Capítulo 13

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(Marina)

Acordo com um pouco de fome, vou para a cozinha sem pensar duas vezes, mas antes de chegar eu ligo a televisão da sala.

— E nessa manhã mais um corpo foi encontrado morto com marcas de tiros e cortes na pele, totalizando oito mortos nessas duas semanas....
— Que isso gente?

Fico horrorizada com esses atos brutais, essas duas semanas foram ótimas para mim, mas pensar em como essas famílias vêm sofrendo... Parte o meu coração.

— ... As vítimas são todos donos de estabelecimentos comerciais famosos na cidade, tais como: restaurantes, lojas de departamento e super mercados. Ainda não foram descobertas as causas desses ataques, mas a polícia local segue tentando decifrar o enigma por trás desses crimes. Agora fique com a previsão do tempo.

Oito mortes e todas possuíam semelhanças absurdas, na minha opinião isso ultrapassa o fenómeno conhecido como acaso, esses assassinatos foram friamente calculados. Mas as perguntas que não param de aparecer em minha cabeça são: Quem? E por quê? Talvez seja melhor eu parar de pensar nesse tipo de coisa, eu não sou nenhuma detetive nem nada, e ter o hábito de maratonar séries e filmes policiais não me torna uma.

*Bzz*

Um número desconhecido me liga, eu fico relutante para atender, mas a minha curiosidade fala mais alto. Deslizo o meu dedo pelo o pequeno botão verde na tela do celular e atendo a ligação.

— Alô?
— Olá Marina.

Ouço uma voz grave e nitidamente artificial, fico um pouco assustada por essa pessoa saber meu nome, mas fico sem reação e a única coisa que eu faço é escutar.

— há algo que você precisa descobrir, e eu sei que quer, apareça no espigão de Iracema a meia noite. De preferência sozinha, até porque se alguém ficar sabendo, isso não vai acabar bem.

O convite me faz desconfiar um pouco, mas minha curiosidade consegue romper qualquer barreira preexistente, saber que verdade é essa e quem está por trás desse telefone são questões que estão mexendo com a minha cabeça.

— Quem é você?
— Ninguém importante. Apenas um amigo que não gosta de segredos, e reconheço que você também não gosta. Bom... te vejo lá Marina.
— Ei espera!
—....

O indivíduo desliga o celular sem mais e nem menos, me deixando com esse dilema para resolver.
O que essa pessoa comigo? E do que se trata esse segredo que ele falou? Pode ser perigoso, mas eu sinto que não tenho escolha, e seja lá o que está me aguardando... Eu vou enfrentar.
Ouço a fechadura da porta se abrindo, meu pai passa pela porta sorridente, mas seu sorriso vai desaparecendo aos poucos assim que ele me vê.

— Bom dia Filha! Que carinha é essa?

Eu não poderia contar da ligação misteriosa, afinal eu não queria arriscar que algo acontecesse com o meu pai, por isso eu rapidamente inventei uma desculpa.

— Bom dia Pai! Não é nada, eu só acabei de descobrir que uma série que eu gosto está perto de ser cancelada.
— Mas que sacanagem hein?
— Nem fala.

Ele passa pelo pequeno corredor que leva a sala aos quartos, mas retorna para me falar algo.

— Sua apresentação é amanhã, eu espero que esteja tudo pronto.
— Está sim, é só chegar e arrasar.
— Eu sei que vai.

Ele volta para o quarto e tranca a porta. Eu realmente estava despreocupada no que dizia respeito a apresentação, eu estava mais atenta à ligação misteriosa e o que essa pessoa tinha para dizer, e por isso eu estava planejando ir ver de perto.

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