Capítulo 11

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(Anaya)

Acordo com a luz do sol em meu rosto, parece que eu esqueci de fechar a cortina totalmente, mas assim que vou até a cortina para fechá-la e voltar a dormir, eu desisto. Está fazendo um dia lindo lá fora, e eu preciso fazer alguma coisa com a minha amiga hoje, nem que seja para andar a toa no calçadão.
Pego o meu celular e ligo imediatamente para Marina,  depois de três toques ela atende.

— Fala para mim.
— Gata é o seguinte, eu tava pensando em irmos para a praia hoje. Topa?
— Ih Anaya, não vai dar.
— Por que gente?
— Eu adiei um compromisso da clínica por muito tempo, e tenho que fazer tudo hoje. Bom... Começar pelo menos.
— Ah. Então tá bom, depois eu te mando mensagem.
— Tá. Essa semana a gente vê uma coisa pra fazer.
— Pode deixar. Bom trabalho aí, beijos.
— Obrigada, beijo amiga.

O desânimo em minha voz era nítido, os meus planos para um dia com a minha amiga foram totalmente frustados, e infelizmente eu não tenho companhia para curtir a praia. Nem se tivesse ia ser a mesma coisa, com Marina o rolê mais simples vira festa, mas tô vendo que vou fazer carreira solo hoje, eu que não vou perder um dia lindo desse em casa.

*****

Depois de um bom café da manhã e uma ajeitada rápida na casa, eu já estava de saída, pronta para ir a praia.
Chamo um Uber, que demora menos de vinte minutos para chegar, e vou para a praia. Admiro o lindo dia através da janela do carro, a paisagem se movimenta graciosamente por conta da velocidade do carro, que não está nem alta e nem baixa, exatamente no nível perfeito.
Quando começo a chegar perto do meu destino, passo pela rua de Marina, e enquanto o sinal estava fechado eu olho para a sua rua, noto que há uma pessoa tirando fotos do prédio dela, mais precisamente dos andares altos. Não consigo identificar o rosto da pessoa, por conta da distância, mas não me preocupo muito, deve ser algum fotógrafo querendo expor o seu trabalho no Pinterest.
O sinal abre e finalmente posso seguir o meu caminho.

*****
(?????)

— Finalmente descobri onde é a sua casa. Suponho que, logo teremos uma reuniãozinha de família... No inferno.

*****

(Anaya)

Chego a praia e logo vejo aquela barraca de churrasco daquele dia, não penso duas vezes e vou comprimentar o vendedor que é uma gracinha.

— Oiê.

Assim que me vê um sorriso aparece em seu rosto.

— Oi Anaya!
— Nossa, você lembra do meu nome.
— Como eu poderia esquecer?

Sinto um formigamentos em meu rosto, aquelas palavras me tocaram de um jeito especial.

— Sei. Será que eu posso quardar minhas coisas aqui? Daqui a pouco eu volto para buscar.
— Só se você vier comer um churrasquinho comigo depois.
— Isso já é certo.
— Então pode deixar as coisas aqui, tá comigo tá com Deus.
— Sei...

Deixo as minhas coisas na barraca, e vou para a praia, chegando lá me deparo com as águas cristalinas e mornas de Iracema.
Acho que foi bom Marina não ter vindo, esse tempinho pra mim tá sendo gostoso, mesmo eu querendo estar rindo horrores com ela.

— Anaya!

Escuto alguém me gritando, mas eu olho para a areia e não consigo achar o dono da voz, deixo isso de lado e volto a me concentrar no banho de mar.

— ANAYAA!!

O tom de voz aumentou, e quando olho para a areia novamente, vejo alguém fazendo sinal para mim.
Me aproximo da beirada, e quanto mais perto eu chego o rosto fica mais nítido, era ninguém menos que Rafael Fontana.

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