Eu ouvi você falando lá dentro.
- Ah é! Esqueci que tinha falado.

Nós dois rimos do meu esquecimento, e foi quando eu ouvi a buzina do Focus preto do meu pai.

- Meu pai chegou. Acho que já vou indo Leonardo, foi um prazer.
- O prazer foi meu!

Andei até a porta do carro e quando fui abrir a porta dei um conselho a Leonardo antes de ir.

- Leonardo!
- Oi!
- Independentemente de quem você tenha perdido, ainda há vida ok? Lembre-se de viver.

Os seus olhos aparentavam estar brilhando.

- Pode deixar!

Acenei para ele e entrei no carro. Quando eu entro no carro meu pai está me olhando de um jeito meio desconfiado, eu acabei retribuindo com um sorriso meio nervoso.

- O que aconteceu seu Diogo? Fiz alguma coisa?

Ele olha para a janela rapidamente e logo lança os seus olhos para mim novamente.

- Arrumou um namoradinho?
- O QUÊ?

Dou um gritinho nervoso e empurro o ombro dele de leve.

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