Capítulo 9

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(Daniela)

Depois daquela cena no hotel, eu estava precisando esfriar a cabeça e sei lá... desabafar.
Continuei a andar pela calçada, sem rumo na noite. A brisa refrescante que o mar trazia, deixava o ar um pouco mais frio, por sorte eu estava usando uma blusa de manga comprida.

*Bzz* *bzz*

Vejo que tem uma notificação, decido ler através da barrinha.

David 💛: Dani onde você tá?
David 💛: Me fala que eu vou te buscar agora.
David 💛: É perigoso vc ficar andando sozinha por aí.

Não faz nem uma hora que eu saí e David já está me enchendo de mensagens. A preocupação dele é muito fofa, mas eu já sou grandinha e sei me cuidar.

— Tá perdida moça?

Uma voz grave e desconhecida soava atrás de mim. Me viro para ver quem é, mas desconheço a pessoa, era um homem de pele branca, estatura média, cabelos e olhos pretos.
Ele me olhava de uma maneira estranha, e Isso estava me deixando completamente desconfortável, mas eu respondo a pergunta de qualquer forma.

— Não. Estou esperando uns amigos.

O nervosismo me fez mentir, eu não esperava ninguém, mas o comportamento desse homem está me deixando muito apreensiva.

— Ah, sei... Se quiser eu espero com você.

Ele vem se aproximando e eu me afasto.

— Não será necessário, sei me cuidar muito bem sozinha.
— Mas uma moça bonita como você, não pode ficar sozinha assim. Vamos? Eu te pago uma bebida.
— Não obrigada, eu não tô bebendo.
— Ah vamos!

Ele segura no meu braço.

— Não. Eu já disse que não vou. Solta o meu braço!
— Só vou soltar quando vc entrar no carro. Vai ser divertido Vamos.
— NÃO EU NÃO VOU.

Acabo gritando, e essa era a minha intenção, mas aparentemente não tem ninguém por perto, acho que vou ter que me virar sozinha.
Com o meu outro braço, eu dou um tapa na cara dele, mas quando eu vou dar outro... Ele segura o meu outro braço com mais força.

— Nossa mas que garotinha malcriada. Acho que vou ter que te ensinar uma lição.

Mesmo apavorada, eu sentia que tinha que fazer algo, juntei o pouco de coragem que me restava e chutei ele, bem no meio de suas pernas.

— AAAAHHHH.

Ele me solta e cai no chão gemendo de dor, esse é momento perfeito para fugir. Não penso duas vezes, começo a correr desesperadamente, na esperança de conseguir me livrar dessa situação.

(Rafael)

(Momentos antes...)

Estou no caixa finalizando o último pagamento da noite, vejo o restaurante vazio, então... Acho que está na hora de fechar.

— Muito obrigado! Tenham uma boa noite.

O grupo de amigos me agradece e sai porta a fora, logo em seguida, eu vou até a porta e a fecho.
Agora é oficial, acabou o expediente.
Enquanto termino de fechar o caixa, os demais funcionários estão saindo, restando somente eu e Bianca no restaurante.

— Já acabou? Se demorar mais eu vou desistir de sair com você.

Bianca já tinha colocado sua calça jeans e camisa branca, provavelmente deixou o seu uniforme em um dos armários no vestiário.

— Acabei. Eu só vou trocar de roupa, e nós podemos ir.

Ela assentiu com a cabeça e sentou na cadeira atrás do balcão da recepção, fui para o vestiário me trocar, mas antes que eu pudesse chegar eu escuto o meu pai falando ao celular. E ele aparentava estar um pouco bravo.

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