Capítulo 5

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Quando Tyler me deixou em casa já eram por volta de meia noite e meia. Ele estaciona o carro em frente ao meu prédio, e nós ficamos dentro do carro por um tempinho.

— Bom... acho que está entregue.
— Pois é... acho melhor eu ir andando.

Eu estava prestes a abrir a porta do carona, mas ela estava emperrada, o que é um pouco estranho para um carro novo.

— Me desculpa, ele está com esse probleminha.
— Estranho, um carro novo com um problema desse.
— Descobri isso logo após assinar o contrato de aluguel, isso explica o valor abaixo da média.
— Entendo.
— Deixa que eu resolvo. Com licença.

Ele se inclina para mexer na porta, mas enquanto isso acontece ele acaba em cima de mim. Sinto um arrepio, mas deve ser porque a minha pele é sensível, quase sempre isso acontece.
A porta se abre, e ele volta para a sua posição inicial, e mantém o seu radiante sorriso no rosto.

— Tchau Marina, foi bom sair com você.

Não sei o que me deu, mas eu me aproximo e dou um beijo em sua bochecha. Na pressa o beijo acaba indo no canto de sua boca, posso ter me atrapalhado na hora.
Seu rosto cora novamente, percebo que o meu ato de carinho pode ter sido um engano, acho mais sensato ir embora.

— Obrigada pelo passeio, a gente se vê.
— Marina, nós podíamos marcar algo antes que eu volte.
— Seria uma boa! É só me mandar mensagem, quando quiser.
— Ok.

Saio do carro e aceno para ele, que retribui o gesto da mesma forma. Depois de alguns segundos, o seu carro desaparece assim que dobra a esquina.
Quando entro em casa vejo que meu pai já está dormindo e decido fazer o mesmo, esse final de semana me deixou morta e só de pensar em acordar cedo já bate o desânimo.
Tiro a maquiagem e visto meu pijama, sem  perceber pego no sono.

— Marina levanta! Tá na hora.

Desperto com meu pai me sacudindo de leve e me chamando, eu ainda estou meio zonza de sono.

— Que horas são?

Minha voz sai rouca, quase não dá para ouvir.

— São sete meia, lavanda daí e vai tomar um banho correndo, porque nós estamos em cima da hora.
— Ok seu Diogo é pra já.

Ele sai do quarto e bate a porta, ele fica meio alterado quando o assunto é pontualidade. Nunca vi meu pai se atrasando para nenhum compromisso, diferente de mim, que acabo não esquentando muito com isso.
Entro banheiro para tomar aquela ducha, lavar o cabelo nessa água quente é maravilhoso.
Termino o meu banho e uso o difusor para secar os cachos, aplico um pouco creme de pentear, pois decido deixar o cabelo solto hoje.
Entro no quarto e visto uma calça jeans, junto de uma camisa de tecido preta. Decido calçar o meu tênis branco para finalizar o look, antes de sair do quarto passo em frente ao espelho para aquela olhada.

— Acho que é só isso.

Saio do quarto e vou em direção a sala chamar o meu pai para poder sair.

— Pai podemos ir. Pai?

Olho ao redor mas não o encontrei em lugar algum, vejo um bilhete ao lado um sanduíche natural em cima do balcão da cozinha.

— O que é isso?

"Como o proprietário não posso me dar o luxo de me atrasar, e você também não deveria, tome café e me encontre na clínica. (O dinheiro para o transporte está na gaveta do meu quarto)"

— Sério pai?

Meu pai realmente é meio surtado com esse lance de horário, mas não é para menos, ele deu muito duro para conquistar aquela clínica.
Como o sanduíche e peço o Uber para a clínica.
Não demoro muito para chegar, o trânsito estava bem tranquilo. Quando chego à clínica sou recebida pela ilustríssima Lurdes, a nossa secretária.

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