(Anaya)
Assim que percebo que nós estamos nos aproximando do ponto, mesmo relutante, acordo o gatinho borralheiro.
— Rubens! Tá na hora meu querido.
— An?Ele acorda meio desnorteado, mas logo recobra a consciência, percebo a vergonha que ele está sentindo através do seu sorriso nervoso.
— Eu acho que eu acabei pegando no sono. Me desculpa por isso.
— Que isso bobo! Eu também dormia direto no ombro dos outros no ônibus, tá tudo normal.Ele ri e arregala os seus olhos levemente.
— Mentira, não acredito nisso!
— Ó tô te falando.Rubens riu, mas logo se atentou para a parada de ônibus, ele sinalizou e nós descemos juntos, assim que descemos e o ônibus se vai, um silêncio se faz presente. Eu preciso falar alguma coisa.
— Bom... Eu vou para esse lado. E você?
— Eu vou para o outro.
— Então tá bom. Até Rubens!Aceno para ele e sigo o meu caminho, mas ele se mantém imóvel.
— Anaya!
Eu paro de andar e ele dá uma leve corridinha até mim.
— Oi, pode falar.
Ele estende a mão para mim, me dando um pequeno cartãozinho.
— Esse é o cartão de visita da barraca.
— Nossa que chique.Ele sorri e começa a coçar atrás da orelha, e também enrola um pouco para falar.
— Eh... Nele tem o meu número. Se você quiser ligar para fazer um pedido, ou sei lá... Apenas conversar. Fique a vontade.
— Pode ter certeza de que eu vou ligar.Ele mantém o sorriso, mas para de se coçar.
— Então tá bom! Eu... Já vou indo então.
— Eu também.
— Tchau boneca.
— Ai ai, tchau Rubens.Ele se despede de mim com um sorriso no rosto e finalmente segue o seu caminho, e eu também, no caminho de casa eu só fico pensando no dia que eu tive e em como ele foi legal. Mas assim que chego a casa, aqueles pensamentos somem da minha cabeça, porque eu esqueci completamente da faxina que eu fiquei de dar hoje.
— Ain, que saco. Mas fazer o que? Mãos a obra.
*****
(Rafael)
Mais uma noite de trabalho, mas hoje o restaurante está pouco movimentado, temos pouquíssimas reservas e a maioria é para mais tarde.
— Rafael.
Bianca me chama, me trazendo de volta para o mundo real.
— Oi.
— Aquele cara todo esnobe entrando pela porta fez reserva?Assim que olho para a porta, já sinto a arrogância de longe, e não era ninguém menos que o grande Lorenzo Fontana, meu querido irmão mais velho.
— Infelizmente ele não faz reservas.
— Por que isso?
— Porque ele é...
— Quanto tempo irmãozinho!Ele passa pelo pequeno portão que fica ao lado do balcão, se aproxima e me abraça com força.
— Tá tá, é bom te ver também Lorenzo.
Ele me solta e fica olhando ao redor.
— Nossa, o restaurante parece estar diferente.
— Claro né Lorenzo? Seis meses não são seis dias.
— Tem razão.
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Underwater
Teen FictionQuando Marina finalmente consegue seguir em frente após a morte de sua irmã Sophia, tudo parecia normal por um tempo, mas algumas situações fazem com que ela volte ao passado. Ela começa a dúvidar se o afogamento de sua irmã foi realmente um acident...