(Marina)
Faz, mais ou menos, uns quarenta e cinco minutos que eu estou aqui e acabei de perceber que seria mais animado estar organizando planilhas do que estar sentada aqui bebendo caipirinha, vendo um monte de gente dançar, e continuar ouvindo os machos conversarem.
Talvez eu deva fazer o mesmo que a Daniela, sair de fininho aparenta ser a melhor das opções.
E é isso que eu decido fazer. Levanto discretamente, pronta para sair sem ser notada.— Já vai Marina?
Mas... Infelizmente Tyler acaba não permitindo que eu abusasse das minhas habilidades furtivas.
— Não... Eu vou ao toilette. Acho que as caipirinhas acabaram me apertando.
Mudo o meu caminho. Em vez de ir embora, vou para o banheiro, talvez retocar a maquiagem seja uma boa distração.
Alguns segundos de caminhada pelo grande corredor marsala, repleto de portas madeira escura, elas aparentavam possuir um certo brilho, como se acabassem de ser polidas.
Depois de algum tempo de procura, finalmente eu encontro uma porta onde estava escrito "mulheres", e está mais que óbvio de esse é o banheiro feminino.
Entro no banheiro e vejo que as paredes marsala permanecem. Vou em direção à uma das quatro pias daquele mármore escuro e fico me olhando no vasto espelho do banheiro, começo a retocar a minha maquiagem, mesmo não tendo muito o que retocar.
Antes de começar, a porta de uma das cabines se abre, e dela saí uma garota. Ela tinha pele retinta e um longo cabelo alisado, estava vestindo um saião azul com estampas de flores rose claro e um top amarrado branco com mangas compridas, e que deixava o seu abdômen exposto.
No entanto, todo esse estilo não escondia a sua cara de choro, seus olhos vermelhos e um pouco inchados, suas bochechas estavam com marcas do rastro que as lágrimas deixaram. Ela vai até a pia ao lado da minha, e lava o seu rosto.
Eu estava intrigada com a situação, e não podia ficar alí sem fazer nada, e mesmo sem conhecê-la eu percebi que ela necessitava pôr aquilo para fora.— Tá tudo bem?
— E porque não estaria?Mesmo na defensiva, ela aparentava estar vulnerável, como se fosse desabar a qualquer momento.
— Não sei, você parece meio pra baixo. Sei lá... Se você quiser se abrir com uma desconhecida, estou a disposição.
Ela abre um pequeno sorriso, seca o seu rosto com uma pequena toalha que ela retirou de sua bolsa e olha para mim.
— Obrigada, mas eu estou bem. Não precisa se preocupar.
— Tá bom. Aliás... Meu nome é Marina, é um prazer.
— O prazer é meu. Eu me chamo Ana Beatriz.Sinto que o seu astral começa a mudar. E eu tenho a brilhante ideia de sair daquele banheiro, e curtir com a minha nova colega.
— Topa ir lá no salão?
— Ok, parece uma boa idéia no momento.
— Vamos lá então!Coloco um sorriso no rosto, e espontaneamente entrelacei o meu braço junto ao seu. Ela aparenta se assustar, no entanto, não separa os nossos braços.
Saímos juntas do banheiro e voltamos para o salão.(Daniela)
Pelo visto a minha noite foi interrompida antes de começar. Parece que aquela garota tem a estranha necessidade de ser o centro das atenções, não tem nem três dias que eu voltei e ela fica aparecendo alí e aqui.
Ela me enche desde o fundamental, sempre tendo essa necessidade de atenção, e.... Sinceramente, isso me irrita.*Tock* *Tock*
Ouço alguém bater na porta. Me recuso a me levantar, porque a cama box de casal e aqueles travesseiros estavam abraçando a minha cabeça.
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Underwater
Teen FictionQuando Marina finalmente consegue seguir em frente após a morte de sua irmã Sophia, tudo parecia normal por um tempo, mas algumas situações fazem com que ela volte ao passado. Ela começa a dúvidar se o afogamento de sua irmã foi realmente um acident...