(Anaya)
Acordo com a luz do sol em meu rosto, parece que eu esqueci de fechar a cortina totalmente, mas assim que vou até a cortina para fechá-la e voltar a dormir, eu desisto. Está fazendo um dia lindo lá fora, e eu preciso fazer alguma coisa com a minha amiga hoje, nem que seja para andar a toa no calçadão.
Pego o meu celular e ligo imediatamente para Marina, depois de três toques ela atende.— Fala para mim.
— Gata é o seguinte, eu tava pensando em irmos para a praia hoje. Topa?
— Ih Anaya, não vai dar.
— Por que gente?
— Eu adiei um compromisso da clínica por muito tempo, e tenho que fazer tudo hoje. Bom... Começar pelo menos.
— Ah. Então tá bom, depois eu te mando mensagem.
— Tá. Essa semana a gente vê uma coisa pra fazer.
— Pode deixar. Bom trabalho aí, beijos.
— Obrigada, beijo amiga.O desânimo em minha voz era nítido, os meus planos para um dia com a minha amiga foram totalmente frustados, e infelizmente eu não tenho companhia para curtir a praia. Nem se tivesse ia ser a mesma coisa, com Marina o rolê mais simples vira festa, mas tô vendo que vou fazer carreira solo hoje, eu que não vou perder um dia lindo desse em casa.
*****
Depois de um bom café da manhã e uma ajeitada rápida na casa, eu já estava de saída, pronta para ir a praia.
Chamo um Uber, que demora menos de vinte minutos para chegar, e vou para a praia. Admiro o lindo dia através da janela do carro, a paisagem se movimenta graciosamente por conta da velocidade do carro, que não está nem alta e nem baixa, exatamente no nível perfeito.
Quando começo a chegar perto do meu destino, passo pela rua de Marina, e enquanto o sinal estava fechado eu olho para a sua rua, noto que há uma pessoa tirando fotos do prédio dela, mais precisamente dos andares altos. Não consigo identificar o rosto da pessoa, por conta da distância, mas não me preocupo muito, deve ser algum fotógrafo querendo expor o seu trabalho no Pinterest.
O sinal abre e finalmente posso seguir o meu caminho.*****
(?????)— Finalmente descobri onde é a sua casa. Suponho que, logo teremos uma reuniãozinha de família... No inferno.
*****
(Anaya)
Chego a praia e logo vejo aquela barraca de churrasco daquele dia, não penso duas vezes e vou comprimentar o vendedor que é uma gracinha.
— Oiê.
Assim que me vê um sorriso aparece em seu rosto.
— Oi Anaya!
— Nossa, você lembra do meu nome.
— Como eu poderia esquecer?Sinto um formigamentos em meu rosto, aquelas palavras me tocaram de um jeito especial.
— Sei. Será que eu posso quardar minhas coisas aqui? Daqui a pouco eu volto para buscar.
— Só se você vier comer um churrasquinho comigo depois.
— Isso já é certo.
— Então pode deixar as coisas aqui, tá comigo tá com Deus.
— Sei...Deixo as minhas coisas na barraca, e vou para a praia, chegando lá me deparo com as águas cristalinas e mornas de Iracema.
Acho que foi bom Marina não ter vindo, esse tempinho pra mim tá sendo gostoso, mesmo eu querendo estar rindo horrores com ela.— Anaya!
Escuto alguém me gritando, mas eu olho para a areia e não consigo achar o dono da voz, deixo isso de lado e volto a me concentrar no banho de mar.
— ANAYAA!!
O tom de voz aumentou, e quando olho para a areia novamente, vejo alguém fazendo sinal para mim.
Me aproximo da beirada, e quanto mais perto eu chego o rosto fica mais nítido, era ninguém menos que Rafael Fontana.
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Underwater
Teen FictionQuando Marina finalmente consegue seguir em frente após a morte de sua irmã Sophia, tudo parecia normal por um tempo, mas algumas situações fazem com que ela volte ao passado. Ela começa a dúvidar se o afogamento de sua irmã foi realmente um acident...