Capítulo 10

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(Daniela)

Bom... Depois de todo o transtorno, eu estava sentada no meio fio junto dos meus novos "amigos", fiquei curiosa a respeito desses dois e não contive as minhas dúvidas em meus pensamentos.

— Então... Rafael e Bianca. Certo?
— Sim. Preciso mostrar quem é quem?

Bianca revira os olhos, exaltando uma certa falta de paciência, eu devo admitir que o comentário não foi um dos mais engraçados. No entanto, deixo escapar uma risada discreta e Rafael responde o meu gesto involuntário com um sorriso, eu noto que ele é bem carismático.

— Eu... Eu gostaria de agradecê-los, sinto que eu estaria em uma situação bem pior se não fossem vocês.

Os dois se entreolham e sorriem timidamente para mim, naquele momento eu me sentia desamparada e perdida.
Lágrimas escorrem dos meus olhos, não consigo controlar, aquela sensação de estar sendo perseguida, o pânico proveniente do pensamento de ser violada ou violentada, era demais para manter aquilo guardado.

— Só de pensar no que poderia ter acontecido, eu... eu...

Rafael coloca a mão no meu ombro, e sem entender muito bem, eu afasto a mão dele com um tapa.
Ele me encara com um olhar perplexo, provavelmente sem entender o motivo da minha repulsa.

— Me desculpa, não foi minha intenção.
— Calma, isso é totalmente compreensível, ainda mais pelo o sufoco que você passou hoje.

Ela se levanta e estende a sua mão para mim.

— Vamos. O Rafael vai deixar a gente em casa.

Rafael olha para ela meio surpreso, mas não nega, nós nos levantamento e seguimos em direção ao carro de Rafael.

*****

Chegamos ao hotel, vejo David sentado no chão, próximo a entrada. Agradeço novamente os dois por me ajudarem, e por me deixar no hotel, saio do carro e vou caminhando em direção ao meu namorado.
Assim que me vê ele levanta rapidamente e vêm correndo em minha direção, ele segura em meus braços.

— Você me deixou preocupado!

As suas palavras soam abafadas em minha cabeça, que está quase tomada por um sensação estranha, o seu toque não me trazia conforto como antes, eu estava tensa e bem perto de surtar. Separo os seus braços dos meus, de uma maneira evasiva e afobada, minha respiração e batimentos estavam agitados.

— Que isso Daniela? O que aconteceu? Eu fiz alguma coisa errada?

Eu precisava falar com ele sobre isso, mas eu não conseguia, aquelas palavras não ditas sobre um trauma recente pesavam em minha garganta,e impossibilitando falar sobre.

— Não é nada, eu preciso descansar. É só isso.

Passo por ele e entro no hotel, vou para a recepção pedir um novo quarto, acho que é o melhor a se fazer, pelo menos por hoje.
David veio atrás de mim logo em seguida, ele se preocupa muito, provavelmente vai começar o interrogatório.

— Daniela você some e depois me fala que não é nada? Por que você não quer me contar o que está acontecendo? Eu fiz alguma coisa? Me fala Daniela!
— Você quer que eu fale o quê? QUER QUE EU TE CONTE QUE EU QUASE FUI ESTUPRADA?

O hotel parou, o salão onde se ouvia vozes diversas se calou, todos olhavam para mim e eu fiquei paralisada, lágrimas se formavam em meu rosto e aos poucos foram escorrendo.
David fica sem reação na minha frente, e o ambiente que antes era neutro, acaba se tornando hostil.

— Dani... Eu não fazia idéia.

Ele ameaça se aproximar, mas eu evito o contato.

— David, eu preciso de um espaço. Pelo menos por hora, eu vou ficar bem.
— Ok. Mas eu estou aqui para o que precisar, lembre-se disso.

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